quinta-feira, 30 de outubro de 2014

JORDÃO DE OLIVEIRA

Arte pictórica

O grande mestre da pintura sergipana

Jordão de Oliveira (Jordão Eduardo de Oliveira Nunes), pintor, professor, poeta e escritor.

Por Mário Britto

Nascimento: no dia 13 de outubro de 1900, em Aracaju/SE. Falecimento: no dia 08 de abril de 1980, Rio de Janeiro/RJ.


De origem humilde, descobre-se artista em Aracaju, onde iniciou os primeiros estudos e fez os primeiros desenhos em crayon, sob a influência do mestre Quintino Marques, realizando nesse período sua primeira exposição individual. Mudou-se para Recife e, posteriormente, em 1921, para o Rio de Janeiro, onde viveu até o seu falecimento.
No Rio de Janeiro, estudou na Escola Nacional de Belas Artes, com mestres do quilate de Batista da Costa, Lucílio Albuquerque e Rodolfo Chamberland, tornando-se, em 1930, docente de pintura e catedrático de modelo-vivo na respeitável instituição. Foi um dos professores mais queridos da ENBA. Em 1937, assumiu a presidência da Sociedade de Belas Artes.



De 1924 a 1978, participou de diversas exposições pelo país e no exterior, a exemplo dos salões de arte de Rosário de Santa Fé, na Argentina e da Feira Internacional de Nova Iorque, nos Estados Unidos.


Jordão de Oliveira foi presença de destaque nos Salões Nacionais de Belas Artes, promovidos pela Escola de Belas Artes do Rio de Janeiro, nos quais conquistou, entre outros: em 1933, o prêmio de “Viagem ao Exterior”, o mais cobiçado deles e em 1938, a Medalha de Ouro. Em 1944, foi júri do Salão Estadual de São Paulo e do Salão Nacional de Belas Artes.

Suas obras estão espalhadas em importantes espaços, entre tantos, destacamos: o Nacional de Belas Artes, o Palácio do Catete, a Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro e a Ordem Terceira da Candelária, todos no Rio de Janeiro/RJ; o Palácio do Rio Negro e o Museu Imperial, em Petrópolis/RJ; o Palácio do Ingá e o Museu Antônio


Parreiras, em Niterói/RJ; a Pinacoteca do Estado de São Paulo/SP e, ainda: os Ministérios da Aeronáutica e da Agricultura; as Faculdades de Medicina e Odontologia da Universidade do Brasil e a Faculdade Nacional de Direito.

Hoje, grande parte de suas obras se encontra na pinacoteca que recebeu seu nome, no Instituto Histórico e Geográfico de Sergipe – IHGS, em Aracaju/SE. Em 1978, Jordão de Oliveira realizou sua última exposição individual, na Galeria Horácio Hora, em Aracaju/SE, sob a Curadoria de Luiz Adelmo. Em 2012, participou, in memorian, da coletiva “Coleção Mário Britto”, edição especial Mostra Aracaju/SE.




Em Sergipe, o hall de entrada do Museu-Palácio Olímpio Campos abriga dois importantes painéis encomendados durante o Governo Leandro Maciel (1955-1959) e desenvolvidos na década de sessenta, no Governo de Luiz Garcia. Neles, Jordão retrata elementos da base econômica de desenvolvimento do Estado. Em 1980, foi inaugurada a Galeria Jordão de Oliveira na biblioteca da Universidade Federal de Sergipe, São Cristóvão/SE.


Fonte: PGE SE.

Como escritor, Jordão de Oliveira publicou três livros: em 1975, “Caminhos Perdidos” (memórias); em 1976, “A Cor das Coisas (poemas) e, em 1980, “Delta”(poemas). Comentando seu livro de estréia, o romancista baiano Jorge Amado, em carta enviada ao poeta-pintor diz o seguinte: “(…) Tudo é bonito em seu livro, como em sua pintura. Há páginas que são obras-primas como a Carta de Mamãe no capítulo 44. Que livro mais bonito seu Jordão! Não importa o rótulo, de memória ou romance é a presença de um homem de verdadeira grandeza”.

Depois de sua morte, em 1982, através da Lei nº 365/82, a Rua Bojuru, na Ilha do Governador, na qual o pintor residiu por muitos anos, passou a ser chamada Rua Jordão de Oliveira.

A obra de Jordão revela beleza e sintonizada harmonia entre inspiração e técnica acadêmica. De sua paleta, não saem cores vivas, porque é na densidade dos tons ocres e escuros que ele encontra a luminosidade vista em suas deslumbrantes paisagens. Retratista, em sua iconografia encontramos pessoas comuns, mas, sobretudo, personalidades importantes. Sobre a obra se Jordão de Oliveira, escreveu no Dicionário Brasileiro de Artista, o respeitado crítico de Artes Walmir Ayala: Seu colorido discreto completa na sua obra o equilíbrio das massas e as sutilezas de luz e sombra. Sem demonstrar preferências por um único gênero, consegue interpretar seus modelos com semelhança e sem amaneiramentos de forma e suas paisagens reproduzem aspectos de horizonte amplo, de perspectiva bem compreendida.”

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