O conceito virgindade é
construído pela sociedade, baseado em critérios tanto biológicos quanto
sócio-culturais, e desta forma pode variar grandemente entre as culturas, sendo
muito valorizado em alguns meios sociais ou religiosos, especialmente no que
diz respeito à preservação da virgindade antes do casamento.
Biologicamente virgindade pode ser definida como o atributo de uma
pessoa (ou animal) que nunca foi submetida a qualquer tipo de relação sexual(conjunção carnal) e por tal, no caso mais específico das fêmeas, a nenhum
contato com esperma e inseminação por meios naturais; conceito
estendido atualmente também às inseminações artificiais.
Nas fêmeas de
animais dotados de hímen, é
popularmente atrelada à não violação desse. Há, contudo, mulheres virgens para
as quais naturalmente não se verifica a presença de tal película em íntegra no
órgão reprodutor, e há inclusive aquelas para as quais não se encontra
naturalmente vestígios do mesmo; sendo a definição popular, por esses e outros
motivos, incompleta frente à biológica.
Em muitas religiões, virgindade atrela-se à pureza, à
não maculação, tanto
da alma como
do corpo humanos; o que estende o conceito inclusive à
ausência de autossatisfação sexual. A mitologia Abraãmica, tanto em perspectiva cristã quanto muçulmana ou judaica,
estabelece que Maria, a mãe de Jesus (Isa na fé islâmica), o
teria concebido e dado Lhe à luz sem qualquer contato com
progenitor ou gameta masculino;
sendo sua gravidez resultado de uma intervenção divina; o que a
torna, ao menos nesses sistemas de crenças, a única mulher a dar à luz sem ser
maculada: a Virgem Maria; a "Santa Maria, mãe de Deus" -
conforme descrito na oração cristã em sua homenagem, a Ave Maria. Nas
crenças católica e ortodoxa, ela teria ainda permanecido virgem pelo resto de sua vida.
A ideia de virgindade
também remete a não utilização, como em sistemas de computador, CDs, DVDs e
outras mídias graváveis. O azeite pode ser chamado virgem ou extra-virgem, caso
tratar-se da primeira prensagem e não houver óleo refinado.
A palavra virgem tem origem no latim, na forma substantiva virgo, genitivo virgin-is, que significa "mulher jovem" ou
"menina". A palavra latina provavelmente surgiu por
analogia com um naipe de lexema baseado em vireo, significando "ser verde, fresca ou
florescente", principalmente com referência botânico - em
particular, virga significando
"tira de madeira".
O hímen é uma membrana situada na vulva que bloqueia parcialmente a entrada da vagina. Aparece
em certos mamíferos para
proteger as fêmeas durante a sua infância dos riscos de infecções, daí durante
esta fase da vida das meninas serem uma membrana relativamente espessa e
resistente, no entanto com o aproximar da puberdade essa
membrana torna-se muito fina e pouco resistente. Esta membrana é muitas vezes
rompida durante a primeira penetração do pênis na
vagina (defloração). No entanto, usar a integridade do hímen como indicação de
virgindade é relativo e enganador. O hímen pode ser destruído por atividades ou
acidentes físicos diversos, como na prática da equitação,
ginástica, ou ainda com algum movimento mais bruto, e um hímen preservado não
exclui penetração vaginal (coito), pois no
caso de o hímen ser elástico o suficiente (hímen complacente), pode permitir o
coito sem que rompa, ajustando-se ao diâmetro do pênis, podendo este tipo de
hímen só vir a se romper num coito mais “apressado” em que a lubrificação e/ou
dilatação não é a ideal ou mesmo só num parto. Para, além disso, são bem
conhecidos e documentados os casos de mulheres que pura e simplesmente nascem
sem hímen.
Historicamente o estatuto de virgindade foi considerado como conferindo
capacidades mágicas ou sagradas. Assim por exemplo no antigo oráculo de Delfos o contato com os deuses era estabelecido pela
Pítia, uma mulher virgem. Durante a idade média,
acreditava-se que o mítico unicórnio só
podia ser domado por virgens.
Uma grande variedade de culturas tradicionais e as principais religiões monoteístas (cristianismo, islão, judaísmo)
prescrevem a virgindade até o casamento.
A virgindade é um
conceito importante na tradição cristã, especialmente no que diz respeito à Virgem Maria (veja virgindade perpétua de Maria e nascimento virginal de Jesus, por exemplo), que
ocupa um lugar central no dogma cristão católico e ortodoxo. Votos
de castidade e celibato são
necessários para entrar na vida monástica ou
no sacerdócio.
A liberalização dos comportamentos sexuais permitida entre outros pela contracepção hormonal
e a emancipação social das mulheres alterou profundamente a visão da
virgindade nas sociedades contemporâneas. Ao mesmo tempo em que a contracepção
permitiu separar a sexualidade do ato de procriação, a virgindade perdeu o seu
papel de garantia de legítima filiação no casal.
Estas mudanças
dessacralizaram o papel social da virgindade, que adotou em certos casos um
valor negativo e angustiante, como pretenso indicador de incapacidade social ou
amorosa.
No entanto a
expansão de movimentos religiosos mais conservadores e a consciência dos riscos
ligados às doenças sexualmente transmissíveis como a AIDS (Brasil)
ou SIDA (Portugal)
têm levado a uma renascença da virgindade como um ideal positivo e desejável
para alguns.
Embora haja uma
grande variedade de termos empregada no âmbito do acadêmico especializado, um
termo é comum para "perda da virgindade" é iniciação sexual. Uma
teoria hipotetiza que existe um desenvolvimento adequado para esta fase, por
conseguinte, uma idade apropriada (ver idade do consentimento).
Antropologia é
o estudo do ser humano, o seu desenvolvimento e diversidade. Uma grande área
dentro da antropologia é a antropologia cultural. O trabalho de campo na antropologia cultural
implica recolher as informações a respeito de uma cultura para produzir
uma etnografia, o que
pode, então; ser comparado e contrastado com outras culturas. Muitas
etnografias fornecem informações a respeito do ponto de vista cultural sobre o
comportamento sexual, incluindo as regras e fundamentos, recompensas e
punições. As sociedades apresentam muitas vezes divergências claras nos seus
alimentos, vestuários, linguagens e tecnologia. No entanto, existem padrões
universais na linguagem, e podem ser feitas grandes classificações nos níveis
tecnológicos, como pedra, a agricultura, a cerâmica, bronze e ferro. Da mesma
forma, os antropólogos estipulam que certos valores, como a família, e tabus
como o incesto são
comuns a todas as sociedades. Mais recentemente descobriram que o amor romântico
e ciúme também são universais características do relacionamento humano.4 Os
valores sociais relacionados com a virgindade são refletidos claramente tanto
ciúme como nas ideais de amor romântico. De maior ou menor forma, eles parecem
estar profundamente arraigadas na natureza humana.
Um aspecto estudado
pela biologia é a forma como as espécies evoluem ao longo do tempo para se
adaptarem ao ambientes que vivem. No comportamento Animal (Etologia) em
especial o comportamento social de muitos mamíferos se acredita que a evolução
ocorreu pautada em princípios semelhantes. Um estudo recente fornece um exemplo
de como teoria evolutiva pode contribuir para uma importante questão relativa
às consequências do comportamento sexual humano.
Nos sistemas de
acasalamento em que determinado casal, separa-se e junta-se repetidas vezes (ou
seja, monogamia seriada), alguns machos monopolizam mais de uma fêmea durante
sua vida reprodutiva e, assim, deixam outros machos efetivamente sem poder
acasalar-se. Machos que não podem
garantir fêmeas através de métodos tradicionais podem procurar alternativas,
tais como o estupro, para garantir a passagem de seus genes em
gerações futuras.
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