LITERATURA
Esopo
As fábulas (do Latim fabula:
história, jogo ou narrativa), são composições literárias curtas, escritas em
prosa ou versos em que os personagens são animais que apresentam
características antropomórficas, muito
presente na literatura infantil. As fábulas possuem caráter educativo e fazem
uma analogia entre
o cotidiano humano com as histórias vivenciadas pelas personagens, essa
analogia é chamada de moral e
geralmente é apresentada no fim da narrativa.
Se entende que as fábulas tiveram origem no Oriente e pertenceu aos assírios e babilônios, mas
foi Esopo, escravo
da Grécia antiga que viveu no século 6º. a.C., que a
desenvolveu. O francês Jean de La Fontaine foi um grande divulgador das fábulas de Esopo, Fontaine reescrevia as fábulas
para fins educativos e caracterizava as personagens de acordo com suas
aparências.
Mesmo que
desenvolvidas por Esopo, a origem
das fábulas antecede aos gregos: provérbios sumérios, escritos
cerca de mil e quinhentos anos antes de cristo, já compartilhavam semelhanças com as
fábulas gregas. Esses provérbios já incluíam em suas narrativas
animais antropomórficos e uma lição moral, as narrativas também eram
curtas e diretas e embebiam a moral no final da história, apenas muito tempo
depois habituou-se a separar a moral no inicio ou no fim da fábula (afim de
deixar claro para o leitor qual a mensagem que a história quer passar).
La Fontaine
Foi na Grécia que Esopo propagou oralmente suas fábulas.
Apesar de terem sido passadas pela oratória e
isto ter desintegrado de alguma forma as fábulas, algumas características
prevaleceram até os dias de hoje: As histórias sempre utilizaram de animais que
reproduzem comportamentos humanos, principalmente a fala. A mímica que os
animais, nesses contos, fazem em relação aos humanos é proposital e têm, em sua
maioria, o objetivo de ressaltar os bons e maus comportamentos humanos.
Entretanto, algumas vezes, os personagens ainda preservam algum comportamento
intrínseco a sua origem animal.
Além de serem
usados para propósitos educativos, na Grécia as fábulas
de Esopo surgiram em uma época onde a liberdade de expressão
era limitada, usar as histórias para criticar as formas de governo sem
represálias era comum, as fábulas serviam como código para que os mais fracos
pudessem contrapor os mais fortes de forma subjetiva. As histórias de Esopo são cheias de mensagens onde os
mais fortes podem ser enganados e os mais fracos podem, com alguma astúcia,
prevalecer. As histórias foram registradas pela escrita durante os
séculos X e XVI A.C.
Eis um exemplo de
fábula:
O LEÃO, O
LOBO E A RAPOSA.
Adaptação: Nicéas Romeo Zanchett
O leão que
reinava naquela floresta já estava bastante velho; sentia-se cansado e doente,
mas ainda era muito respeitado.
Todos os animais
foram visitá-lo, menos a raposa. O lobo, que não gostava da raposa e pensava em
devorá-la, vendo que ela não vinha , aproveitou para cochichar no ouvido do
leão.
- Majestade, o senhor reparou que todos vieram vê-lo, menos a
raposa?
- É verdade -
disse o leão zangado. - Pois vá procurar aquela abusada e a traga aqui,
imediatamente.
O lobo logo
tratou de aproveitar a oportunidade e saiu à procura da raposa. Assim que
a encontrou, pegou-a pelo pescoço, pôs nas costas e levou até a presença do rei
leão.
Mas
a esperta raposa já tinha um bom plano na cabeça. Assim que chegou foi logo se
justificando dizendo:
- Majestade,
desculpe não ter vindo antes visitá-lo, mas estou muito preocupada com sua
saúde e tenho andado à procura de algum remédio para curá-lo.
- É mesmo? -
perguntou o leão. E mostrando-se muito satisfeito, continuou:
- E você já
descobriu como será possível curar-me?
E a raposa,
cheia de alegria, foi logo dizendo:
- Encontrei um
velho amigo curandeiro que me informou a solução para o seu problema.
- E que
solução é essa? - perguntou o leão.
- Ele me
disse que para curar a sua enfermidade será necessário que o senhor passe a
usar uma pele de lobo bem quentinha sobre as costas.
Ao ouvir
isso, o leão deu um salto sobre o lobo e arrancou-lhe a pele.
Moral da História: Quem procura fazer mal aos outros,
acaba sendo vítima de suas próprias artimanhas.
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