sábado, 13 de dezembro de 2014

ORIGENS DE PORTUGAL

Livro recomendado pelo Blog do Facó

1º capítulo do livro Encilhamento na História do Brasil
Crise financeira no governo provisório da República

Autor Joaquim L. De Souza*


A península Ibérica, sob o domínio romano alcançou um notável grau de desenvolvimento e progresso, foi submergida pelas invasões germânicas do século V d. C.. Diversos povos bárbaros, sobretudo os visigodos, penetraram nessa região, aproveitando o estado de franca decadência em que se encontrava o Império Romano do Ocidente. Gradualmente, os costumes bárbaros foram-se adaptando à civilização romano-cristã, elevando o nível cultural dos visigodos e devolvendo sua civilização. O progresso da monarquia visigótica na Espanha, entretanto, seria interrompido em 711. Nesse ano, os mouros invadiram a Península Ibérica, marcando o início de sua longa dominação sobre a Península.
Mas nem em todo território espanhol caíra em poder dos mouros. O príncipe visigodo Pelágio, com um punhada de fieis companheiros, refugiou-se nas montanhas de Astúrias, transformando essa pequena área na base de onde os cristãos iriam partir para a recuperação do território perdido, numa luta que durou sete séculos, sendo conhecida pelo nome de Reconquista. Aos poucos, conseguiram ampliar a área sob seu controle e, ao expulsar os mouros, ensejaram o surgimento de novos reinos cristãos, a exemplo dos quatro estados independentes: Aragão, Navarra, Castela e Leão.



Em 1808, dois nobres franceses, os condes Raimundo e Henrique de Bergonha, ofereceram seus serviços ao rei Leão para ajuda-lo a combater os mouros. Para recompensá-los pelos serviços prestados, o rei casou-os com suas filhas, doando-lhes algumas terras em território leonês, tendo Henrique sido contemplado o Condado Portugalense (situado entre os rios Minho e Tejo). Após a morte do conde Henrique, seu filho Afonso Henriques proclamou-se rei com o nome de Afonso I. três anos depois, o novo Reino de Portugal foi reconhecido pelo Papa, tornando-se um Estado separado do reino de Leão, o que não impediu D. Afonso I e seus sucessores continuarem a luta contra os mouros, afim de ampliar o território português. Assim, em meados do século XIII, conseguiram expulsar os últimos mouros da região do Algarve. Desde então, Portugal passou a ter os limites que, com pequenas alterações, conserva até hoje.
Com a dinastia de Avis, começa verdadeiramente o absolutismo monárquico em Portugal. Graças ao grande poder dos reis portugueses desse período, os quais eram apoiados pela burguesia, Portugal tornar-se-ia a maior potência europeia do século XV (1401 – 1500) a expandir-se pelo Oceano Atlântico, e a ocupar diversos territórios além-mar. Essa série de eventos levaria à descoberta do Brasil e, tão importante quanto a descoberta, é de revelar a capacidade de Portugal ter mantido unido um território tão imenso, contrariamente à América do Sul espanhola que se fragmentou em muitas nações.
Além da estabilidade política precoce, Portugal tinha, ainda, uma outra vantagem: um envolvimento de longo prazo nas rotas de comércio que ligavam o Mediterrâneo ao norte da Europa. Isso porque, no decorrer dos séculos precedentes, Lisboa tinha sido uma parada regular para comerciantes genoveses viajando do Mediterrâneo para portos do Atlântico europeu. Em consequência, por volta de 1450, Portugal já estava integrado na mais avançada rede comercial da época. Sua localização no Atlântico, também estimularia o direcionamento natural para oeste.


Eduardo Morais de Castro

*O economista e empresário Joaquim L. De Souza, como bom cronista revelado no seu trabalho anterior “Cartas de Vilhena”, volta a esquadrinhar a História do Brasil e, para deleite dos leitores ávidos por fatos e personagens marcantes da nossa historiografia, brinda-nos com a narração envolvente de um episódio nominado como “Encilhamento”, ocorrido logo após o golpe militar que derrubou a Monarquia no alvorecer da República.
O novo regime, ao reconhecer que o arcaico sistema agrário vigente,  - combatido pela nova realidade da mão de obra livre – demandava um plano capaz de provocar um salto no desenvolvimento do país, resolveu implementar um projeto de industrialização via liberação de créditos, a exemplo do que fizeram países hegemônicos da época. No Brasil, esse projeto seria deflagrado em janeiro de 1890, por Ruy Barbosa, então ministro da Fazenda  do governo provisório presidido pelo marechal Deodoro.  
A estratégia adotada, no entanto, resultaria equivocada e geradora de uma crise sem precedentes, responsável por uma inflação galopante no decorrer do tempo, bem como pela desestabilização da economia brasileira no final do século XIX.
Como bem destacado pelo nosso cronista neste livro, espera-se que as autoridades financeiras do governo brasileiro tenham sempre em mente que a “ordem monetária é a única base do progresso duradouro.”
Eduardo Morais de Castro

É Imortal pela Academia de Letras e Artes de Salvador (ALAS). 

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