segunda-feira, 10 de novembro de 2014

BUROCRATIZAÇÃO E CORRUPÇÃO, UMA RIMA SEM SOLUÇÃO

Por
Alex Ferraz


Fato número 1: no governo do general Figueiredo, Hélio Beltrão ocupou o cargo de Ministro Especial da Desburocratização, de 1974 a 1983, com a missão que, se veria depois ser impossível, de acabar com o excesso de burocracia no Brasil. Beltrão morreu em 1997, vendo um país cada vez mais burocrático. Nada mudou, porque acabar com a burocracia significa mexer com altíssimos interesses financeiros de fortíssimos grupos e do próprio governo.

Fato número 2: em junho/julho de 2013, milhões de pessoas foram às ruas, pacificamente, em todo o País, exigindo não só passagem de ônibus mais barata, mas fundamentalmente o fim da corrupção e clamando por políticos que respeitassem mais a sociedade. Rapidamente entrou em campo uma turba enfurecida, quebrando e incendiando tudo e, é claro, afastando as pessoas honestas e sérias das ruas. E nada mudou, mais uma vez. Nem os discursos de campanha!
Conclusão: diante dos fatos expostos e de uma notícia mais recente, divulgada ontem, dando conta de que os parlamentares membros dada CPI de Petrobras fizeram um acordo (ô palavrinha que soa mal, chega a feder, quando pronunciada por certos políticos) e decidiram não convocar Dilma, ministros nem o ex-presidente Lula – embora citados nas delações em relação aos escândalo de corrupção envolvendo a Petrobras – para depor.


Ora, nos discursos de campanha recentes, tanto Dilma como o próprio Lula falaram quase às lágrimas sobre como a corrupção é combatida (sic) no País e prometeram que muito mais será feito contra ela (a corrupção, claro!) nos próximos anos. Todavia, mal desligadas as urnas eletrônicas e conquistada a vitória, os atos começam a indicar que mais uma vez nada mudará.
Aliás, as cifras literalmente bilionárias dos custos de campanha (só para senador, somando-se aqueles eleitos em 2010, calcula-se algo em torno de R$ 1,1 bilhão), oriundas de doações de potentes grupos empresariais privados, já dão um indício de que mudança é o que menos se quer, nessas esferas e no Planalto, na política deste país.
Gostaria que os leitores prestassem atenção nessas cifras, quem têm sido amplamente divulgadas pela imprensa, e deduzam se é possível termos um Congresso ou mesmo assembleias legislativas independentes e comprometidas com mudanças que poderiam acabar com fontes inesgotáveis e, repito, bilionárias de “recursos para campanha”. Explico as aspas: sabe-se que parte desses recursos não é usada na campanha. Podem crer. Para onde vão? Só os gatos sabem, porque eles comeram.
Concluindo, tudo isso me faz descrer cada vez mais na possibilidade de termos um país “diferente”, seja com quem for dos que mostraram a cara, nas próximas décadas. A tendência infelizmente, é que, usando o artifício de dividir o país e seguir na manutenção de um fabuloso exército de mais de 45 milhões de eleitores conquistados pela esmolas do Bolsa Família, continuemos nesse arremedo de democracia que a cada dia se torna mais arremedo. Mas vamos torcer para que eu esteja errado.


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