Série: municípios
brasileiros com o maior IDH
É a
cidade com o melhor IDH do Brasil, segundo o PNUD/2010, e também é a 48ª com o
maior PIB brasileiro. Neste texto há interessantes passagens sobre a
escravatura e a atuação dos monges beneditinos na região.
São Caetano do Sul é
um município do estado de São Paulo, na mesorregião
Metropolitana de São Paulo e microrregião de São Paulo. A população aferida
no Censo de 2010 foi de 149.263 habitantes. A estimativa de
população, calculada pelo IBGE com data de referência 1 de julho de 2013,
foi de 156.362 habitantes. A área total da cidade é de
15,331 km², o que resulta numa densidade demográfica de 9.736,03
hab/km² (Censo de 2010). Situa-se a uma altitude de 760 metros.
É a cidade
com o melhor IDH do Brasil (PNUD/2010), e também com o 48º maior
PIB brasileiro, à frente de capitais como Teresina, Florianópolis, João
Pessoa entre outras. É intensamente conurbada com São
Paulo, Santo André e São Bernardo do Campo, fazendo com que se
percam os limites físicos entre as cidades.
A região em que hoje se situa o município de São
Caetano do Sul é ocupada desde o século XVI, quando era conhecida como
Tijucuçu. Foi área de fazendas de moradores do antigo povoado, depois vila (1553),
de Santo André da Borda do Campo, extinta por ordem do governador-geral.
Sua população e seu predicamento de vila (município) foram transferidos para o
povoado jesuítico de São Paulo de Piratininga- 1560.
A partir do começo do século 17, fazendeiros e
sitiantes da hoje região do ABC começaram a migrar para o Vale do Paraíba,
onde surgiriam as vilas de Taubaté e de Santana das Cruzes de Mogi (Mogi
das Cruzes). Dois desses fazendeiros e
criadores de gado doaram suas terras para o Mosteiro de São Bento da
vila de São Paulo, um aonde viria a ser São Bernardo e outro onde viria a ser
São Caetano. Nesta última região, o
doador foi o capitão Duarte Machado, em 1631, que participara da bandeira
de Nicolau Barreto aos sertões dos índios Temiminó, em 1602, para captura e escravização de indígenas.
Foi ele também membro da Câmara da Vila de Piratininga, onde exerceu a função
de almotacel.
Quarenta
anos depois, em 1671, Fernão Dias Paes Leme arrematou em leilão
o sítio do falecido capitão Manuel Temudo, também no Tijucuçu, e o doou ao
mesmo Mosteiro de São Bento. Formou-se, assim, a Fazenda do Tijucuçu,
utilizada pelos monges beneditinos na criação de gado.
Em 1717,
os monges ergueram no lugar onde está hoje a Matriz Velha de São Caetano uma
capela dedicada a São Caetano di Thiène, o santo patrono do pão e do trabalho.
Passou a fazenda a chamar-se Fazenda de São Caetano do Tijucuçu, depois apenas
Fazenda de São Caetano. Alguns anos
depois, em 1730, os monges fundaram ali uma fábrica de telhas, tijolos,
lajotas, louças e adornos cerâmicos para ornamento de casas e igrejas na cidade
de São Paulo. Esse material era diariamente transportado, pelo rio
Tamanduateí, de um porto que havia na Fazenda para o Porto Geral de São Bento,
onde é hoje a rua 25 de Março, ao pé da Ladeira Porto Geral. Até o século XVIII, o trabalho da fazenda
era realizado por escravos indígenas e a partir dessa época também
por escravos negros de origem africana. A fábrica funcionou até a
década de setenta do século 19.
Ao redor da
Fazenda desenvolveu-se o Bairro de São Caetano, no mesmo
território da cidade de São Paulo. Foi recenseado pela primeira vez em 1765,
quando o Morgado de Mateus determinou que se fizesse o censo da
população da Capitania de São Paulo. Seus habitantes eram agricultores e
tropeiros e recebiam os sacramentos na Capela de São Caetano.
Em 1871,
no dia seguinte ao da Lei do Ventre Livre, a Ordem de São
Bento decidiu, em seu Capítulo Geral da Bahia, libertar
todos os seus escravos, em todo o Brasil, mais de quatro mil. Privada
de mão-de-obra, a Fazenda de São Caetano foi desapropriada pelo Governo
Imperial para nela instalar o Núcleo Colonial de São Caetano em 28 de
julho de 1877. As terras da Fazenda foram divididas e distribuídas a
colonos italianos entre 1877 e 1892, quando entrou no Núcleo a última família
de imigrantes. O primeiro grupo de famílias assentado no Núcleo embarcara no
porto de Gênova e chegara ao Brasil no navio italiano Europa. Procedia
todo ele de Cappella Maggiore, província de Treviso, na região do Vêneto,
norte da Itália.
Fonte em praça da
cidade.
Em 1883, a São Paulo
Railway inaugurou a estação de São Caetano e em 1889 o governo
da província refez o Caminho do Mar e o Caminho Velho de Santo André da Borda
do Campo, que desde o século XVI atravessava a região, de modo a torná-lo
tributário da ferrovia.
Originalmente,
os colonos do Núcleo Colonial dedicaram à produção da batata inglesa, ou
batatinha. Mas em seguida vários deles plantaram videiras e passaram a produzir
vinho de mesa, o Vinho São Caetano, comercializado num estabelecimento de
Emílio Rossi, colono em São Caetano, que havia no Largo do Tesouro, em São
Paulo. As videiras de São Caetano foram contaminadas pela filoxera, a
partir de parreiras do bairro da Mooca. Em dois anos a produção de uva e
vinho caiu verticalmente. Essa praga destruiu parreirais no mundo todo. Emílio
Rossi, que em 1887 e 1888 trocou ideias a respeito com o médico e
cientista Luís Pereira Barreto, resolveu fazer enxertias com cepas da
chamada uva americana, resistente à praga, que deram certo. Mas era tarde.
Muitos colonos empobrecidos começaram a vender seus lotes de terra e pela época da proclamação da República as
primeiras indústrias começaram a instalar-se na região, em terras compradas aos
colonos. O núcleo agrícola se transformava em bairro operário.
Estátua de São
Caetano de Thiene, o padroeiro da cidade, no Parque Ecológico
Chico Mendes.
Nesse período, os colonos que haviam recebido
terras nas várzeas úmidas do rio Tamanduateí e do rio dos Meninos,
remanescentes do antigo pântano do Tijucuçu montaram olarias e começaram a
produzir tijolos. Um desses colonos, Giuseppe Ferrari foi um dos fornecedores
de tijolos para construção do Museu do Ipiranga, a partir de 1895, de
que se encarregara o italiano Luigi Pucci.
Pouco antes
da proclamação da República foi criado o município de São Bernardo,
desmembrado do de São Paulo, e a maior parte do Núcleo Colonial e do antigo
bairro de São Caetano foi a ele anexada. Cerca de um
quinto da antiga localidade de São Caetano permaneceu no território do
município de São Paulo e constitui a área dos hoje bairros de Vila Carioca,
Sacomã e Heliópolis. Nesse mesmo ano, um censo do Núcleo Colonial contou
322 habitantes, cujas famílias estavam distribuídas em 92 lotes de terra.
Em 1905, São Caetano era elevado a Distrito
Fiscal. A fixação das primeiras indústrias
coincidiu com a elevação de São Caetano a Distrito de Paz, em 1916.
Em 1924, o arcebispo de São Paulo, Dom Duarte Leopoldo e Silva, dava ao
núcleo a sua primeira paróquia e seu primeiro vigário, o padre José Tondin. A
vila transformava-se em cidade.
Teatro
Municipal Paulo Machado de Carvalho.
A primeira manifestação de autonomia para o
Distrito de São Caetano aconteceu em 1928, com a liderança do engenheiro Armando
de Arruda Pereira, diretor da Cerâmica São Caetano, residente na localidade.
Para divulgar a idéia emancipacionista, foi fundado o São Caetano Jornal que
convocava a população para votar nos seus candidatos a vereador e Juiz de paz
nas eleições municipais de 1928. Entretanto, os resultados não foram os
esperados. Na década de 1940, o sonho da
emancipação voltou a empolgar os caetanenses, com o segundo movimento
emancipacionista.
Em 1947, em movimento liderado pelo Jornal de
São Caetano, foi realizada uma lista com 5.197 assinaturas e enviada à
Assembleia Legislativa do Estado, solicitando um plebiscito. A consulta popular
foi realizada em 24 de outubro de 1948; 8.463 pessoas votaram a favor da
autonomia, e 1.020 votaram contra. A 24
de dezembro de 1948, o governador do estado de São Paulo, Ademar
de Barros, ratificou a decisão e criou o "município de São Caetano do
Sul", através da lei Estadual n. 233, de dezembro de 1948,
acrescentando-lhe o apêndice do Sul, para distingui-lo de homônimo pernambucano.
Em 30 de dezembro de 1953, foi criada a Comarca de São Caetano
do Sul, instalada no dia 3 de abril de 1955.
Edifício
comercial na região da Rua Amazonas.
Edifício
comercial na Avenida Goiás.
São Caetano
do Sul pertence à região do ABC Paulista, a qual foi
marcada pelo desenvolvimento industrial e automobilístico. Alguns exemplos são
as indústrias localizadas na divisa com São Paulo, e a sede da General
Motors no Brasil, na avenida Goiás, o principal centro
financeiro da cidade. Atualmente, na avenida, encontram-se instaladas
matrizes e filais de várias empresas.
Pessoas de várias regiões da metrópole vão
a cidade a trabalho, vindas principalmente da região do próprio ABC e dos
distritos das zonas sul e leste paulistanas que fazem
divisa com a cidade.
O comércio
é também um forte alvo econômico da cidade, que abriga a matriz da rede de
lojas Casas Bahia, fundada em 1952 pelo imigrante judeu Samuel
Klein.
São Caetano do Sul assim como toda a região metropolitana de São Paulo, é
beneficiada pelo fluxo turístico da capital paulista, recebendo visitantes de
várias localidades.
A cidade se baseia no turismo
de negócios, cultural e de lazer,
contando com diversos hotéis, dentre eles, o Mercure, teatros, anfiteatros e diversos auditórios, sete parques municipais: Espaço Verde Chico Mendes,
Parque Botânico e Escola Municipal de Ecologia Jânio da Silva Quadros, Parque
Catarina Scarparo D’Agostini, Parque Santa Maria, Cidade das Crianças, Parque
Municipal São José (Bosque do Povo) e Espaço de Lazer e Recreação José
Agostinho Leal. São Caetano
também recebe diversos eventos. Em novembro de 2011, foi inaugurado o ParkShopping São Caetano, dentro do
complexo Espaço Cerâmica.
Shopping local
O Carnaval da cidade é formado pelas
escolas de samba Acadêmicos de Vila Gerti, Ébanos, Imperatriz de Nova Gerty,
União da Ilha Prosperidade e Tradição
da Ponte. que desfilam na Avenida
Guido Aliberti , sendo filiadas a Liga Independente das Escolas de Samba
de São Caetano do Sul.
A Imprensa no ABC possui diversos
veículos de comunicação. Nas mídias impressas existe o Jornal Diário do Grande ABC, sediado em Santo André, o Diário Regional; ABCD Maior; Repórter Diário, o Jornal
São Caetano em Foco, Jornal
Imprensa do ABC. Na mídia online, há diversos blogs e sites das prefeituras.
Entre os portais de informações e utilidades, destaca-se o Portal Guia ABC, sendo possível
encontrar diversos estabelecimentos/profissionais da Região, bem como notícias
e eventos.
* História de Sucesso / #
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