sexta-feira, 26 de setembro de 2014

PRIMEIRAS RUAS E PRAÇAS (DE SALVADOR)

História da Bahia

Por Luiz Henrique Dias Tavares
Em História da Bahia (Salvador)
                        É professor de história e imortal pela Academia de Letras da Bahia.



No seu traço mais antigo a cidade (Salvador) possuía uma praça quadrada, a praça em que estava a Casa dos Governadores e a Casa da Vereança. Daí partiam as ruas longitudinais Direita dos Mercadores e da Ajuda; as ruas transversais do Tira Chapéus e das Vassouras, e dois caminhos para a praia, um ao sul outro ao norte; caminhos para a Igreja de Nossa Senhora da Conceição da Praia e para o Forte do Pereira. Da porta sul abria-se o caminho por terra para a Vila Velha e para a Graça; da porta norte, atingia-se o terreiro do Colégio dos Padres Jesuítas e a Ladeira do Monte Calvário ou dos Frades Carmelitas.
Descrevendo a cidade do Salvador no seu Roteiro Geral, Gabriel Soares de Souza pintou-a como era em 1583/1584, ainda muito pobre, reduzida a duas praças, a da Casa dos Governadores e a do Terreiro;  e a três ruas compridas, a que ligava a Praça dos Governadores à Igreja da Sé e daí continuava até a do Terreiro; a que se estendia à direita até onde se construía o Mosteiro de São Bento; e a que levava à Igreja de Nossa



Senhora da Ajuda. Nesse conjunto estreito, ficava a cidade, mas já se destacavam nela os prédios da Vereança, do Governo, da Alfândega e do Colégio dos Padres Jesuítas; e as Igrejas da Ajuda e da Sé.
Já não existiam os muros (que cercavam a cidade) e a população crescera para “oitocentos vizinhos”. Havia número quase igual de escravos. Alguns oradores eram “ricos de fazenda de raiz, peças de prata e ouro”, calculando Gabriel Soares de Souza (historiador), que mais de 100 possuíam renda anual de um a cinco mil cruzados, suas propriedades valendo de vinte  a sessenta mil cruzados.


Na ponta de Itapagipe, localizavam-se duas olarias e currais de gado pertencentes a Garcia de Ávilla.  Na Ribeira chamada Água de Meninos, ficava o engenho de moer cana e fabricar açúcar de Cristóvão de Aguiar Daltro. Existiam nos arredores da cidade, muitas plantações de algodão e cana.

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