Por
Alex Ferraz
Fato número
1: no governo do general Figueiredo, Hélio Beltrão ocupou o cargo de Ministro
Especial da Desburocratização, de 1974 a 1983, com a missão que, se veria
depois ser impossível, de acabar com o excesso de burocracia no Brasil. Beltrão
morreu em 1997, vendo um país cada vez mais burocrático. Nada mudou, porque
acabar com a burocracia significa mexer com altíssimos interesses financeiros
de fortíssimos grupos e do próprio governo.
Fato número
2: em junho/julho de 2013, milhões de pessoas foram às ruas, pacificamente, em
todo o País, exigindo não só passagem de ônibus mais barata, mas
fundamentalmente o fim da corrupção e clamando por políticos que respeitassem
mais a sociedade. Rapidamente entrou em campo uma turba enfurecida, quebrando e
incendiando tudo e, é claro, afastando as pessoas honestas e sérias das ruas. E
nada mudou, mais uma vez. Nem os discursos de campanha!
Conclusão:
diante dos fatos expostos e de uma notícia mais recente, divulgada ontem, dando
conta de que os parlamentares membros dada CPI de Petrobras fizeram um acordo
(ô palavrinha que soa mal, chega a feder, quando pronunciada por certos
políticos) e decidiram não convocar Dilma, ministros nem o ex-presidente Lula –
embora citados nas delações em relação aos escândalo de corrupção envolvendo a
Petrobras – para depor.
Ora, nos
discursos de campanha recentes, tanto Dilma como o próprio Lula falaram quase
às lágrimas sobre como a corrupção é combatida (sic) no País e prometeram que
muito mais será feito contra ela (a corrupção, claro!) nos próximos anos.
Todavia, mal desligadas as urnas eletrônicas e conquistada a vitória, os atos
começam a indicar que mais uma vez nada mudará.
Aliás, as
cifras literalmente bilionárias dos custos de campanha (só para senador,
somando-se aqueles eleitos em 2010, calcula-se algo em torno de R$ 1,1 bilhão),
oriundas de doações de potentes grupos empresariais privados, já dão um indício
de que mudança é o que menos se quer, nessas esferas e no Planalto, na política
deste país.
Gostaria
que os leitores prestassem atenção nessas cifras, quem têm sido amplamente
divulgadas pela imprensa, e deduzam se é possível termos um Congresso ou mesmo
assembleias legislativas independentes e comprometidas com mudanças que
poderiam acabar com fontes inesgotáveis e, repito, bilionárias de “recursos
para campanha”. Explico as aspas: sabe-se que parte desses recursos não é usada
na campanha. Podem crer. Para onde vão? Só os gatos sabem, porque eles comeram.
Concluindo,
tudo isso me faz descrer cada vez mais na possibilidade de termos um país
“diferente”, seja com quem for dos que mostraram a cara, nas próximas décadas.
A tendência infelizmente, é que, usando o artifício de dividir o país e seguir
na manutenção de um fabuloso exército de mais de 45 milhões de eleitores
conquistados pela esmolas do Bolsa Família, continuemos nesse arremedo de
democracia que a cada dia se torna mais arremedo. Mas vamos torcer para que eu
esteja errado.
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