Mitologia grega
Na mitologia grega, Selene (do
grego Σελήνη, Selíní, "lua") era a deusa da lua. Ela é
filha dos titãs Hiperião e Teia e
irmã do deus do sol, Hélio e de Eos, deusa do
amanhecer. Ela dirige sua carruagem
lunar pelos céus. Vários amantes são atribuídos a ela em vários mitos,
incluindo Zeus, Pã, e o
mortal Endimião. Em tempos clássicos, Selene foi muitas
vezes identificada com Ártemis, assim como
seu irmão, Hélio, foi identificado com Apolo. Ambos Selene e Ártemis também foram
associados com Hécate, e todos
os três eram considerados como deusas lunares, embora apenas Selene fosse
considerada como a personificação da própria lua. Sua equivalente romana é Luna.
A etimologia da Selene é incerta, mas se o
nome é de origem grega, é provável que se conecte a palavra selas (σέλας), significando "luz".
Assim como Hélio, a partir de sua identificação com Apolo, é chamado Febo ("brilhante"),
Selene, a partir de sua identificação com Ártemis, também é comumente referida
pelo epíteto Phoebe (forma feminina). A
Phoebe original da mitologia grega é a tia de Selene, a mãe Titânide de Leto e Astéria, e avó de
Apolo, Ártemis e Hecate. Também a partir de Ártemis, Selene às vezes era
chamada de "Cíntia".
Selene também foi chamado Mene. A palavra de homem (feminino mene),
significa a lua, e o mês lunar. Era também o nome do deus frígio da
lua Men.
Escultura
romana de Luna ou Diana Lucifera, portando uma tocha
Depois que seu
irmão, Hélios, termina sua jornada pelo céu, Selene, recém-banhada nas águas do
Oceano que circunda a terra, começa sua própria jornada enquanto a noite cai
sobre a terra, iluminada pela radiância
(luz) da sua cabeça imortal e de sua áurea coroa. Jovem e bela.
Na Arcádia, uniu-se
a Pã, que a seduziu disfarçando-se com uma pele de ovelha e depois a presenteou
com um rebanho de bois inteiramente brancos que ela usou para puxar seu carro
noturno.
Com Antifemo ou
Eumolpo, Selene teve o filho Museu, um adivinho renomado e grande músico, capaz
de curar doentes com sua arte, que foi amigo inseparável, discípulo ou mesmo
mestre de Orfeu.
Seu amante mais
célebre, todavia, foi o jovem e formoso Endímion - um caçador ou pastor,
segundo a maioria das variantes, ou um rei, segundo Pausânias. Segundo
Apolônio, a pedido de Selene, Zeus prometeu a Endímion atender-lhe de imediato
a um desejo, por mais difícil que fosse e ele pediu um sono eterno, para que
pudesse permanecer jovem para sempre. Maravilhosamente belo, permanecia
adormecido na encosta de uma montanha no Peloponeso, ou no monte Latmos, na
Cária, perto de Mileto. Noite após noite, Selene descia atrás do monte para
visitá-lo e cobri-lo de beijos.
Uma variante contada por Cícero relata que o sono mágico foi obra da
própria deusa. Adormeceu-o, cantando, a fim de que pudesse
encontrá-lo e acariciá-lo sempre que desejasse. Dessa paixão nasceram cinquenta filhas, as Menas, não as confunda com
as do nosso ex-presidente Lula, (uma das quais foi Naxos, a ninfa da ilha
do mesmo nome) que representam os cinquenta meses lunares que existem em uma
Olimpíada, período de quatro anos que regia o calendário grego.
Selene
Existiu um
santuário de Endímion em Heracléia, na encosta sul do Latmos, uma câmara em
forma de ferradura com um vestíbulo de entrada e um átrio sustentado por
pilares.
Este mito contrasta
com o de Eos, irmã de
Selene que pediu a Zeus imortalidade para seu amante Titono, mas esqueceu-se de
pedir também a juventude eterna. Sem poder morrer, o pobre Titono envelheceu e
encolheu até se reduzir a um inseto dessecado.
Em Roma, Luna tinha um templo no monte Aventino, que foi construído no século
VI a.C. e destruído pelo grande incêndio de Roma no reinado de Nero. Havia
também um templo dedicado a Luna Noctiluca ("Luna que brilha à
noite") no monte Palatino. Havia festivais em honra de Luna em 31 de
março, 24 de agosto e 29 de agosto.
Selene é um
substituto de mênê, "lua", nome antigo do mês,
provavelmente por um tabu linguístico, uma vez que a lua estava ligada a um
mundo perigoso e maléfico, como atesta o verbo selêniazein, "ser
ferido pela lua, tornar-se lunático, isto é, epiléptico, convertendo-se desse
modo em adivinho ou feiticeiro".
A crença nos poderes maléficos de Selene é atestada em duas passagens
importantes do Evangelho de Mateus, Mateus
4:24 e Mateus
17:15. Na
primeira, diz o texto: "e espalhou-se a sua fama (de Jesus) por
toda a Síria e trouxeram-lhe todos os que tinham algum mal, possuídos de vários
achaques e dores, os possessos, os lunáticos [selêniazoumenous], os paralíticos
e curava-os". No segundo, "tendo ido para jundo do povo,
aproximou-se dele um homem que se lançou de joelhos diante dele, dizendo:
'Senhor, tem piedade de meu filho, porque é lunático [hoti selêniazetai] e
sofre muito".
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