CINEMATOGRAFIA BAIANA
Um
exemplar do Cinema Novo (cinema baiano)
Poucos se dão conta, mas é verdade. A
Bahia já abrigou um expressivo polo da cinematografia nacional. E, pasmem, os
filmes aqui realizados tinham excelente qualidade artística e uma bilheteria
surpreendente. Excediam quaisquer expectativas.
Os cinéfilos, das décadas de 50/60 do
século passado, hão de lembrar, certamente, de filmes como Redenção, Feira de
Água de Meninos, e tantos outros que arrastavam multidões às portas dos cinemas
que jamais se decepcionaram com o que assistiam. Repetimos: eram realmente
bons.
Primeira cena do filme
Tal movimento recebeu o nome de Cinema
Novo, cuja importância maior foi ter revelado ao Brasil diretores excelentes,
atrizes e atores irrepreensíveis, produtores competentes e técnicos altamente
qualificados. Dentre tantos, citemos alguns: Rex Schindler, David Singer, Glauber Rocha, Roberto Pires, Antonio Pitanga,
Othon Bastos, Luíza Maranhão, Geraldo Del Rey, Helena Inez, Adriano Lisboa,
Arassari Oliveira, de modo geral, saídos da Escola de Teatro da Universidade
Federal da Bahia.
Hoje, para todos os amigos deste Blog,
relembramos o premiado filme Tocaia no Asfalto.
Tocaia no
Asfalto é um
filme baiano dramático de 1962, dirigido por Roberto
Pires. Um exemplar do cinema novo, que faz parte do histórico ciclo baiano
de cinema (1950 -1962). Com locações em Salvador - Bahia: Farol de Itapuã,
Igreja de Santa Luzia, com cenas importantes na Igreja de São Francisco e no
Cemitério Campo Santo. Glauber Rocha foi o produtor executivo, à
época já apaixonadíssimo pela sétima arte. A trilha musical foi de Remo
Usai.
Cast
Agildo Ribeiro... Rufino
Arassary de
Oliveira... Ana Paula
Agildo Ribeiro
Geraldo Del Rey... Deputado
Ciro
Adriano Lisboa... Luciano
Angela Bonatti... Lucy
Antônio Pitanga... matador
de Caxias (creditado como Antonio Luiz Sampaio, participação especial)
David Singer (também
produtor)
Jurema Penna... Dona
Filó (participação especial)
Roberto Ferreira...
policial do caminhão (participação especial)
Milton Gaúcho... Coronel
Pinto Borges
Maria Anita
Silvio Lamenha... ele
mesmo (um colunista social local)
Enredo
Rufino é um
pistoleiro de aluguel alagoano, religioso, que diz que entrou para a vida de
crimes depois de se vingar da morte brutal do irmão. Ele é contratado por um político
baiano, o coronel Domingos, para matar o adversário dele e candidato a
Governador do Estado, o Coronel Pinto Borges, como vingança, pois era suspeito
da morte do aliado, Coronel Sebastião Veloso. Rufino é enviado a Salvador e se
hospeda no prostíbulo de Dona Filó e acaba por iniciar um romance com a
prostituta Ana Paula, ex-amante do violento Luciano, proxeneta e ex-policial. O
Coronel Borges sofre a oposição do deputado idealista Ciro e Domingos encomenda
também à morte dele, desta vez mandando chamar um matador de Caxias. Rufino foi
orientado a cometer o assassinato na data da missa de trigésimo dia da morte do
Coronel Sebastião, na Igreja de São Francisco. Mas hesita quando lhe dizem que
a igreja ficaria fechada por 100 anos, caso ocorresse um crime em seu interior.
Premiação
Festival de Cinema da Bahia de 1962 - Melhor
Diretor, Ator Secundário (Milton Gaúcho) e Fotografia (Hélio Silva)
Prêmio Saci de 1963 - Melhor Argumento (Rex
Schlinder).
Curiosidades
Foi
restaurado em 2007 com patrocínio da Petrobras pela Cinemateca
Brasileira
Othon Bastos aparece em algumas fontes como
tendo participado do filme, sem ser creditado. Ele provavelmente realizou a
dublagem da voz de Geraldo Del Rey.
As cenas de sexo entre Agildo Ribeiro e Arassary
Oliveira, foral filmadas sob o mais absoluto sigilo. Os seguranças eram
responsáveis por só permitir a entrada no set de filmagem de pessoas credenciadas pela produção.
Ainda hoje faz sucesso onde é exibido.
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