Série: Municípios brasileiros
A cidade dos príncipes
Joinville é um município localizado na região nordeste do estado de Santa Catarina. Com uma
área de 1125,70 quilômetros quadrados, possui uma população de 554 601 habitantes
em 2014 (IBGE, estimativas), o que configura como o município mais
populoso do estado, à frente da capital, Florianópolis, o
terceiro da Região Sul e o 36º do Brasil. Pertence
à Microrregião de Joinville e à Mesorregião do Norte Catarinense e é
sede Região Metropolitana do
Norte/Nordeste Catarinense, a qual contava, no último censo, aproximadamente
1,1 milhões de habitantes.
A cidade possui um dos mais altos índices de desenvolvimento
humano (0,809) entre os municípios brasileiros, ocupando
a 21ª posição nacional e a quarta entre os municípios catarinenses. Joinville ostenta os títulos de "Manchester Catarinense",
"Cidade das Flores", "Cidade dos Príncipes", "Cidade
das Bicicletas" e "Cidade da Dança". É ainda,
conhecida por sediar o Festival de Dança de Joinville, a Escola do Teatro Bolshoi no
Brasil e o Joinville Esporte Clube.
Os registros dos primeiros habitantes da região de
Joinville datam de 4800 a.C. Os
indícios de sua presença encontram-se nos mais de 40 sambaquis e sítios arqueológicos do município. O
homem-do-sambaqui praticava a agricultura, mas tinha
na pesca e
coleta de moluscos as atividades básicas para sua subsistência.
Índios tupis-guaranis (especificamente, carijós) ainda
habitavam as cercanias quando chegaram os primeiros imigrantes europeus.
No século XVIII, estabeleceram-se, na região, famílias de
origem portuguesa, com seus escravos negros,
vindos provavelmente da capitania de São Vicente (hoje estado de São Paulo) e da
vizinha cidade de São Francisco do Sul. Adquiriram lotes de terra (sesmarias) nas
regiões do Cubatão, Bucarein, Boa Vista, Itaum, Morro do Amaral e aí passaram a
cultivar mandioca, cana-de-açúcar, arroz e milho, entre
outros produtos.
Casa Enxaimel - Exemplo da herança germânica de Joinville
No dia 1 de maio de 1843, a princesa Dona Francisca Carolina, filha de Dom Pedro I, casou-se
com o príncipe de Joinville François Ferdinand, filho do rei dos
franceses Luís Felipe, e recebeu como dote de casamento um pedaço de terra
próximo à colônia de São Francisco, hoje a cidade de São Francisco do Sul. Em 1846, o
engenheiro Jerônimo Coelho viajou
ao local para fazer a demarcação das terras.
Em 1848, o rei dos
franceses Luís Felipe foi destronado e seu filho François se refugiou na Inglaterra. Ao
começar a sofrer dificuldades financeiras, vendeu o território ao então dono da Sociedade Colonizadora
Hamburguesa, o senador alemão Christian Mathias Schroeder, oito das 25
léguas recebidas como dote. O senador lançou, então, um projeto de povoação de
parte desse território.
De acordo
com o historiador Apolinário Ternes, o projeto
iniciou‐se um ano antes da chegada da Barca Colon, que
partiu de Hamburgo em
1851. Em 1850, veio o vice-cônsul Léonce Aubé,
acompanhado de duas famílias de trabalhadores braçais, mais o engenheiro
responsável das primeiras benfeitorias e demarcações do que viria a ser a nova
colônia, e também do cozinheiro franco-suíço Louis Duvoisin. Louis
Duvoisin veio ao Brasil anos
antes com a expedição do 1842, o Benoît Jules Mure, na instalação fracassada do Falanstério do Saí. A barca Colon partiu de Hamburgo levando os primeiros imigrantes. No dia 9 de março do
mesmo ano, a barca chegou ao local e foi fundada a Colônia Dona Francisca. A população foi
reforçada com a chegada da barca Emma & Louise, com 114 pessoas. Em 1852, foi
decidido que, em homenagem ao príncipe François, a cidade passaria a se chamar
Joinville.
Uma
residência de verão foi construída para abrigar o príncipe e a princesa de
Joinville, com um caminho de palmeiras em frente à casa. Entretanto, nenhum dos
dois chegou a conhecer a cidade. A casa
que foi construída para os príncipes atualmente
é o "Museu Nacional de Imigração e
Colonização – Palácio dos Príncipes de Joinville", e a via à sua frente
tornou-se a Rua das Palmeiras, hoje ponto turístico da cidade.
Entre as
décadas de 1950 e 1980, a cidade tornou-se essencialmente industrial, ficando
conhecida como "Manchester Catarinense".
Jonville
possui tanto turismo natural quanto cultural, representado principalmente pelos
museus. Destacam-se:
Parque
Zoobotânico: localizado no Morro do Boa Vista, o parque é repleto de fauna e
flora típicas da região, além de contar com um lago, um parquinho para as
crianças e quiosques para piquenique;
Parque
Caieira: localiza-se na zona sul da cidade. É um pedaço da Mata Atlântica, com
trilhas para caminhada e um mirante para admirar a Baía da Babitonga, que banha
o ponto turístico.
Parque
Ecológico Morro do Finder: localizado no bairro Bom Retiro, o Parque Morro do
Finder oferece diversas trilhas para caminhada e uma principal voltada para a
prática do "mountain bike". No final dessa trilha, há um mirante, de
onde é possível ver a cidade de São Francisco do Sul;
Mirante:
localizado no topo do Morro do Boa Vista, poucos quilômetros depois do
Zoobotânico, o mirante, com 250m de altura, é uma das principais atrações da
cidade. Ao subi-lo, é possível desfrutar a visão magnífica de toda a cidade,
inclusive da Baía da Babitonga. Atualmente encontra-se em reforma, sem previsão
para ficar pronto;
Praia do
Vigorelli;
Estrada do
Rio Bonito: localiza-se no km 22 da BR-101 na Zona Rural. Uma estrada belíssima
cheia de elementos naturais com arquitetura e quitutes germânicos. No percurso
há ruas que levam a restaurantes, residências e pesque-pague. No final da
estrada há um restaurante tipicamente alemão, que oferece pratos como o marreco
recheado, com estacionamento pago; o Rio Bonito, bom para banhos; trilhas;
espaço aberto sob as árvores para descanso; campinho de futebol. Depois dessa
estrada há outra que termina num hotel com piscinas (natural e artificial) e
campo de bocha;
Museu
Arqueológico de Sambaqui: localizado na Avenida Beira-Rio, no Centro, possui
fósseis e conta a história dos sambaquianos que habitavam à região;
Rua das
Palmeiras: localiza-se no centro da cidade. As mudas foram trazidas do Rio de
Janeiro em 1873 e plantadas em frente ao atual Museu Nacional da Imigração. É
um cartão-postal da cidade devido à altura das árvores, que impressionam
moradores e turistas. Além das palmeiras, a rua tem flores e bancos para descanso.
Não possui tráfego de veículos, apenas uma calçada central inaugurada em 2012;
Museu Nacional de Imigração e Colonização
de Joinville: era o chamado Maison de Joinville, construído em
1870 para abrigar a administração da Colônia Dona Francisca e que virou
museu em 1957. Nele o visitante pode conhecer os objetos que eram utilizados
pelos imigrantes, além de desfrutar a beleza do jardim e ver, em frente, a bela
Rua das Palmeiras;
Casas em
Enxaimel: casas tipicamente alemãs, encontradas no centro e também na zona rural,
que mostram como os imigrantes europeus viviam no período da colônia.
Joinville –
flores pelo mundo
Estação da
Memória: localizado no bairro Anita Garibaldi, ao lado do Shopping Joinville
(antigo Americanas). De 1906 a 1996 funcionava como estação ferroviária que
ligava Joinville às cidades vizinhas (Guaramirim, Araquari e São Franscisco do
Sul). Em 2008 foi reinaugurada, após um longo período de restauração, como
museu ferroviário. O lugar possui um parquinho para as crianças, uma ciclovia e
espaço para práticas esportivas. É um dos cartões-postais da cidade;
Expoville:
um local bom para o lazer, localizado na principal entrada da cidade, próximo
ao Pórtico da XV de Novembro e ao Moinho. Possui lago; centro comercial
Cidade de
Joinville
onde se
pode adquirir lembranças típicas da cidade; um expocentro para eventos;
parquinho; pista de automodelismo e um amplo estacionamento.
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