GrafFitI
Alexandre Keto
Keto começou a desenhar e pintar ainda na infância, em São Paulo. Mais
tarde, por meio de um projeto social em seu bairro, no Parque São Lucas, Zona Leste
da capital, o artista conheceu o graffiti e todo o contexto ligado a ele: o Hip
Hop, a linguagem predominantemente urbana e as questões sociais, com suas
reivindicações e buscas por soluções. Foi quando ele entendeu que seu fazer
artístico poderia ser uma ferramenta de transformação da realidade. “Ao ver o
impacto do meu trabalho, pude perceber que o que era minha paixão adaptada à
minha realidade também poderia despertar sentimentos. E mais do que adaptar,
transformar e intervir na realidade das pessoas que entravam em contato com
ele. Saber disso foi transformador, pois me despertou uma ambição que
ultrapassa o fato de ter exposições e trabalho com uma estética apreciada por
críticos de arte: o desejo de transformar através dessas intervenções as realidades
que cruzam com a minha, compondo uma sociedade”, explicou Keto.
Painel de
Alexandre Keto em Grenoble
“Eu acredito no papel da arte como uma ferramenta de transformação, que
possibilita esta intervenção direta ao ser humano, que abra horizontes e
transcenda em muitos aspectos vitais. Mas de uma forma real e acessível para
que isso seja eficaz às pessoas”, prossegue. O paralelo da trajetória pessoal
do artista com o sentido do “Efun” vai além. A temática africana, com seus
rituais, crenças, elementos místicos e conjunturas sociais fazem parte da lista
de referências do trabalho de Keto. “Efun”, que permaneceu em exposição
gratuita em São Paulo em dezembro do ano passado, reunia trabalhos do artista
que representavam as pinturas feitas com o giz branco do rito de iniciação do
Candomblé. Keto já trabalhava inserido em projetos sociais quando ainda morava
em São Paulo, explorando a arte em graffiti com jovens da periferia da Zona
Norte da cidade. Em 2011, por conta desse trabalho, ele recebeu um convite para
participar do Fórum Social Mundial, no Senegal, país da África Ocidental. Em
Dakar, o artista se viu diante de tudo aquilo sobre o qual já lia e pesquisava:
a arte africana nua, em cores vivas e suas formas abstratas – “de uma forma
materializada e encantadora”, segundo ele mesmo explica.
Apenas três meses depois do evento, Alexandre Keto retornou ao país por
meio de outro projeto social, e dali não parou mais. Nesse meio tempo, em
visitas a outros cinco países daquele continente, ele ajudou a realizar
intercâmbios de outros artistas brasileiros com países africanos, e vice-versa.
Em 2014, há novas visitas agendadas. A série de viagens aos países africanos,
com a íntima troca de influências recíprocas, tem influenciado bastante o
trabalho do grafiteiro: “Todos os elementos, formas e cores que eu utilizo no
meu trabalho é resultado das minhas pesquisas sobre grupos étnicos africanos. A
mulher está sempre presente em meu trabalho, primeiro pela admiração às
mulheres em geral, e em segundo pelo poder de gerar a vida, que é onde está a
esperança. A mensagem é relativa, mas em todo trabalho eu espero dividir a
minha pesquisa somando para a valorização da matriz africana em nossa vida”.
Keto começou a desenhar e pintar ainda na infância, em São Paulo. Mais
tarde, por meio de um projeto social em seu bairro, no Parque São Lucas, Zona
Leste da capital, o artista conheceu o graffiti e todo o contexto ligado a ele:
o Hip Hop, a linguagem predominantemente urbana e as questões sociais, com suas
reivindicações e buscas por soluções. Foi quando ele entendeu que seu fazer
artístico poderia ser uma ferramenta de transformação da realidade. “Ao ver o
impacto do meu trabalho, pude perceber que o que era minha paixão adaptada à
minha realidade também poderia despertar sentimentos. E mais do que adaptar,
transformar e intervir na realidade das pessoas que entravam em contato com
ele. Saber disso foi transformador, pois me despertou uma ambição que
ultrapassa o fato de ter exposições e trabalho com uma estética apreciada por
críticos de arte: o desejo de transformar através dessas intervenções as
realidades que cruzam com a minha, compondo uma sociedade”, explicou Keto.
Explicando que a base de seu trabalho é a cultura africana e uma
pesquisa sobre grupos étnicos do continente, que então são transformados em
graffitis com fortes mensagens, Keto conclui: “Acredito que nós brasileiros,
independente do tom de pele, temos tanto sangue europeu como sangue africano,
mas o meu sangue africano pulsa mais”.
Fonte
http://www.afreaka.com.br/
Nenhum comentário:
Postar um comentário