Série: ruas de Salvador - Bahia
ORIGEM DO NOME
A instalação de uma fábrica de sapatos por imigrantes italianos batizou a Avenida J. J. Seabra de Baixa dos Sapateiros. Situada no Centro Histórico de Salvador, o bairro é via de acesso para os bairros da Saúde, Santo Antônio Além do Carmo, Nazaré e Barbalho.
Possui
expressivo comércio popular e
já abrigou teatros e grandes cinemas de Salvador, tais como: O Teatro cine
Jandaia, o cine Tupi e Pax. Dado o grande número de bordeis existentes nas
proximidades, a rua era frequentada por muitos dos boêmios da cidade, o que
valeu o título de reduto boêmio da cidade e serviu de inspiração a poetas e
músicos, sendo o mais famoso de todos deles Ary Barroso.
Situa-se próxima
do Centro Histórico de Salvador, em sítio tombado pelo IPHAN (GP-1), que
inclui áreas de sub-distritos da Sé e Passo. Sua vizinhança é constituída por
casas e sobrados, em sua maioria do século XIX, hoje degradados e em grande
parte transformados em casas de cômodos. A residência anexa à igreja (séc. XVIII), lado
esquerdo,
integra-se plasticamente à mesma e deve ser preservada.
Igreja
de São Miguel
Edifício de notável mérito arquitetônico, a despeito de suas pequenas dimensões. Fachada de composição clássica com frontão triangular. Belo portal formado por pilastras com caneluras que sustentam frontão em volutas, tendo ao centro nicho com imagem da Virgem. Na parte superior da fachada existe um painel de azulejos policromados, com emblema da Ordem 3ª. de São Francisco, composto no gosto rococó e proveniente de Lisboa (Ca 1780/90). Dentre a imaginária, destacam-se as imagens do Cristo na Cruz e S. Miguel.
Igreja com corredores laterais e
superpostas, disposição típica das igrejas da época (início do século XVIII).
Estes elementos se incorporam harmoniosamente ao corpo da igreja, tanto em
planta quanto em elevação, como atesta a unidade da fachada. Não possui
torres sineiras flanqueando o corpo central, que são características das
fachadas baianas do mesmo período. Devido à condição topográfica local, o
fundo da capela serve de arrimo ao morro vizinho. Sua frontaria,
conjuntamente com as da Igreja de São Lázaro, Matriz e Ordem Terceira do
Carmo de Cachoeira, são dos mais antigos exemplares baianos de fachada com
frontão triangular clássico e janelas terminadas por vergas retas simples.
Seu portal parece ter inspirado o da Capela do recolhimento dos perdões.
Histórico arquitetônico: A construção desta igreja, que remonta ao início do século XVIII, se deve a Francisco Gomes do Rego, que a levantou sob a invocação do Senhor Bom Jesus de Bouças Crucificado da Via Sacra e São Miguel; 1725 - Iniciam-se os exercícios públicos da via Sacra na igreja; 1732 - A data inscrita sobre a fachada indica, sem dúvida, a conclusão da igreja; 1744 - A igreja, juntamente com a casinha anexa, doada pelo fundador à Ordem 3ª. de São Francisco, com o compromisso que esta mandasse rezar anualmente, sete missas votivas; 1842 - Obras compreendendo:
ladrilhamento
da igreja, colocação de três soleiras de cantaria, encarnação de imagens e
execução de alguns castiçais por João Nunes da Mota; 1854 - A Mesa decide
retirar a velha imagem do Senhor de Bouças a alí, colocar o Crucificado,
pertencente à igreja da Ordem 3ª. de São Francisco. No mesmo ano, decide-se
que a imagem deveria retornar, ficando no sepulcro do altar. José Ciríaco
Xavier de Menezes encarna a imagem de Cristo e Francisco Pio de Melo pinta o
túmulo para receber a imagem do Senhor de Bouças; 1886 - Edifica-se uma
muralha para segurança e sustentação dos terrenos em que se acha construída a
igreja; 1915 - Em 03.X coloca-se uma placa no interior da igreja, em
homenagem à memória de Francisco Gomes do Rêgo.
Hoje
a Baixa dos Sapateiros abriga
um formigueiro humano e um trânsito intenso que busca, em suas lojas ou no
seu único Shopping, mercadorias e serviços diversos. O clima fica tão intenso
nos momentos de pico, que só não pega fogo graças ao núcleo do Corpo de
Bombeiros que guarda solenemente este local tão querido da cidade.
Cine Teatro Jandaia
MÚSICA:
NA BAIXA DO SAPATEIRO (Ary Barroso) Na Baixa do Sapateiro eu encontrei um dia A morena mais frajola da Bahia Pedi-lhe um beijo, não deu Um abraço, sorriu Pedi-lhe a mão, não quis dar, fugiu Bahia, terra da felicidade Morena, eu ando louco de saudade Meu Senhor do Bonfim Arranje outra morena igualzinha pra mim Oh! amor, ai Amor bobagem que a gente não explica, ai ai Prova um bocadinho, ô Fica envenenado, ô E pro resto da vida é um tal de sofrer Ôlará, ôlerê Ô Bahia Bahia que não me sai do pensamento Faço o meu lamento, ô Na desesperança, ô De encontrar nesse mundo Um amor que eu perdi na Bahia, vou contar Ô Bahia Bahia que não me sai do pensamento... |
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