sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

CIDADE DE BIBLOS - LIBÂNO

HISTÓRIA

Biblos foi a capital comercial e religiosa da costa fenícia e foi aqui que os escribas da cidade inventaram um novo sistema de escrita por meio de símbolos

Uma das cidades mais antigas do mundo.




Biblos (βύβλος) é o nome Grego da cidade Fenícia Gebal (outrora Gubla); era conhecida pelos Antigos Egípcios por Kypt (versão mais utilizada pelos Egípcios)Keben, ou Kepen Essa diferença se deve ao fato de que a pronúncia do idioma Egípcio se diferenciava sutilmente entre as regiões do Delta, do Vale, ou da temporária capital construída pelo Faraó Aquenáton na parte central do país.
Aparentemente, os Gregos chamaram-lhe Biblos porque era através de Gebal que o byblos (βύβλος "o papiro Egípcio") era importado para a Grécia. Embora continue a ser referido como Biblos pelos escolásticos, a cidade é agora conhecida pelo nome árabe Jubayl (جبيل), de raiz Cananéia.


Biblos situa-se na costa mediterrânica do atual Líbano, a 42 quilómetros de Beirute. É um foco de atração para arqueólogos devido às camadas sucessivas de destroços resultantes de séculos de habitação humana. Em 1860, o escritor francês Ernest Renan iniciou uma escavação no local, mas não ocorreu qualquer investigação arqueológica sistemática até 1920.


Segundo o filósofo e historiador Fílon de Alexandria, Biblos era famosa por ser a mais antiga cidade do mundo. O local foi povoado primeiramente durante o período Neolítico, por volta de 5000 a.C.. As primeiras características de cidade datam do terceiro milénio antes de Cristo, como indicam os restos de casas edificadas com um tamanho uniforme. Nesse período a civilização Fenícia começou a desenvolver-se, e arqueólogos descobriram artefatos de fabrico egípcio datados da Quarta Dinastia Egípcia. A cidade em desenvolvimento, indubitavelmente, prosperava.

Sarcófago de Ahiram, hoje no Museu Nacional de Beirute.

Por volta de 1200 a.C., uma prova arqueológica de Biblos mostra aquilo que seria um alfabeto de vinte e dois caracteres; um exemplo importante destas inscrições é o sarcófago do rei Ahiram. Um dos monumentos mais importantes deste período é o templo de Resheph, um deus cananeu da guerra, mas este ruiu na época do governo heleno e da chegada de Alexandre, o Grande em 332 a.C.. A moeda já era utilizada, e há vestígios evidentes de comércio com outras cidades mediterrânicas.


Durante o período Romano, o templo de Resheph foi afincadamente reconstruído, e a cidade, embora menor do que vizinhas suas como Tiro e Sídon, era um centro do culto a Adónis. No Século III, foi edificado um teatro pequeno mas impressionante. A chegada do Império Bizantino fez com que se estabelecesse um lugar episcopal em Biblos e a cidade cresceu rapidamente. Embora se saiba que uma colónia Persase tenha estabelecido na região a seguir à conquista Muçulmana (636), as provas arqueológicas são escassas. O comércio com o resto da Europa esmoreceu por completo, e a prosperidade não se faria mais notar em Biblos até que as Cruzadas regressassem em 1098.
Biblos, sob o nome de Gibelet ou Giblet, foi uma base militar importante durante o século XI, e os imponentes restos do seu castelo das Cruzadas está entre as mais espetaculares estruturas atualmente visíveis no seu centro. A cidade foi tomada por Saladino em 1187, retomada pelos Cruzados e eventualmente conquistada por Baibars em 1266. As suas fortificações foram subsequentemente restauradas. Desde 1516, a cidade e toda a região caíram sob o domínio turco e fizeram parte do Império Otomano.


Fontes:
Dimitri BarankiPhoenicia and Phoenicians, Beyrouth University, 1962
Gerhard Herm, The Phoenicians (A civilização dos Fenícios), Editions Ferni, Berlin, 1976
Nina JidéjianByblos à travers les âges, Dar al-Machreq, Beyrouth, 1977
Jean-Pierre ThiolletJe m'appelle Byblos, H & D, Paris, 2005

Nenhum comentário:

Postar um comentário