Lendas
populares transmitidas de geração a geração oralmente
Fonte: “Lendas
e Contos Populares do Paraná”
Cadernos Paraná da Gente, editado pelo
governo do Estado do Paraná
Histórias
contadas nas varandas das casas, causos transmitidos entre gerações, lendas que
se perpetuaram na tradição do Estado do Paraná e de seus municípios..
O
imaginário popular dos paranaenses é rico, cheio de histórias dos mais diversos
gêneros: para assustar, para impressionar, com fundo romântico ou sobrenatural,
nascidas nos campos ou entre os indígenas.
Algumas
versões delas você deve conhecer. Afinal, histórias como essas são transmitidas
através da oralidade popular e por esse mesmo veículo são capazes de atravessar as fronteiras limítrofes do
estado, quiçá do país, conservando a mesma espinha dorsal, mas embrulhadas em
papéis de diversos caracteres e matizes, obedientes a imaginação do novo
contador.
O velório da virgem noiva
São
José dos Pinhais, 1928. Dois compadres muito engraçados iam a todos os velórios
para distrair parentes e amigos dos finados. Certo dia faleceu uma moça de
idade, muito séria e moralista. Durante o velório, um dos compadres cochichou
com o outro: ‘será que era virgem mesmo?’ Por volta da meia-noite, o homem foi
acometido por uma dor de barriga foi até um bosque próximo. Quando voltava, viu
uma noiva toda de branco, que disse: ainda duvida de mim?’ Assustado, o
compadre correu para a casa e disse ao amigo: não devemos brincar com quem já
morreu’.
Assombração da antiga Serrinha
Na
antiga estrada que dava acesso a Jaguariaíva, havia um trecho embaixo da serra
que diziam ser mal assombrado depois que anoitecia. Certo dia, um senhor foi
pescar e, ao voltar altas horas da noite, recebeu um tapa no rosto quando abria
o portão. Bate outra vez, disse o homem, que levou outro tabefe. Na quarta vez
o agressor se materializou e falou: Embaixo da tronqueira do portão existe um
pote de moedas de ouro enterrado! Tire que é teu. Ao tirar a tronqueira, lá estava o pote. Dizem
que dali em diante sumiu a assombração do local, pois a alma penada se salvou.
A loira fantasma
Contada
em forma de poesia, é a história de uma loira muito bonita que morava em
Curitiba. Certa noite foi morta por um taxista. Um mês se passou até uma noite
fria e chuvosa, quando uma mulher com capa preta fez sinal para o mesmo
taxista. Com o rosto coberto, pediu que a levasse ao Cemitério Municipal, onde
disse: Pode me deixar aqui, minha morada é um túmulo decente... mas você
gostaria que fosse diferente. Assim que a mulher exibiu seu rosto, o taxista
reconheceu-a e teve um ataque e morreu.
O espírito do cemitério
Em
um cemitério, um grupo de jovens gostava de apostar quem pegava mais cruzes.
Certo dia, uma moça muito bonita faleceu, deixando um clima sombrio no local.
Semanas depois do ocorrido, um rapaz senta-se sobre um túmulo e repara numa
bela garota ao seu lado. Ela o desafia a roubar uma cruz naquela noite, a sua
própria, e entrega-lhe uma rosa, que ele guarda no bolso. Naquela noite, para
surpresa dele e de seus amigos, não havia nenhuma lápide e nenhuma cruz. Quando
pôs a mão no bolso, teve uma terrível surpresa: a rosa havia se transformado em
um pedaço de osso humano.
Baile dos mortos
Em
uma noite, um vaqueiro passava próximo a uma fazenda em Arapoti e ouviu sons de
música ao longe. Cavalgando por mais de uma hora pela mata, não encontrou casa
alguma, muito menos um baile. Chegou a um pequeno rancho, onde foi acolhido por
um velho senhor. Perguntado se não havia algum baile por ali, o ancião relatou
que há muitos anos existia ali uma fazenda. A cada passagem de ano acontecia um
grande baile de gala, até que houve uma briga e morreram muitos dos que
participaram. Daquele dia em diante, toda noite de passagem de ano ouvem-se a
música e gritos de socorro.
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