segunda-feira, 27 de outubro de 2014

O HOLOCAUSTO

 

Holocausto (que grosso modo significa "completamente queimado") foi o extermínio deliberado e sistemático de milhões de judeusciganoseslavos, opositores políticos, prisioneiros de guerra soviéticos,homossexuais e doentes mentais e psiquiátricos, antes e durante a Segunda Guerra Mundial, sob o Terceiro Reich na Alemanha. Alguns autores, porém, consideram que o Holocausto se refere apenas ao extermínio dos judeus.



Na realidade, a perseguição aos judeus teve início com a ascensão ao poder do partido nacional-socialista, muito antes da guerra, sendo o primeiro grande acontecimento a Noite de Cristal (Kristallnacht). Os sentimentos anti-semitas que já de há muito existiam de forma latente entre a população alemã foram consistentemente inflamados pela maquina de propaganda nazi.

Sobreviventes de um campo de extermínio.

Sepultura simbólica de Margot e Anne Frank, vítimas de Bergen-Belsen.










Após a conquista da Polônia, o Terceiro Reich, que havia previamente deportado judeus e outros "indesejados", repentinamente tinha dentro de suas fronteiras a maior concentração de judeus do mundo. A solução foi isolá-los do resto da população, deportando-os para campos de concentração ou obrigando-os a viver em guetos, em condições deploráveis e de superpovoamento. Dezenas de milhares morreram assim de fome e de doença, quantas vezes na própria rua. À medida que a Alemanha ia conquistando novos territórios, as SS e os Einsatzgruppen, unidades paramilitares, reuniam e assassinavam sistematicamente os judeus.


Mas foi na Conferência de Wannsee que o regime nazi mostrou o quão longe era capaz de levar a sua loucura. Com efeito, pretendia-se que o extermínio completo da população judaica fosse mais célere, eficaz e, sobretudo, sistemático. Assim, em 1942, os principais líderes nazis reuniram-se em Wannsee, nos arredores de Berlim, a fim de encontrarem aquilo que designaram como a Solução Final da Questão Judaica (em alemão, "Endlösung der Judenfrage").
Tendo-se criado toda uma rede de campos de extermínio na Alemanha e na Polónia, deu-se início, em todos os territórios sob o domínio do Terceiro Reich (a França e a União Soviética ocupadas, a Polónia, a Hungria, os Países Baixos, etc.), à deportação em massa dos judeus. Nestes campos foram mortos milhões de judeus: fuzilados, enforcados e, sobretudo, gaseados. Os deportados foram igualmente utilizados como mão-de-obra escrava e como cobaias de experiências médicas (vd. Experimentos humanos nazistas). Para além disso, a fome e a sede, a insalubridade, a exposição aos elementos, os maus-tratos, a pura exaustão ceifaram centenas de milhares de vidas. Em termos globais estima-se que o total das vítimas do Holocausto se situe entre os nove e os onze milhões, seis milhões dos quais judeus.
No Julgamento de Nuremberg, a unânime condenação das experiências médicas levadas a cabo pelos nazis levou à criação do Código de Nuremberg, um documento que visa definir uma ética para a investigação médica em seres humanos.


É inegável que os nazis sentiam um prazer absolutamente sádico com o sofrimento vivido nos campos de morte. À entrada de um dos mais terríveis campos, Auschwitz, pode ler-se "Arbeit Macht Frei" -- "O trabalho liberta". No total, foram mortos sete milhões de judeus, homossexuais, Testemunhas de Jeová, ciganos e prisioneiros políticos, a maior parte nos campos de concentração. Nos campos morreram também milhões de prisioneiros soviéticos e aliados.


Tem havido alguma controvérsia quanto ao efetivo conhecimento do Holocausto pela população alemã. Ao que tudo indica, o cidadão comum estava bem informado sobre a existência dos campos de concentração, amplamente noticiada em muitos jornais e revistas. Em muitos locais da Alemanha e países ocupados, os judeus tinham de atravessar, às centenas, cidades e aldeias, a caminho das empresas que os utilizavam como mão-de-obra escrava. De qualquer forma, os soldados aliados testemunharam que o cheiro dos campos podia ser sentido numa área de muitos quilómetros. Um pequeno número de pessoas nega liminarmente que o Holocausto tenha ocorrido, se bem que tais teses tenham vindo a ser solidamente refutadas pelos mais conceituados historiadores.

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