Arqueologia
Sítio da arqueologia brasileira (patrimônio cultural)
Lagoa Santa é um município brasileiro do estado de Minas Gerais,
localizado na Região Metropolitana de Belo
Horizonte. Lagoa Santa encontra-se a 800 metros de altitude, possui
231,9 km² de área e uma população de 52.526 habitantes (IBGE/2010). Está
localizada a 35 km de Belo Horizonte,
776 km de Brasília,
553 km do Rio de Janeiro e 641 km de São Paulo.
Lagoa Santa
Foi fundada em 1733 por
Felipe Rodrigues, tropeiro viajante que se estabeleceu no local. Era chamada de
Lagoa Grande e Lagoa das Congonhas do Sabarabuçu. Seu nome atual teve origem no
valor curativo da água da lagoa. O nome Lagoa Santa se deu devido ao valor
curativo de suas águas. Foi Felipe Rodrigues, tropeiro viajante, quem primeiro
sentiu o efeito benéfico destas águas. Ao lavar os eczemas de sua perna,
sentiu-se aliviado de suas dores e obteve a cicatrização de suas feridas. A
notícia da cura milagrosa logo se espalhou pelos arredores e o pequeno arraial
passou a receber peregrinos em busca da cura para seus males. A perenidade da
lagoa é atestada pelos relatos dos naturalistas viajantes, desde o século XVII.
Sua profundidade não ultrapassa três metros, sendo que, a aproximadamente 40
metros de sua base, encontra-se um aquífero que contribui para a sua
existência. E também, em grande parte, alimentada por águas pluviais. Seu
formato é triangular e, no período das cheias, seu vertedouro lança suas águas
no Rio das Velhas através do Córrego do Bebedouro.
Igreja Nossa Senhora da Saúde.
A origem da cidade está ligada às propriedades das águas ali
encontradas. Segundo crenças locais, a lagoa que dá nome ao local possui
minerais com propriedades curativas, daí a associação ao nome do município.
Muitos foram os visitantes que procuravam Lagoa Santa para melhorara a saúde
banhando-se na lagoa.
Águas
quentes, medicinais – Lagoa Santa
Peter
Wilhelm Lund
Nascido em Copenhague, Lund chegou ao Brasil pela primeira vez em 1825,
em busca de ares mais puros para sua saúde debilitada. Durante sua primeira
estadia, que durou até 1829, ele se dedicou ao ofício de naturalista nos
arredores da cidade do Rio de Janeiro, coletando e estudando espécimes de formiga,
moluscos e urubus (Piló e Neves, 2002). Após passar quatro anos na Europa,
mostrando aos seus pares o resultado de suas pesquisas nos trópicos, Lund
retornou ao Brasil. Entretanto, na segunda visita, ele não se alojou no
litoral, mas sim no interior do Estado de Minas Gerais, na região de Lagoa
Santa. As riquezas geológica, paleontológica e arqueológica fascinaram-no de
tal forma que se estabeleceu definitivamente na região, onde viria a morrer em
1880 (Hurt e Blasi, 1969; Piló e Auler, 2002; Luna, 2007).
Entre 1835 e 1843, o naturalista dinamarquês e seu assinatente e
ilustrador, P. Andreas Brandt, visitaram mais de 800 cavernas, identificando
material paleontológico em pelo menos 70 delas, em seis das quais também encontraram
remanescentes esqueletais humanos. A partir desses achados foram identificados
mais de 100 gêneros e 149 espécies de animais, sendo 19 gêneros e 32 espécies
extintas (Cartelle, 1994). Entretanto, entre as inúmeras lapas, grutas e
cavernas por eles exploradas, nenhuma foi tão importante como a gruta
localizada na base do maciço da Lagoa do Sumidouro (Figura 2.1). Na maior parte
do tempo, essa gruta fica alagada, tornando impossível qualquer tipo de
exploração do seu interior. Ainda assim, durante eventos de seca intensa que
ocorrem a cada 30 anos, o nível freático fica tão baixo que é possível entrar
nela. Em 1842 e 1843, durante um desses grandes períodos de seca, Lund e Brandt
escavaram os depósitos subterrâneos da gruta do Sumidouro, que já desconfiavam
serem muito antigos (Neves et al., 2007a). Neles, Lund e Brandt encontraram
ossos humanos de muitos indivíduos, associados a ossos de animais extintos,
convencendo-os da antiguidade temporal do homem americano. Foi nessa mistura de
espécies extintas e ainda vivas que apareceram os restos enigmáticos do cavalo
e do homem, todos no mesmo estado de decomposição, de modo a não deixar nenhuma
dúvida sobre a coexistência desses seres cujos restos foram enterrados
juntos. 7 Portanto,
mais de três décadas antes que a comunidade norte-americana sequer começasse a
cogitar a existência do Homem Glacial americano,
e mais de meio século antes que as primeiras evidências nesse sentido fossem
geradas, Peter Wilhelm Lund já estava convencido de que os primeiros americanos
eram tão antigos que haviam convivido com os grandes animais extintos (Neves et
al., 2007b).
Brandt nasceu em Trondheim. Chegou ao
Brasil em 1835 onde assumiu o posto de ilustrador e assistente para o trabalho
de Lund. Ele foi o primeiro a retratar a cidade de Lagoa Santa. Suas pinturas,
desenhos e gravuras revelam um talento extraordinário e o colocam entre os
melhores ilustradores de seu tempo. Ele ilustrou, redigiu e encadernou as teses
de Peter W. Lund, além de organizar e catalogar o material encontrado por eles
nos sítios arqueológicos no entorno da cidade. Peter Andreas Brandt fundou a
primeira revista ilustrada na Noruega. Era professor de desenho e tem obras
inéditas pintadas na região de Ringerike, obras estas que se encontram no
Riksarkviet em Oslo. Ele nunca
voltou a Noruega. Morreu em Lagoa Santa em 1864 deixando uma obra pequena mas
de grande importância artística e científica para a cidade, bem como para a
Dinarmarca e a Noruega.
Preguiça
gigante – Lagoa Santa, MG
A excelência da região calcária considerando o ambiente e o clima
permitem a ocupação da região por uma fauna quaternária por volta de 25000 BP.
Os animais da megafauna que habitaram a região foram o Megatério ou preguiça gigante, mastodontes, o tigre-dente-de-sabre, o gliptodonte e o toxodonte, entre outros.
O aparecimento desses fósseis atraiu o paleontólogo dinamarquês Peter Wilhelm Lund para desenvolver pesquisas nas grutas calcárias do vale do Rio das
Velhas.
Esses achados fósseis descobertos por Lund contribuíram
significativamente para os estudos de Charles Darwin sobre a teoria da evolução. A excelência do ambiente cársico para conservação dos fósseis
permitiu encontrá-los em boas condições milhares de anos depois do
desaparecimento dos animais.
Ossada
encontrada em Lagoa Santa, MG, Brasil.
Ossadas humanas descobertas na região de Lagoa Santa estão
desafiando as teorias a respeito da ocupação humana do continente americano por
dois motivos. Primeiro porque os fósseis encontrados são bem mais antigos do
que as datas estabelecidas por essas teorias para a ocupação da América.
Segundo porque o biólogo Walter Alves Neves, da USP, os humanos que habitavam essa região possuíam traços negróides,
e não mongoloides do modo como são todos os povos indígenas americanos até
então conhecidos.
Pinturas rupestres – Lagoa Santa
A ossada de uma mulher encontrada na gruta de Lapa Vermelha IV, em Lagoa Santa, ganhou o apelido
de Luzia, dado por Walter Neves numa alusão ao
fóssil Lucy, fêmea da espécie Australopithecus afarensis achada na Etiópia em 1974 (que tem 3,5 milhões de anos).
Luzia é o mais antigo esqueleto humano já
encontrado nas Américas. Ela viveu a 11 500 anos atrás, sendo uma legítima
representante do Homem de
Lagoa Santa, como ficaram conhecidos pela ciência os humanos que habitaram
a região no passado (Neves et al., 2007b).
O maior projeto de pesquisa do Brasil acontece em Pedro Leopoldo e
é defendido por Walter Neves. Lagoa Santa por sua vez faz parte deste contexto
sendo uma das cidades que se engloba neste projeto, ficando com o mérito da
divulgação.
Fonte: Wikipédia
No município de Lagoa Santa em Minas Gerais, não existem fontes de águas termais. Acredito ter cometido um equívoco, quando você cita Lagoa Santa e apresenta em seguida a foto de um local de águas termais, se refere a outra Lagoa Santa, neste caso, a que é município do estado de Goiás.
ResponderExcluirEssa (Pinturas rupestres) na verdade fica no município de Carnaúba dos Dantas / RN - sítio arqueológico Xique-xique.
ResponderExcluirAcesse: http://paisagensdoserido.openbrasil.org/2014/01/pintura-rupestres_22.html
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