segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015

FÁBULA

LITERATURA

 Esopo

As fábulas (do Latim fabula: história, jogo ou narrativa), são composições literárias curtas, escritas em prosa ou versos em que os personagens são animais que apresentam características antropomórficas, muito presente na literatura infantil. As fábulas possuem caráter educativo e fazem uma analogia entre o cotidiano humano com as histórias vivenciadas pelas personagens, essa analogia é chamada de moral e geralmente é apresentada no fim da narrativa.
Se entende que as fábulas tiveram origem no Oriente e pertenceu aos assírios e babilônios, mas foi Esopo, escravo da Grécia antiga que viveu no século 6º. a.C., que a desenvolveu. O francês Jean de La Fontaine foi um grande divulgador das fábulas de EsopoFontaine reescrevia as fábulas para fins educativos e caracterizava as personagens de acordo com suas aparências.
Mesmo que desenvolvidas por Esopo, a origem das fábulas antecede aos gregos: provérbios sumérios, escritos cerca de mil e quinhentos anos antes de cristo, já compartilhavam semelhanças com as fábulas gregas. Esses provérbios já incluíam em suas narrativas animais antropomórficos e uma lição moral, as narrativas também eram curtas e diretas e embebiam a moral no final da história, apenas muito tempo depois habituou-se a separar a moral no inicio ou no fim da fábula (afim de deixar claro para o leitor qual a mensagem que a história quer passar).


La Fontaine

Foi na Grécia que Esopo propagou oralmente suas fábulas. Apesar de terem sido passadas pela oratória e isto ter desintegrado de alguma forma as fábulas, algumas características prevaleceram até os dias de hoje: As histórias sempre utilizaram de animais que reproduzem comportamentos humanos, principalmente a fala. A mímica que os animais, nesses contos, fazem em relação aos humanos é proposital e têm, em sua maioria, o objetivo de ressaltar os bons e maus comportamentos humanos. Entretanto, algumas vezes, os personagens ainda preservam algum comportamento intrínseco a sua origem animal.
Além de serem usados para propósitos educativos, na Grécia as fábulas de Esopo surgiram em uma época onde a liberdade de expressão era limitada, usar as histórias para criticar as formas de governo sem represálias era comum, as fábulas serviam como código para que os mais fracos pudessem contrapor os mais fortes de forma subjetiva. As histórias de Esopo são cheias de mensagens onde os mais fortes podem ser enganados e os mais fracos podem, com alguma astúcia, prevalecer. As histórias foram registradas pela escrita durante os séculos XXVI A.C.
Eis um exemplo de fábula:

O LEÃO, O LOBO E A RAPOSA.

Adaptação: Nicéas Romeo Zanchett

                   O leão que reinava naquela floresta já estava bastante velho; sentia-se cansado e doente, mas ainda era muito respeitado. 
                    Todos os animais foram visitá-lo, menos a raposa. O lobo, que não gostava da raposa e pensava em devorá-la, vendo que ela não vinha , aproveitou para cochichar no ouvido do leão.
                    - Majestade, o senhor reparou que todos vieram vê-lo, menos a raposa? 
                    - É verdade - disse o leão zangado. - Pois vá procurar aquela abusada e a traga aqui, imediatamente. 


                     O lobo logo tratou de aproveitar a oportunidade e saiu à procura da raposa. Assim que a encontrou, pegou-a pelo pescoço, pôs nas costas e levou até a presença do rei leão. 


                    Mas a esperta raposa já tinha um bom plano na cabeça. Assim que chegou foi logo se justificando dizendo: 
                    - Majestade, desculpe não ter vindo antes visitá-lo, mas estou muito preocupada com sua saúde e tenho andado à procura de algum remédio para curá-lo. 
                    - É mesmo? - perguntou o leão. E mostrando-se muito satisfeito, continuou:
                    - E você já descobriu como será possível curar-me?
                    E a raposa, cheia de alegria, foi logo dizendo: 
                    - Encontrei um velho amigo curandeiro que me informou a solução para o seu problema. 
                     - E que solução é essa? - perguntou o leão. 
                     - Ele me disse que para curar a sua enfermidade será necessário que o senhor passe a usar uma pele de lobo bem quentinha sobre as costas. 
                     Ao ouvir isso, o leão deu um salto sobre o lobo e arrancou-lhe a pele. 

Moral da História: Quem procura fazer mal aos outros, acaba sendo vítima de suas próprias artimanhas.

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