terça-feira, 10 de março de 2015

PREFEITURA DE SALVADOR REVITALIZA A CASA ONDE JORGE AMADO E ZÉLIA GATTAI VIVERAM E A TRANSFORMA EM NOVO ESPAÇO CULTURAL DA CIDADE (MUSEU)

CIDADE DO SALVADOR

Ex-residência de Jorge Amado e Zélia Gattai está no roteiro turístico de Salvador

Por
Albenísio Fonseca



A Casa do Rio Vermelho, onde o casal de escritores Jorge Amado e Zélia Gattai viveu de 1966 a 2001, revitalizada para a condição de museu pela Prefeitura de Salvador no ano passado, está se consolidando como um dos mais concorridos atrativos da cidade para visitação pública por turistas, notadamente de outros estados do país.  Tornada em um equipamento cultural multimídia e contendo, ainda, um aprazível e extenso jardim, a residência, com o reinício das atividades escolares, passou a oferecer programação para visita de estudantes das redes públicas em Salvador.




Fechada por mais de dez anos e inaugurada sob a nova concepção em novembro do ano passado, a Casa do Rio Vermelho, segundo Jorge Amado Neto, envolve uma “linguagem que mescla os conceitos tradicionais de museu aos de interatividade, com tecnologia multimídia em todos os seus 11 ambientes”. Conforme o neto do escritor, “já havia uma demanda imensa de turistas mesmo quando a casa ainda permanecia fechada. Em janeiro e fevereiro tivemos milhares de turistas. O mais novo espaço cultural da cidade funciona de terça a domingo, das 10 às 17h.


O visitante pode percorrer todos os espaços: a sala, o quarto do casal, o closet, a biblioteca e a cozinha. Todos com dispositivos de vídeo narrando a trajetória dos escritores. A interatividade na cozinha tem destaque para as receitas baianas. Pode-se acionar a lista disponível que, imediatamente, a cozinheira Dadá surge em vídeo, não só a preparar o alimento, mas contando histórias e gostos de Jorge e Zélia. As receitas podem, também, podem ser encaminhadas por e-mail. Há, ainda, souvenires de diversos tipos em oferta na Boutique da Gabriela.


A piscina da casa “foi transformada em criatório de sapos inclusive cururus”. Conforme Neto, quando chove, os sapos costumam sair a nadar, sendo um atrativo fascinante para as crianças em visita ao espaço. Ele fez ver, ainda, os detalhes nas pontas dos vergalhões de sustentação dos telhados. Todos trazem uma pomba nas extremidades, criadas por Carybé, no início dos anos 70. Na Biblioteca, além dos livros do casal e de autores amigos, há uma exposição dos originais das xilogravuras de Calazans Neto, criadas para o livro Tereza Batista Cansada de Guerra. 


Em um dos quartos, se pode assistir a leituras de trechos dos livros de Jorge feitas por artistas como Caetano Veloso, Milton Gonçalves, Othon Bastos, Daniela Mercury, Frank Menezes, dentre inúmeros outros. Ontem, em visita à Casa Museu, o advogado baiano Roberto Sampaio e a família mostravam-se entusiasmados. Disse ele: “É muito interessante do ponto de vista cultural e histórico e pelo que promove de interatividade com imagens que nos transportam no tempo e no espaço”. Ele chegou a traçar um comparativo com a Casapueblo, dedicada ao poeta e escritor Carlos Páez Vilaró, em Punta del Este, no Uruguai, lembrando que “Vilaró era também muito amigo de Jorge Amado”.

GALERIA DE FOTOGRAFIAS






Nenhum comentário:

Postar um comentário