Livro, pequena resenha
Um dos livros mais polêmicos da
literatura mundial por seu conteúdo homoerótico
O Retrato
de Dorian Gray (no original em inglês, The
Picture of Dorian Gray) é um romance publicado
por Oscar Wilde,
considerado um dos maiores escritores britânicos do século XIX. Foi publicado inicialmente como a história
principal da Lippincott's Monthly Magazine em 20 de junho de 18901 . Wilde depois
reviu, alterou e ampliou essa edição, que foi publicada como a versão mais
tarde por Ward, Lock e Company em abril de 1891.
Dorian Gray
Este
"Retrato de Dorian Gray" é curioso. Um jovem que se envaidece de si mesmo, que se torna amante de si mesmo
e da arte abstrata e pura, e que em seu nome de inanidades sociais,
insensibiliza, diagnóstica e se autodesculpa. Não há redenção naquele jovem,
mesmo quando acaba por querer mudar de vida, já que o faz pelo fato novidade,
pelo amor ao novo, à arte de viver... Cheia de ilustrações que ele já quase
tinha esgotado numa vida sensaborona e sem interesse humano do que a
vilanização do ser...
O romance, de forte cariz estético, conta a
história fictícia de um homem jovem chamado Dorian Gray na Inglaterra aristocrática e hedonista do século XIX, que
torna-se modelo para uma pintura do artista Basil Hallward. Dorian tornou-se não apenas modelo de Basil pela
sua beleza física (um "Adônis que se diria
feito de marfim e pétalas de
rosa"), mas
também se tornou uma fonte de inspiração para outras obras e, implicitamente no
texto, uma paixão platônica por parte do pintor. Mas o seu retrato, que Basil
não quer expor por ter colocado "muito de mim mesmo", foi sua grande obra-prima.
Lord Henry
Wotton, um aristocrata cínico e hedonista típico da época e grande amigo de
Basil, conhece Dorian e o seduz para sua visão de mundo, onde o único propósito
que vale a pena ser perseguido é o da beleza e do prazer: "sou de
parecer que se o homem vivesse plena e totalmente a sua vida, desse forma a
todo sentimento, expressão a toda ideia, realidade a todo devaneio... creio que
o mundo
receberia um novo
impulso eufórico, um impulso de alegria que nos faria esquecer todos os males
do medievalismo e voltar aos ideais helênicos..."
No entanto, segundo Henry, a beleza é efêmera. Até
mesmo a inteligência lhe é prejudicial: "a beleza, a
verdadeira beleza, acaba onde principia a expressão inteligente",
enquanto que "a beleza é uma forma de gênio... mais elevada que o
gênio, pois dispensa explicação". Dorian foi seduzido pelas palavras
de Henry e pela tristeza de seu destino: "o senhor dispõe só de
alguns anos para viver deveras, perfeitamente, plenamente. Quando a mocidade
passar, a sua beleza ir-se-á com ela; então o senhor descobrirá que já não o
aguardam triunfos, ou que só lhe restam as vitórias medíocres que a recordação
do passado tornará mais amargas que destroçadas.".
Ao ver-se em seu retrato finalmente pronto,
exaspera-se:
"Eu irei
ficando velho, feio, horrível. Mas este retrato se conservará eternamente
jovem. Nele, nunca serei mais idoso do que neste dia de junho... Se fosse o
contrário! Se eu pudesse ser sempre moço, se o quadro envelhecesse!... Por
isso, por esse milagre eu daria tudo! Sim, não há no mundo o que eu não
estivesse pronto a dar em troca. Daria até a alma!".
Esta obra
tornou-se um símbolo da juventude intelectual "decadente" da época e
de suas críticas à cultura vitoriana, além de
ter despertado grande polêmica em
relação ao seu conteúdo homoerótico. O próprio Oscar Wilde foi apontado como o pai do
decadentismo
na Inglaterra, coisa que ele sempre negou. Quando do julgamento de Wilde
algumas partes deste livro foram usadas contra si.
Hoje, o livro tem sido descrito como "um dos
clássicos modernos da Literatura Ocidental".
A BBC classificou a obra como 118 na sua lista de
"Big Read", uma lista com os 200 romances mais populares. Afinal, o livro é mais importante que a
polêmica que gerou, como Oscar Wilde escreveu em seu prefácio: "Não
existe livro moral ou amoral. Os livros são bem ou mal escritos. Eis
tudo."
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