Série: os grandes jornalistas da
imprensa brasileira
O fundador do jornal
Estado de São Paulo
Júlio César
Ferreira de Mesquita (Campinas, 10 de agosto de 1862 — São Paulo, 15 de março de 1927) foi
um advogado, politico e jornalista brasileiro,
proprietário do jornal O Estado de S. Paulo.
Nasceu em Campinas.
Com a idade de 3 anos foi para Portugal com
seus pais, onde fez os primeiros estudos. Regressando, estudou em Campinas, nos
colégios Morton e Culto à Ciência e em São Paulo, onde
se formou pela Faculdade de Direito da
Universidade de São Paulo em 1883. Iniciou
sua colaboração assinada em A Província de São Paulo, em
janeiro de 1885, ao redigir comentários. Em 1891, assumiu a direção do jornal.
Envolveu-se em política, aderindo
ao movimento republicano no Brasil. A trajetória política deu início
quando foi eleito vereador em
Campinas, seguido pelo cargo de secretário do primeiro governo provisório
republicano de São Paulo. Foi deputado à Constituinte paulista, senador estadual e deputado federal.
Depois tornar-se
colaborador do jornal A Província de São Paulo, então propriedade
de Francisco Rangel Pestana, assumiu a
direção. À frente do jornal em 1890, renomeou-o para O Estado de
S. Paulo, acompanhando a virada republicana do ano anterior e assumiu em
1891 a direção do O Estado de S. Paulo dando início a dinastia
que hoje controla o jornal e também a empresa. Em 1902, Júlio Mesquita, redator
desde 1885 e genro de José Alves de Cerqueira César, um dos 16
fundadores, torna-se o único proprietário do
diário, e empreendeu uma revolução editorial,
tornando-o o primeiro grande jornal desvinculado de partidos, seguindo os
passos da grande imprensa norte-americana.
Durante a Primeira Guerra Mundial perfilou seu
diário à causa aliada e, com isso, perdeu toda a publicidade da então poderosa
comunidade alemã. Lançou
o Jornal da Tarde, apelidado "Estadinho", tiragem
vespertina do jornal, dirigida pelo filho, o jovem Júlio de Mesquita Filho. Apoiou as duas
candidaturas de Rui
Barbosa e, já em 1902, rompe com o republicanismo paulista.
É um dos fundadores
da Liga da Defesa Nacional, criada por Olavo Bilac e Frederico Steidel,
organização que visava o fim das distorções da República Velha e
da Sociedade de cultura artística,
entidade filantrópica que
visava o desenvolvimento das artes em São Paulo. Em 1916 fundou a Revista do Brasil,
posteriormente controlada por Monteiro Lobato.
Júlio de Mesquita
casou-se com Lucila de Cerqueira César, filha do senador José Alves de Cerqueira César, vice-governador
do estado bandeirante, e de Maria do Carmo Salles, irmã de Manuel Ferraz de Campos Sales,
presidente da República, tetraneta de Francisco Barreto Leme do Prado, o
fundador de Campinas. O casal Júlio César e Lucila teve doze filhos: Ester,
Rachel, Rute, Maria, Júlio, Francisco, Sara, Judite, Lia, José, Suzana e
Alfredo Mesquita.
No ano de sua morte
o jornal sobrepujava os 60 mil exemplares diários. Mesquita julgou prudente,
romper relações com o governo Campos Sales. A decisão desagradou os acionistas do
jornal. Investiu na compra de suas participações e passou a ser "publisher"
do veículo.
Problemas pulmonares o
levaram ao afastamento de suas atividades. Faleceu em São Paulo, à 15 de março
de 1927.
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