Maquilhagem
(Portugal) ou maquilagem (Brasil), maquiagem
(do francês maquillage) consiste
na aplicação de produtos com efeito cosmético, de embelezamento, ou disfarce,
seguindo-se alguns casos os ditames da moda e com uso de substâncias
especificamente destinadas a tal fim.
A
maquiagem, assim como os cosméticos, é muito antiga,
provavelmente utilizada desde a Pré-história para a prática de
rituais xamânicos, cultos funerários ou cultos à fertilidade.
Três mil
anos antes de Jesus Cristo, os egípcios já conheciam a maquiagem: batom, maquiagem branqueadora e de luminosidade,
maquiagem para reforçar os olhos e sobrancelhas (a base de chumbo, malaquita,
antimônio, Kohl), blush para corar as bochechas (a partir de produtos
vegetais, como pétalas de rosa ou de papoulas; animais, como larva de cochonilha;
ou mineral, como argilas, óxido de cobre ou ferro ocre, pós
que eram misturados com óleos ou pomadas. Outros pigmentos também eram
utilizados para a maquiagem: o azul do óxido de cobre, o amarelo do auripigmento,
o preto do carbono, o verde da malaquita e mais numerosas nuances obtidas
dos óxidos de cobre ou ferro.
As caravanas que levavam especiarias e seda para a
Europa introduziram os cosméticos e a maquiagem na Grécia (ela não se
desenvolveria verdadeiramente até o início do século III, sendo anteriormente
um atributo das cortesãs) e ao império romano (Nero e Popeia
Sabina maquiavam-se com os mesmos produtos no século I): a maquiagem para
rosto, o Kohl, foi substituído por uma maquiagem à base de açafrão,
antimônio, cortiça queimada, fuligem ou cinzas; o blush corava as
bochechas através de amoras esmagadas ou cinábrio. Muitos produtos da época à
base de metais (chumbo, mercúrio) eram tóxicos, estragando a aparência da pele
e provocando um envelhecimento prematuro da mesma. Dentre os escritos sobre cosméticos da época: A arte de amar, Os
remédios do amor, Os produtos de beleza para o rosto da mulher, de Ovídio,
foram perdidos. A atividade da maquiagem, que visava atender um ideal de
beleza, estava sujeito a controvérsias religiosas e filosóficas da época grega.
Foi com o
retorno das cruzadas que a maquiagem se espalhou pela Europa nórdica, onde ela
era somente utilizada quando da pintura para rituais. Desde o século XVIII, os
nobres utilizavam bases faciais, pintura para cabelos e perfume. No século XVI,
as mulheres utilizavam pó branco, bochechas vermelhas e nos lábios, uma mistura
de corante de cochonilha. Os olhos, contrariamente ao período anterior, jamais
eram maquiados, a fim de não esconder “a janela da alma”.
Desde o
século XVII, a maquiagem é utilizada por todas as classes sociais. As mais
abastadas utilizavam preciosidades em suas maquiagens, como pó de ouro, prata e
pedras preciosas. Os manuais de civilidade dos séculos XVI e XVII
recomendavam não abrir a boca, símbolo da oralidade e animalidade, devido aos
dentes apodrecidos desde a introdução do açúcar no ocidente; assim, a maquiagem
escondia a boca nesses séculos. As maquiagens à base de substâncias metálicas,
emprestadas das artes das pinturas e das miniaturas, continuaram a ser muito
tóxicas, como podemos exemplificar citando o “sublimado de mercúrio”, comum no
século XVI.
A maquiagem
moderna tornou-se popular através do cinema dos anos 1920.
Ainda no começo do século XIX, os cosméticos
continham chumbo, mas os produtos modernos são testados em laboratórios e
fabricados com recursos neutros como talco, caulim e amido de
arroz, aos quais são adicionados óleos e corantes sintéticos.
Pintura de
ritual indiano
No Teatro, desde as origens na Grécia
Antiga, bem como nas demais manifestações culturais equivalentes do Japão, Índia e
outros países do Extremo Oriente, a maquiagem é parte essencial na
caracterização do ator.
O Maquiador é uma profissão que visa não
apenas atender a funções estéticas, mas também um técnico especializado, com
conhecimentos específicos sobre uma gama extensa de substâncias cujo uso
transcende o embelezamento, passando mesmo na efetiva caracterização das
personagens e ainda na percepção destes efeitos na fotografia (caso do cinema
e televisão), ou no palco (no teatro).
Nenhum comentário:
Postar um comentário