O Holocausto (que grosso
modo significa "completamente queimado") foi o extermínio deliberado e sistemático
de milhões de judeus, ciganos, eslavos, opositores políticos, prisioneiros de guerra
soviéticos,homossexuais e doentes mentais e
psiquiátricos, antes e durante a Segunda Guerra Mundial, sob o Terceiro Reich na Alemanha. Alguns autores, porém, consideram que o
Holocausto se refere apenas ao extermínio dos judeus.
Na
realidade, a perseguição aos judeus teve início com a ascensão ao poder do
partido nacional-socialista, muito antes da guerra, sendo o primeiro grande
acontecimento a Noite de Cristal (Kristallnacht). Os sentimentos
anti-semitas que já de há muito existiam de forma latente entre a população
alemã foram consistentemente inflamados pela maquina de propaganda nazi.
Sobreviventes de um campo de extermínio.
|
|
Após a
conquista da Polônia, o Terceiro Reich, que havia
previamente deportado judeus e outros "indesejados", repentinamente
tinha dentro de suas fronteiras a maior concentração de judeus do mundo. A
solução foi isolá-los do resto da população, deportando-os para campos de concentração ou
obrigando-os a viver em guetos, em
condições deploráveis e de superpovoamento. Dezenas de milhares morreram assim
de fome e de doença, quantas vezes na própria rua. À medida que a Alemanha ia
conquistando novos territórios, as SS e os Einsatzgruppen, unidades
paramilitares, reuniam e assassinavam sistematicamente os judeus.
Mas foi na Conferência de Wannsee que o regime nazi
mostrou o quão longe era capaz de levar a sua loucura. Com
efeito, pretendia-se que o extermínio completo da população judaica fosse mais
célere, eficaz e, sobretudo, sistemático. Assim, em 1942, os
principais líderes nazis reuniram-se em Wannsee, nos
arredores de Berlim, a fim de encontrarem
aquilo que designaram como a Solução Final da Questão Judaica (em
alemão, "Endlösung der Judenfrage").
Tendo-se
criado toda uma rede de campos de extermínio na Alemanha e na Polónia, deu-se início, em
todos os territórios sob o domínio do Terceiro Reich (a França e a União
Soviética ocupadas, a Polónia, a Hungria, os Países Baixos, etc.), à deportação
em massa dos judeus. Nestes campos foram
mortos milhões de judeus: fuzilados, enforcados e, sobretudo, gaseados. Os deportados foram igualmente utilizados
como mão-de-obra escrava e como cobaias de experiências médicas (vd. Experimentos humanos nazistas). Para
além disso, a fome e a sede, a insalubridade, a exposição aos elementos, os
maus-tratos, a pura exaustão ceifaram centenas de milhares de vidas. Em termos
globais estima-se que o total das vítimas do Holocausto se situe entre os nove
e os onze milhões, seis milhões dos quais judeus.
No Julgamento de Nuremberg, a unânime
condenação das experiências médicas levadas a cabo pelos nazis levou à criação
do Código de Nuremberg, um documento que visa definir uma ética para a
investigação médica em seres humanos.
É inegável
que os nazis sentiam um prazer absolutamente sádico com o sofrimento vivido nos
campos de morte. À entrada de um dos mais terríveis campos, Auschwitz, pode
ler-se "Arbeit Macht Frei" -- "O trabalho
liberta". No total, foram mortos
sete milhões de judeus, homossexuais, Testemunhas de Jeová, ciganos e prisioneiros políticos, a maior parte
nos campos de concentração. Nos campos morreram também milhões de
prisioneiros soviéticos e aliados.
Tem havido
alguma controvérsia quanto ao efetivo conhecimento do Holocausto pela população
alemã. Ao que tudo indica, o cidadão comum estava bem informado sobre a
existência dos campos de concentração, amplamente noticiada em muitos jornais e
revistas. Em muitos locais da Alemanha e países ocupados, os judeus tinham de
atravessar, às centenas, cidades e aldeias, a caminho das empresas que os
utilizavam como mão-de-obra escrava. De qualquer forma, os soldados aliados
testemunharam que o cheiro dos campos podia ser sentido numa área de muitos
quilómetros. Um pequeno número de
pessoas nega liminarmente que o Holocausto tenha ocorrido, se bem que tais
teses tenham vindo a ser solidamente refutadas pelos mais conceituados
historiadores.
Nenhum comentário:
Postar um comentário