Monumento da arquitetura mundial
“É o castelo mais admirável do mundo.” Preservou a arte dos cruzados sob
a forma de afrescos.
O Krak dos
Cavaleiros (em língua
francesa, "Krak des Chevaliers";
designado pelos muçulmanos como "qalajat al-Husn") localiza-se na atual Síria, 65 km a oeste da cidade de Homs, perto da fronteira Líbano-Síria.
A expressão "Krak" ou
"Karak" designa um tipo de fortificação erguida no século XII e no século XIII pelos Cruzados, nas regiões das atuais Síria e Palestina, para assegurar a defesa dos chamados "Reinos Latinos do Oriente". Os principais eram o Krak
dos Cavaleiros, que defendia o limite Nordeste do Condado de Tripoli, o Krak de Montreal, em al-Chawbak, defendendo o limite
Sudeste do Reino de Jerusalém, e o Krak de oab, em al-Karak, também no Reino de
Jerusalém.
O Krak dos
Cavaleiros foi erguido sobre
um esporão rochoso do deserto sírio com a função de proteger a rota que unia a
cidade síria de Homs(sob domínio muçulmano) à de Trípoli (Líbano), capital do condado de Trípoli, na
costa do mar Mediterrâneo.
Atualmente é uma dos mais bem
preservados exemplares da arquitetura
militar da Idade Média na região, estando classificado pela UNESCO como Património
Mundial desde 2006.
O castelo foi erguido em duas etapas. Na primeira, foram levantadas as muralhas exteriores e um núcleo interno, composto por pequenas edificações
de planta quadrada, de modo que, em 1170, as obras estavam concluídas. Em 1202, um terramoto afetou parte do conjunto, de maneira que, pouco tempo depois,
iniciou-se uma grande reestruturação das defesas, conferindo-lhe a atual
feição: uma muralha exterior de trinta metros de largura, amparada por sete torres com 8 a 10 metros de largura, definindo uma fortificação
concêntrica. As escarpas do esporão foram aproveitadas com fins táticos.
Ainda que o local em que se erguia pudesse ser considerado ideal,
uma fortificação neste ponto possuía dois pontos fracos: o portão de armas e o
flanco Sul, voltado para a planície. Para defender este lado exposto, ergueu-se
uma muralha de alvenaria com três grandes torres, precedido de um extenso parapeito também
de alvenaria, que em alguns trechos possuía 25 metros de espessura.
A questão de defesa da entrada foi solucionada construindo-se um
acesso em ziguezague pelo declive escarpado, de modo a expor as forças de um invasor ao
fogo dos defensores. Entre as portas exterior e interior, um estreito caminho entre as muralhas e
defesas colossais.
A possibilidade de sujeitar a fortificação mediante um assédio
também era dificultada. O conjunto contava com um armazém principal de 120
metros de largura e com armazéns adicionais escavados na rocha sob o castelo,
onde se armazenavam água e alimentos suficientes para sustentar durante muito
tempo uma guarnição de 2.000 homens. Estima-se que, completamente abastecida,
ela estaria em condições de resistir a um assédio de cinco anos.
Complementarmente ao controle da rota até ao mar Mediterrâneo, os Hospitalários exerceram
influência sobre o lago Homs a Leste, onde podiam ter controlado a
indústria pesqueira vigiado as forças muçulmanas reunidas na Síria.
Em nossos dias, o castelo encontra-se preservado em boas condições,
sendo considerado um dos mais belos exemplos de arquitetura militar europeia na região. Pertence ao governo
sírio, que o mantém aberto como atração turística. Entre os destaques encontram-se a dupla cintura de muralhas que envolve os edifícios de habitação, uma capela em estilo românico, uma
grande sala e uma galeria em estilo gótico que
data do século XIII.
Em julho de
2013, no contexto da guerra civil Síria, esta fortaleza foi tomada por rebeldes sírios e
posteriormente foi bombardeada pela aviação militar síria, causando diversos danos a estrutura. Posteriormente,
o governo tomou a torre novamente.
Krak é um
dos poucos lugares do mundo onde se preservou a arte dos cruzados, sob a forma
de afrescos.
Eduardo I de Inglaterra, durante a Nona Cruzada, em 1272, viu a
fortaleza e utilizou-a como modelo para os seus próprios castelos na Inglaterra e em Gales.
De acordo
com uma descrição de T. E. Lawrence ("Lawrence
da Arábia"), o Krak dos Cavaleiros é "o castelo
mais admirável do mundo".
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