segunda-feira, 10 de novembro de 2014

A LENDA SOBRE A LAGOA DO ABAETÈ (“... é uma lagoa escura, arrodeada de areia branca”).

Onde mora Iara


Cantada por Dorival Caymmi, a Lagoa do Abaeté é um dos principais cartões-postais da cidade de Salvador. Suas águas escuras, arrodeadas por areias alvas como flocos de neve, criam um contraste encantador, aguçado pelo azul do céu de nuvens esparsas e os raios de sol. Num verdadeiro arco-íris cromático próprio.






A maior profundidade da lagoa é de cinco metros e sua coloração é escura. Ela se deve à grande quantidade de minerais e micro-organismos presentes em toda a sua extensão. As dunas, formadas de areias trazidas pelo vento das praias de Itapuã e adjacências, foram cuidadosamente emolduradas pela cobertura vegetal ao longo dos anos. A flora, exuberante, guarda ali raros exemplares de orquídeas em meio a frutíferas goiabeiras e cajueiros. Sinta-se à vontade para degustar estas maravilhas tropicais, verdadeiros presentes da natureza. Não fica atrás a fauna exuberante, sobretudo a família das aves. Incontestavelmente belas.


A Lagoa do Abaeté pode ter sido resultado do represamento de antigos rios que corriam na região, somado ao acúmulo de águas da chuva. Suas correntes de água não se misturam, propiciando variadas temperaturas em toda a sua extensão. O visitante agradece o mergulho refrescante enquanto relaxa, curtindo o tempero do dendê da Bahia. Os mais de 18 mil m² de área preservada transformam o Parque da Lagoa do Abaeté em um dos maiores centros de lazer ecológico de todo o Nordeste. 


Corre entre a maioria dos baianos que a natureza da Lagoa não obedece a fatores geológicos, ela obedece, tão só, aos ditames dos sentimentos. O maior deles, o amor. Relata lenda corrente entre nós, que uma índia ia se casar e, no dia aprazado para as núpcias, o índio não se apresentou. A índia ficou pronta para a festa, esperando o noivo aparecer. Ele sumira, como que por encanto. A índia começou a chorar e, foram tantas as suas lágrimas, que deram para formar a lagoa. Com o seu véu de noiva, formaram-se as dunas do Abaeté.


Esta é uma das versões do nascimento da lagoa. Magnificamente explorada pelo nosso maior menestrel, Caymmi.


Se a versão é verdadeira ou não, cabe ao nosso coração julgar.

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