A segunda maior e mais bela cidade belga
Antuérpia (Antwerpen em neerlandês, Anvers em francês) é a
segunda maior cidade da Bélgica e a
maior da região de Flandres. A
população total de Antuérpia é 507.007 (em 31 de dezembro de
2011), tornando-se o maior município tanto de Flandres quanto da Bélgica,
em termos populacionais. É conhecida como centro mundial de lapidação de
diamantes e por seu porto, um dos maiores do mundo, localizado nas margens
do rio
Escalda. Sua área total é de 204,51 km², dando uma densidade populacional de
2.308 habitantes por km². A área metropolitana, incluindo a zona exterior
suburbana, cobre uma área de 1,449 km² com um total de 1.190.769 habitantes em
1 de Janeiro de 2008. Os habitantes de Antuérpia são localmente apelidado Sinjoren,
após o título honorífico espanhol señor. Refere-se aos nobres
líderes espanhóis que
governaram a cidade durante o século XVII.
Antuérpia é
também um município,
localizado no distrito de Antuérpia, província de Antuérpia, região de Flandres.
O fato de ser considerado o centro mundial do
diamante deve-se a que nessa cidade são negociados 80% dos diamantes brutos e
50% dos diamantes lapidados do mundo. De acordo com
dados divulgados pelo Alto Conselho para o Diamante(HRD)
em 2004, foram
exportados mais de 8 mil milhões de dólares norte-americanos. Ainda de acordo
com o HRD, o sector do diamante em Antuérpia movimentou nesse ano 34 mil
milhões de dólares, e representou perto de 7% das exportações da Bélgica.
De acordo
com o folclore, e como
celebrada pelo estátua em frente à prefeitura, a cidade tem o nome de uma lenda
envolvendo um mítico gigante chamado Antigoon que morava perto do rio Escalda. Ele
cobrou um preço daquele que atravessassem o rio, e para aqueles que se recusou,
ele cortou uma de suas mãos e atirou-a ao rio Escalda. Eventualmente, o gigante
foi morto por um jovem herói chamado Brabo, que
cortou a
própria mão do gigante e atirou-o no rio. Daí o nome Antwerpen, do holandês hand é mão e wearpan (=
arremessar), que mudou para hoje urdidura.
No decorrer
do século XV, o seu
porto adquiriu grande relevância no comércio internacional, com a pioneira
fundação de primitiva "bolsa" na cidade, que rapidamente transformou
Antuérpia num dos mais bem sucedidos centros comerciais e produtores do Velho
Continente. Fortes tempestades e tsunamis na costa da Flandres ocorridas em
1375-76 e em 1406 acabaram por criar um porto de abrigo profundo permitindo a
chegada de grandes navios. Os primeiros capitalistas de Antuérpia foram
estrangeiros, muitos deles italianos que tinham fugido à violência em Bruges -
ameaçada por tentativas de anexação pela França. Duas bolsas funcionavam na
cidade, a de mercadorias e a de instrumentos financeiros, como as letras de
câmbio, hipotecas e certificados de aforro, uma experiência que herdara e
melhorara de Bruges. Era uma cidade cosmopolita, uma comuna livre ao final da
Idade Média, uma cidade de igrejas e de congregações religiosas católicas,
fortemente apoiadas pela população rica.
Quando os portugueses abriram a rota marítima para
a Índia, Antuérpia se tornou um centro de comércio ainda mais proeminente,
porque o rei de Portugal para lá enviava quase tudo que chegava a Lisboa, vindo
da Ásia; as corporações da cidade compravam carregamentos inteiros que daí
seguiam para o resto do mundo ofuscando o brilho comercial de Veneza.
Transferiram dessa forma a feitoria que
na Idade
Média mantinham em Bruges. Este
facto revelou-se da maior importância para a cidade. Com os portugueses,
instalou-se igualmente forte colónia mercantil espanhola, passando os negócios
das coroas ibéricas a fazer-se maioritariamente por aqui. Assim, ao longo
do século XVI, Antuérpia
tornou-se um centro da "economia do mundo". O volume de negócios
financeiros era de tal monta que em 1519 a sucursal alemã a empresa Fugger
emprestou mais de meio milhão de florins de ouro a Carlos V para patrocinar sua
campanha a Imperador do Sacro Império Romano Germânico.
A
prosperidade desta cidade prosseguiu ao longo desse século, atraindo assim
inúmeros judeus, expulsos
de Portugal, - na sequência da implementação de política antissemita
desencadeada pelo governo português, - que buscavam nessa cidade livre grandes
oportunidades de enriquecimento. Essa comunidade de exímios mercadores e
artesãos enriqueceu o negócio da indústria dos diamantes e, consequentemente, a
própria cidade, que passou a contar com a colaboração de artífices
especializados no trato comercial.
O porto de
Antuérpia: um dos maiores do mundo
Para além
de ser um centro económico, Antuérpia era igualmente centro cultural e
intelectual. Por exemplo, ali nasceu em1599 o
pintor flamengo Anthony van Dyck. No
entanto, a sua pujança foi irremediavelmente abalada por problemas religiosos
depois de 1567, data em
que tropas espanholas saquearam a cidade. Antuérpia foi de novo atacada
em 1584, sendo,
dessa feita, forçada a render-se aos espanhóis em 1585.
No século XVII, mais
precisamente em 1648, foi mais
uma vez lesada na sequência da Guerra dos Trinta Anos. Em questão estava
o Tratado de Paz de Vestfália, que determinou o encerramento do rio Escalda à
navegação, o qual foi reaberto somente em 1795 pelos
franceses.
Praça Grande em Antuérpia
São muito
característicos desta cidade os bulevares que vieram substituir as muralhas que
circundavam Antuérpia. O interior do seu núcleo histórico guarda a Catedral de
Notre Dame, igreja gótica dos séculos XIV e XV, que constitui o maior templo da
Bélgica, com a sua flecha de quase 122 metros. Das obras de arte mais
significativas desse templo, destacam-se várias pinturas de Petrus Paulus Rubens, artista
que viveu a maior parte da sua vida nessa cidade.
Outros edifícios dignos de destaque são a Igreja de
São Paulo - que contém obras de Caravaggio e de
Van Dyck - e a Câmara (Prefeitura), ambos terminados no século XVI. As
construções medievais estão ainda presentes no lugar do mercado público.
Destacam-se também os Jardins Botânico e Zoológico e o Museu de Belas Artes,
onde se encontram expostas algumas das obras-primas dos mestres flamengos,
reconhecidos pela sua excelência na representação de pormenores pictóricos,
como sejam as jóias e os tecidos, que têm uma incrível semelhança com os
objetos reais, para além da qualidade da cor exibida nos seus quadros.
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