terça-feira, 31 de março de 2015

BRASIL TEVE GRANDE EMPENHO NA CRIAÇÃO DA DÉCADA DE AFRODESCENDENTES, DIZ DIRETOR DO UNIC RIO

 Declaração foi feita pelo diretor do Centro de Informação das Nações Unidas para o Brasil (UNIC Rio), Giancarlo Summa. Ele disse que o Brasil foi, junto com os Estados Unidos, o país que mais recebeu escravos africanos.

Participantes da Marcha da Consciência Negra — ‘Cotas Sim, Genocídio Não’ — em 2012.
Foto: Marcelo Camargo/ABr

O diretor do Centro de Informação das Nações Unidas para o Brasil (UNIC Rio), Giancarlo Summa, disse que “o Brasil foi um dos países que mais se empenhou na criação da Década de Afrodescendentes”, entre 2015 e 2024.
Summa fez a declaração em entrevista à Radio ONU, em Nova York, para marcar o Dia Internacional em Memória às Vítimas da Escravidão, este 25 de março.

Baianos no Pelourinho

“A ideia é ter uma lembrança dessa dívida histórica que temos com as populações afrodescendentes, que são os herdeiros dos milhões de escravos que foram traficados da África até as Américas. E o Brasil é, junto com os Estados Unidos, o país que mais recebeu escravos africanos traficados. O Brasil é também o último país a ter abolido a escravidão. Se passou mais de um século desde a abolição da escravidão, mas os afrodescendentes continuam sendo a parcela mais sujeita a discriminações e a condições de vida inadequadas no Brasil.”
Em relação à violência, Summa disse que, infelizmente, “o Brasil é um dos países com os maiores índices de homicídio do mundo para cada 100 mil habitantes”.


Foto: Diretor do UNIC Rio, Giancarlo Summa. Foto: UNIC Rio

O país, segundo ele, concentra quase 12% dos homicídios globais e quase 70% das vítimas são jovens negros com menos de 25 anos. “Isso é o que na ONU chamamos de racismo institucional, ou seja, se criaram mecanismos que são até legais, naturalmente não é mais o tráfico de escravos dos séculos 19 e 18, mas a população afrodescendente é a mais afetada por essa situação.”
O diretor do UNIC Rio disse que o objetivo é, junto com o governo brasileiro, realizar campanhas de conscientização sobre essa situação, como também a implementação de políticas públicas para tentar resolver os problemas.
Summa lembrou que o Brasil, com o apoio das Nações Unidas, aprovou e está implementando a lei de cotas e acesso, também chamada de discriminação positiva, em universidades e no serviço público. O representante da ONU disse que esse é um passo concreto para melhorar a vida dessa população.

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