JOACI GÓES
Em todos os lares e
bares do Brasil, a pergunta ouvida até o próximo domingo à noite é: Quem
vencerá estas eleições presidenciais, Dilma ou Aécio?
Com margem tão
diminuta de vantagem com que os dois candidatos se alternam na liderança da
preferência popular, só nos resta aguardar a contagem dos sufrágios que, graças
à computação eletrônica, nos dará o resultado final por volta das vinte horas
de Brasília, tempo suficiente para abranger os votos apurados nos estados que
obedecem a fusos horários distintos do da Capital Federal.
O mapa das
pesquisas revela que a votação de Dilma ocorrerá, de modo acentuadamente
preponderante, entre os eleitores de mais baixo nível de conhecimento,
habitantes dos grotões dos estados mais atrasados da Federação e da periferia
dos grandes centros urbanos do País, fato que, por si só, contém uma
advertência de caráter sócio-político-cultural, nada negligenciável.
Aécio, por outro
lado, conta com a maioria esmagadora do eleitorado politicamente esclarecido,
independentemente do seu nível de renda.
Fere-se, portanto,
como vem sendo sustentado dentro e fora do Brasil, uma luta entre a consciência
ocidental e o radicalismo primitivo, de inspiração bolivariana, que tem como
mentores o sanguinário ditador cubano Fidel Castro, o cocaleiro Evo Morales, o
morto venezuelano fronteiriço Hugo Chavez e seu sucessor, o motorista de
caminhão Nicholas Maduro, a presidente da Argentina Cristina Kirschner, o
presidente do Equador Rafael Corrêa, e Daniel Ortega, presidente da Nicarágua.
Trata-se, de fato, de um time capaz de fazer escurecer as trevas.
Se Aécio Neves for
o vencedor, caber-lhe-á manter as atuais conquistas da população mais pobre,
iniciadas com Fernando Henrique Cardoso e continuadas nos governos petistas.
Trata-se, portanto, de conquistas que podem e devem ser aperfeiçoadas, a
exemplo de bônus adicionais aos beneficiários do Bolsa Família que, por si e ou
por seus dependentes, implementarem práticas destinadas ao aumento dos seus
atuais níveis de conhecimento. Afinal de contas, o Bolsa Família não foi
concebido para ser um fim em si mesmo, mas como uma medida de caráter
assistencialista, destinada a durar o tempo necessário para permitir o avanço
dos recipiendários que operam muito abaixo de suas potencialidades, por força
de insuficiente educação, sendo o objetivo final preparar cada um de todos os
cidadãos para tornar dispensável qualquer medida ancilar compensatória de suas
deficiências no aproveitamento das benesses de uma cidadania plena. Inquestionavelmente,
é núcleo do mais baixo populismo atuar no sentido de eternizar políticas
assistencialistas que resultam da incompetência gerencial do setor público, a
maior de todas sendo a distribuição desigual do acesso a uma educação de
qualidade.
As preocupações
maiores do povo brasileiro, nesta encruzilhada, advêm de uma eventual reeleição
de Dilma, fato que, segundo as pesquisas, tem 50% de possibilidades de ocorrer.
Nessa hipótese, a oposição a Dilma, por ser constituída pelos segmentos mais
esclarecidos da sociedade, não suportará a continuidade do ambiente de
impunidade reinante relativamente aos que vivem de assaltar o Erário, destruir
as grandes empresas públicas nacionais e hostilizar os setores produtivos da
sociedade, em nome de uma fajuta prática revolucionária malandramente alegada
de inspiração gramciana, quando, na verdade, se trata de locupletamento
primário e voraz.
A sofrida
tolerância com tão graves desvios de conduta só tem sido possível graças ao
catártico, regular e democrático comparecimento às urnas que dá ao povo a
possibilidade de mudar os rumos de seu destino, pela eleição de novos
protagonistas políticos.
Não é mais possível
retesar a corda da paciência nacional.
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