CIDADE DO SALVADOR
Por
Albenísio
Fonseca
A Casa do
Rio Vermelho, onde o casal de escritores Jorge Amado e Zélia Gattai viveu de
1966 a 2001, revitalizada para a condição de museu pela Prefeitura de Salvador
no ano passado, está se consolidando como um dos mais concorridos atrativos da
cidade para visitação pública por turistas, notadamente de outros estados do
país. Tornada em um equipamento cultural multimídia e contendo, ainda, um
aprazível e extenso jardim, a residência, com o reinício das atividades escolares,
passou a oferecer programação para visita de estudantes das redes públicas em
Salvador.
Fechada por mais de dez anos e inaugurada sob a
nova concepção em novembro do ano passado, a Casa do Rio Vermelho, segundo
Jorge Amado Neto, envolve uma “linguagem que mescla os conceitos tradicionais
de museu aos de interatividade, com tecnologia multimídia em todos os seus 11
ambientes”. Conforme o neto do escritor, “já havia uma demanda imensa de turistas
mesmo quando a casa ainda permanecia fechada. Em janeiro e fevereiro tivemos
milhares de turistas. O mais novo espaço
cultural da cidade funciona de terça a domingo, das 10 às 17h.
O visitante
pode percorrer todos os espaços: a sala, o quarto do casal, o closet, a
biblioteca e a cozinha. Todos com dispositivos de vídeo narrando a trajetória
dos escritores. A interatividade na cozinha tem destaque para as receitas
baianas. Pode-se acionar a lista disponível que, imediatamente, a cozinheira
Dadá surge em vídeo, não só a preparar o alimento, mas contando histórias e
gostos de Jorge e Zélia. As receitas podem, também, podem ser encaminhadas por
e-mail. Há, ainda, souvenires de diversos tipos em oferta na Boutique da
Gabriela.
A piscina
da casa “foi transformada em criatório de sapos inclusive cururus”. Conforme
Neto, quando chove, os sapos costumam sair a nadar, sendo um atrativo
fascinante para as crianças em visita ao espaço. Ele fez ver, ainda, os
detalhes nas pontas dos vergalhões de sustentação dos telhados. Todos trazem
uma pomba nas extremidades, criadas por Carybé, no início dos anos 70. Na
Biblioteca, além dos livros do casal e de autores amigos, há uma exposição dos
originais das xilogravuras de Calazans Neto, criadas para o livro Tereza
Batista Cansada de Guerra.
Em um dos
quartos, se pode assistir a leituras de trechos dos livros de Jorge feitas por
artistas como Caetano Veloso, Milton Gonçalves, Othon Bastos, Daniela Mercury,
Frank Menezes, dentre inúmeros outros. Ontem, em visita à Casa Museu, o advogado baiano Roberto Sampaio e a
família mostravam-se entusiasmados. Disse ele: “É muito interessante do ponto
de vista cultural e histórico e pelo que promove de interatividade com imagens
que nos transportam no tempo e no espaço”. Ele chegou a traçar um comparativo
com a Casapueblo, dedicada ao poeta e escritor Carlos Páez Vilaró, em Punta del
Este, no Uruguai, lembrando que “Vilaró era também muito amigo de Jorge Amado”.
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