Literatura
brasileira
Morreu aos 21 anos, tuberculoso, em plena ebulição
do seu gênio criativo e boêmio
Casimiro José
Marques de Abreu (Silva Jardim, 4 de janeiro de 1839 — Nova Friburgo, 18 de outubro de 1860) foi um poeta brasileiro da segunda geração do romantismo. Filho do fazendeiro português José
Joaquim Marques de Abreu e de Luísa Joaquina das Neves, uma fazendeira
de Silva Jardim (na época, Capivary), viúva do primeiro
casamento. Com José Joaquim ela teve três filhos, embora nunca tenham sido
oficialmente casados. Casimiro nasceu na Fazenda da Prata, em Casimiro de Abreu,
propriedade herdada por sua mãe em decorrência da morte do seu primeiro marido,
de quem não teve filhos.
A localidade onde
viveu parte de sua vida, Barra de São João, é hoje distrito do município que
leva seu nome, e também chamada "Casimiro de Abreu", em sua
homenagem. Recebeu apenas a instrução primária no Instituto Freese, dos onze
aos treze anos, em Nova Friburgo, então
cidade de maior parte da região serrana do estado do Rio de Janeiro, e para
onde convergiam, à época, os adolescentes induzidos pelos pais a se aplicarem
aos estudos.
Aos treze anos
transferiu-se para o Rio de Janeiro para trabalhar com o pai no comércio. Com ele,
embarcou para Portugal em
1853, onde entrou em contato com o meio intelectual e escreveu a maior parte de
sua obra. O seu sentimento nativista e as
saudades da família escreve: "estando
a minha casa à hora da refeição, pareceu-me escutar risadas infantis da minha
mana pequena. As lágrimas brotavam e fiz os primeiros versos de minha vida, que
teve o título de Ave Maria".
Seus versos mais
famosos do poema Meus
oito anos: Oh! Que saudades que
tenho/da aurora da minha vida,/ da minha infância querida/que os anos não trazem
mais!/ Que amor, que sonhos, que flores,/naquelas tardes fagueiras,/ à sombra
das bananeiras,/ debaixo dos laranjais!...
Em 1857 retornou ao Brasil para trabalhar no armazém de seu pai. Isso,
no entanto, não o afastou da vida boêmia. Escreveu para alguns jornais e fez
amizade com Machado de Assis. Em 1859
editou as suas poesias reunidas sob o título de Primaveras.
Tuberculoso,
retirou-se para a fazenda de seu pai, Indaiaçu, hoje sede
do município que recebeu o nome do poeta, onde inutilmente buscou uma
recuperação do estado de saúde, vindo ali a falecer. Foi
sepultado conforme seu desejo em Barra de São João, estando sua lápide no
cemitério da secular Capela de São João Batista, junto ao túmulo de seu pai.
Espontâneo e ingênuo, de linguagem simples, tornou-se um dos poetas mais
populares do Romantismo no Brasil. Seu sucesso literário, no entanto,
deu-se somente depois de sua morte, com numerosas edições de seus poemas, tanto
no Brasil, quanto em Portugal. Deixou uma obra cujos temas abordavam a casa
paterna, a saudade da terra natal, e o amor (mas este tratado sem a
complexidade e a profundidade tão caras a outros poetas românticos). A despeito da popularidade alcançada pelos livros do poeta, sua mãe, e herdeira necessária,
morreu em 1859 na mais absoluta pobreza, não tendo recebido nada em termos de
direitos autorais, fossem do Brasil, fossem de Portugal.
Encontra-se
colaboração da sua autoria nas revistas O Panorama (1837-1868)
e A illustração luso-brasileira (1856-1859).
Suas obras:
Primaveras, poesias, prosas e textos de outros
sobre o autor então recentemente falecido (1860);
Carolina, romance, (1856);
A Cabana (1858);
A Virgem Loura, prosa poética;
Camões e o Jau, peça teatral (1856)
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