Um dia, há muitos anos (quase
cinquenta), depois de ler a previsão num horóscopo de um dia pressuroso para
mim, fiz uma viagem de avião, que se constituiu no mais dramático da minha
vida. Deixei de consultá-lo. Hoje, só me apego à providência divina. Embora
saiba que sou Escorpião.
Há cerca de
dois mil anos, quando o grego Cláudio Ptolomeu sistematizou todo o conhecimento recolhido à
tradição astrológica dos povos com quem os gregos mantiveram contato, o equinócio vernal
– marca do início da primavera no
hemisfério norte – era assinalado pelo “ingresso” do Sol na constelação de
Áries. Na verdade, tratava-se do fato de que, da Terra, o Sol era visto tendo a
constelação de Áries “ao fundo”.
Como este
fato marcava o retorno da vegetação e do calor após os meses de inverno, o
momento em que a vida irrompia do solo e o início de um novo ciclo. Áries foi
considerado o primeiro signo zodiacal e as constelações seguintes passaram a
nomear os signos em sequência.
Aqui faz-se
necessário um esclarecimento. Por uma questão prática e estética, adotou-se a
ideia do círculo (360º) para a representação do céu. Este círculo também
representava o caminho do Sol através das constelações/signos. A cada signo
corresponderiam trinta graus em doze parcelas correspondentes. Esta
representação veio a ser considerada um ‘zodíaco intelectual’, já que
simplificava propositalmente a representação elíptica da órbita dos planetas.
Importa saber que, nestes tempos, ainda se acreditava que a Terra era o centro
do universo. A Astrologia e a Astronomia, até então consideradas ciências
complementares, baseavam-se na visão geocêntrica.
Com o
passar do tempo, notou-se que um fenômeno “celeste” fazia com que o ponto
equinocial de primavera retrocedesse à constelação anterior, neste caso,
Peixes. Este fenômeno veio a ser chamado de Precessão Equinocial.
A partir desta constatação, a Astrologia, que se mantinha fiel à forma
geocêntrica de representar as posições signo/planeta e à representação destas
posições dentro dos 360º graus do círculo, passou a ser violentamente
desacreditada e combatida. Entretanto, objeto de estudo e prática de inúmeros
cientistas de todas as épocas, a Astrologia seguiu atraindo adeptos e
solidificando os seus princípios e técnicas.
Este artigo
foi escrito da perspectiva da Astrologia Tropical, uma vez
que se estuda a influência dos signos e das posições planetárias recebidas por
tudo e todos que se encontram na Terra.
Pessoas
acreditam que os signos representam formas de comportamento primordiais e
simples, características que poderiam ser percebidas com facilidade, se nos
déssemos ao trabalho de verificá-las. O signo de Áries, por exemplo, pode ser
percebido em indivíduos muito enérgicos, irrequietos, cheios de iniciativa e
destemor. Podem ser impacientes e tendem a dizer o que pensam sem medir as
consequências. As situações e/ou atividades onde estas características sejam
necessárias certamente estão sobre a influência deste signo.
Outro fator
importante na percepção da influência dos signos zodiacais que adeptos da
astrologia têm é o efeito que neles produz a passagem (trânsito) dos planetas
do nosso sistema. Os estudiosos atribuíram um planeta a cada signo, cuja
influência guardava forte analogia com o assunto de cada signo. Estes planetas
vieram a ser chamados “planetas regentes”.
Como, na
Antiguidade, o método mais utilizado para a observação da movimentação
planetária era olhar para o céu, apenas cinco planetas eram visíveis. Eram
eles: Mercúrio, Marte, Vênus, Júpiter e Saturno. O Sol e a Lua eram chamados
luminares, e contavam entre os planetas, quanto à distribuição de regentes por
signo. Desta forma, o Sol e a Lua foram atribuídos aos signos de Leão e de
Câncer, respectivamente. Aos
cinco
planetas foi atribuída uma regência dupla. Vênus, por exemplo, rege a Touro e a
Libra. No primeiro, estimularia a sensualidade e a exploração dos sentidos, o
desejo pela matéria de boa qualidade, pela opulência das formas, a doçura,
quando em ambientes calmos. No segundo, o desejo pela harmonia, pelo equilíbrio
estético, a cortesia, a beleza e o charme, o desejo de seduzir pela graça.
Note-se que
o termo ‘planeta’ desde o
princípio correspondia a um corpo luminoso, que era visto no céu a “cruzar” uma
determinada constelação/signo. Este nome tem origem grega e vem do adjetivo
‘planétes’ ‘errante, vagabundo’, significando qualquer corpo celeste que, em
relação à eclíptica, apresentava órbita irregular,
dada a sofrer alterações de direção e ritmo. O movimento do Sol e o da Lua
jamais se alteram.
O signo
solar é aquele no qual o Sol é visto por ocasião do nascimento ou do início de
uma pessoa ou atividade. Quem afirma “Sou de Capricórnio!”, p. ex., nos informa
que nasceu em algum momento do período em que o Sol cruza este signo.
O signo
solar nos informa das qualidades e defeitos que precisaremos desenvolver ou
minimizar durante a vida. Refere-se a potenciais dos quais devemos nos
conscientizar, uma vez que o Sol simboliza o princípio vital, doador de vida,
assim como a consciência em estado primordial. Entretanto, para uma orientação
mais aprofundada e útil, deve-se procurar estudar o mapa natal onde, da
interação do conjunto dos doze signos, dos planetas e luminares, um astrólogo
competente levantará significados que poderão inspirar a nossa inteligência,
sugerir caminhos e escolhas adequadas para o momento.
Os signos dos
zodíacos em nu artístico
Sol: Leão;
Lua:
Caranguejo (Câncer).
Mercúrio: Gémeos e
Virgem
Vénus: Touro e
Libra
Terra: Touro
Marte: Carneiro
(Áries); Corregente: Escorpião
Júpiter:
Sagitário; Corregente: Peixes
Saturno:
Capricórnio; Corregente: Aquário
Urano: Aquário;
Netuno: Peixes;
Plutão:
Escorpião; Corregente: Áries
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