quinta-feira, 16 de abril de 2015

CIDADE PÓVOA DE VARZIM – PORTUGAL

Pequena cidade de Portugal



  
Famosa por sua história, vinhos e afrodisíaca culinária
  
Póvoa de Varzim é uma cidade portuguesa, com certeza, na Região Norte e sub-região do Grande Porto. Situada numa planície costeira arenosa, a meio caminho entre os rios Minho e Douro. É povoada por 40 053 habitantes na área urbana, num total de 63 408 habitantes no município na altura do censo de 2011. Embora a cidade expandiu-se, a sul, para Vila do Conde, havendo uns 100 000 habitantes na aglomeração urbana. É a sétima maior aglomeração urbana em Portugal e a terceira do Norte.


As primeiras populações fixaram-se no seu território entre quatro a seis mil anos atrás. Por volta de 900 a.C., a instabilidade na região levou à fundação de uma cidade muralhada, a Cividade de Terroso, que desenvolveu rotas de comércio marítimo com as civilizações da antiguidade clássica. A Póvoa de Varzim moderna emergiu depois da conquista da cividade pela República Romana por volta de 138 a.C., a pesca e unidades de processamento de peixe desenvolveram-se pouco depois, constituindo as bases da economia local.
Póvoa de Varzim é uma reconhecida praia balnear desde há três séculos, a mais popular no Norte de Portugal, o que instituiu uma cultura literária influente e patrocínio na música e no teatro. É uma das poucas zonas de jogo legal em Portugal e possui industrias têxtil e alimentar significativas. A cidade mantém uma identidade cultural própria, uma cozinha à base de frutos do mar rica e tradições antigas, tais como siglas poveiras, a técnica agrícola das masseiras e festas.


A cidade foi fundada por volta de 900 a.C. e os primeiros edifícios em granito apareceram por volta do século V a.C.

Achados de ferramentas de pedra a cheulenses sugerem que a Póvoa de Varzim é habitada desde o Paleolítico Inferior, por volta de 200 000 a.C. Os primeiros grupos de pastores instalaram-se em todo o litoral da Póvoa de Varzim por volta do IV milénio e os inícios do II milénio a.C. Uma necrópole do Neolítico-Calcolítico, com sete mamoas conhecidas, pode ainda ser vista à volta do monte de São Félix e do Monte da Cividade.


As pilhagens generalizadas por tribos rivais levaram a que as populações residentes na planície litoral da Póvoa de Varzim erguessem um povoado fortificado no cume do monte mais próximo do mar. Assim nasceu a Cividade de Terroso que se foi desenvolvendo para se tornar num dos principais povoados da cultura castreja. No seu apogeu, a Cividade teria perto de 12 000 metros quadrados e nela habitavam várias centenas de pessoas. Esta manteve relações comerciais com as civilizações do Mediterrâneo, principalmente durante o domínio cartaginês do sudeste da Península Ibérica.

"Americano", por volta de 1880.

Vista do centro da Póvoa de Varzim em Meados do século XIX.

A Praça Marquês de Pombal em 1909. O mercado da Póvoa surgiu na Idade Média na Praça Velha e passou pela Praça do Almada.

Jardins da Praça do Almada em 1919. A praça é o centro cívico criado em 1791.

No século XVI, os pescadores começaram a trabalhar em atividades marítimas, como pilotos ou mareantes, na tripulação das naus portuguesas, devido aos seus altos conhecimentos náuticos. Os pescadores da região pescam na Terra Nova desde, pelo menos, 1506. Durante o reinado de D. João III a arte de construção naval poveira era já famosa, e os carpinteiros poveiros eram procurados pelos estaleiros da Ribeira das Naus em Lisboa devido aos seus altos conhecimentos técnicos. A paisagem urbana era dominada por casas térreas, mas existem indicações de habitações com vários pisos e de arquitetura rica. A classe abastada dos mercadores está associada a este rico casario em volta da Praça Velha. As rotas dos mercadores poveiros incluíam as Índias Ocidentais, São Tomé, Angola, Brasil, Índia, Perú, Flandres e Sevilha.
No século XVII, a indústria naval teve um incremento significativo na Ribeira, estaleiros navais junto ao Castelo da Póvoa na enseada, e um terço da população tinha alguma relação com esta atividade, construir navios para a navegação mercante. Durante este período existe uma expansão urbana significativa: o Centro cívico da Praça com a Câmara Municipal e a Capela de Madre Deus, a área da Vila Velha com a igreja matriz e o bairro dos pescadores da Junqueira, com o desenvolvimento do negócio de salga de peixe, estava a começar a se afirmar como um novo centro urbano.

Avenida dos Banhos em 1921.

Parque da Cidade.

O Monte de São Félix, com vistas panorâmicas sobre a cidade e o verde rural circundante, é um monte religioso com uma igreja no sopé e outra no cume e um escadório ajardinado pela encosta do monte. É arborizado e possui velhos moinhos convertidos em residência turística.
O Casino da Póvoa é uma referência no jogo e entretenimento no Norte desde a década de 1930, onde os jogos e espectáculos têm lugar durante todo o ano. Em 2006, era o segundo casino em lucros, com 54 milhões de euros e o terceiro mais popular com 1,2 milhões de clientes. O Restaurante Egoísta do Casino da Póvoa, haute cuisine de inspiração portuguesa, é envolvido por uma galeria de arte, com obras de autores nacionais tais como Graça Morais, Júlio Resende, Nikias Skapinakis ou Rogério Ribeiro. A Filantrópica, criada em 1935, é uma cooperativa de cultura cujas ações culturais vão desde exposições de pintura a cursos de dança.

No século XIX, o Largo David Alves foi um centro de cultura, diversão musical, de jogo e tertúlia intelectual.

Em pleno século XIX, a Póvoa de Varzim possuía mais de uma dezena de casinos. O Salão Chinês, o mais carismático, era famoso em todo o país pelas dançarinas e decoração extravagante. Outras salas de jogo reconhecidas eram o Café Suisso, o Café David, o Café Universal e o Luso-Brasileiro. Dos vários hotéis da Póvoa de Varzim, o mais histórico ainda em atividade é o Grande Hotel da Póvoa, um edifício modernista de grande impacto.


A tradição teatral poveira está testemunhada desde 1793 quando operas italianas e comédias portuguesas foram apresentadas num teatro construído no campo das cobras, desenvolveu-se com o Teatro Almeida Garrett (1873), o Teatro Sá da Bandeira (1876) que em 1890 deu lugar ao novo Teatro Garrett, o Teatro Lisbonense, que em 1910 deu lugar ao Salão Teatro, manifesta-se hoje no Auditório Municipal e no antigo Teatro Garrett, denominado pelo município como Cine-Teatro. O Varazim Teatro é uma companhia de teatro local que tem o Espaço d'Mente como sede.
A Escola de Música da Póvoa de Varzim encontra-se instalada no edifício do Auditório Municipal. A Orquestra Sinfónica da Póvoa de Varzim, com concertos regulares no auditório, é a orquestra residente durante o Festival Internacional de Música da Póvoa de Varzim. Evento de música erudita criado em 1978 e que compreende concertos que se distribuem por várias valências do município. A centenária Banda Musical da Póvoa de Varzim, que inclui a Osquestra Ligeira, reside no Auditório Musical. O Palco do Passeio Alegre, junto à praia, é o local privilegiado durante o Verão para concertos e outros eventos ao ar livre.
O Museu Municipal de Etnografia e História (1937) é um museu de vocação etnográfica marítima. Dos mais antigos museus etnográficos em Portugal e instalado num solar do século XVII, destaca-se no acervo do museu a mostra "Siglas Poveiras" que mereceu o prémio "European Museum of The Year Award" de 1980. Contudo, possuiu também arte sacra da primitiva igreja matriz e peças arqueológicas como as inscrições romanas de Beiriz.

O Museu de Etnografia no antigo Solar dos Carneiros.

Existem pequenos museus temáticos: o Museu da Santa Casa, o Núcleo Museológico da Igreja Românica de São Pedro de Rates que se dedica à divulgação da história, lenda e arte em redor da Igreja Românica de São Pedro de Rates e o Núcleo Arqueológico da Cividade de Terroso, que serve para apresentação da Cividade de Terroso. A Câmara Municipal prevê abrir mais dois pequenos museus temáticos, o Farol de Regufe e a Casa do Pescador, esta última um retrato verdadeiro de como viviam outrora os pescadores locais.
O Ecomuseu de Rates (8 km) é um circuito histórico e rural, com várias estações começando na Praça com a Capela Senhor da Praça, o pelourinho e a antiga casa do concelho de Rates, seguindo por fontes ancestrais, moinhos, casas e caminhos rurais.

Um desfile na Avenida dos Banhos com trajes tradicionais poveiros.

A Póvoa de Varzim possuiu uma identidade definida dentro da população portuguesa e a sua cultura tem particularidades muito próprias. A expressão local Ala-Arriba! significa "força, para cima!", e era gritada quando se puxava um barco para terra por toda a comunidade, passando a ser vista como o lema da Póvoa de Varzim. Foi Leitão de Barros, com o filme "Ala-Arriba!", cinema do género drama-documental, que popularizou esta comunidade piscatória durante a década de 1940.


O herdeiro da família é o filho mais novo, tal como na antiga Bretanha e Dinamarca, isto porque era esperado que ele tomasse conta de seus pais quando estes se tornassem idosos. Também, e ao contrário do resto do país, é a mulher que governa a família, este matriarcado radica na ausência do homem que estava normalmente a pescar no mar.
A população estava outrora dividida em diferentes "castas": os Lanchões (aqueles que possuíam barcos capazes para a pesca do alto mar, logo mais endinheirados), os Rasqueiros (a "burguesia" piscatória que usava redes "rasca" para pescar raia, lagosta e caranguejos) e os Sardinheiros ou Fanequeiros (os que possuíam pequenos barcos e apenas poderiam apanhar peixe de menor importância ao largo da costa), e, isolados deles, os lavradores (os agricultores). Existiam ainda outros grupos, os Seareiros (os que misturavam a vivência piscatória e agrícola), e os Sargaceiros(os que se dedicavam à apanha de sargaço). E, por norma, as diferentes castas não se envolviam, os casamentos mistos eram proibidos devido ao isolacionismo dos pescadores, coordenados por anciãos.

Nas placas de rua do centro da cidade são colocadas marcas de famílias tradicionais.

As siglas poveiras, com um número restrito de símbolos que eram combinados para formar marcas mais intrincadas, eram usadas como um sistema de comunicação visual rudimentar ou como brasão e marca familiar para assinalar pertences. Os vendedores usavam-nas também no seu livro de conta fiada; os pescadores aplicaram-nas em rituais religiosos esculpindo a sua marca em portas de capelas católicas perto de montes ou praias; na mesa da Igreja Matriz durante o casamento; e tinham ainda importância mágica, tal como a sigla São Selimão, que era vista como um símbolo protetor. As siglas são herdadas e aos filhos era dada a mesma marca mas com um traço, chamado de piquee continuam a ser bordadas nas famosas camisolas poveiras. O filho mais novo, o herdeiro, não teria nenhum pique, herdando assim a marca-brasão. As siglas são ainda hoje usadas, de forma cada vez mais ligeira, por algumas famílias; e estão, possivelmente, relacionadas com tradições viking.


Dos objetos do quotidiano tradicional poveiro, destaca-se a Lancha Poveira, um barco que se desenvolveu a partir do Drakkar Viking, sem a popa e a ré pronunciadas, com vela mediterrânica. As camisolas poveiras são um traje local com motivos marítimos com o nome do dono bordado em sigla. Criadas com intenção festiva e decorativa, as camisolas foram traje comunitário até 1892, ano em que se deu uma fatalidade no mar, e assim deixou de ser usada como forma de luto, voltando a se popularizar no final da década de 1970. Hoje em dia, tem-se buscado formas para modernizar as camisolas poveiras por um lado e por outro manter os saberes tradicionais, tendo havido estilistas que as apresentaram em desfiles internacionais de moda. Outro artesanato típico são os tapetes de Beiriz que são tapetes rústicos nos quais o padrão do tapete pode ser também visto no lado inverso.
Em 15 de Agosto realiza-se a Festa de Nossa Senhora da Assunção, uma das maiores deste género em Portugal, cujo ponto mais alto da procissão acontece em frente ao porto de pesca – nessa altura centenas de foguetes são lançados de barcos engalanados. Na última quinzena de Setembro, por altura dos festejos da Nossa Senhora das Dores, decorre a centenária e típica Feira da Louça da Senhora das Dores, com diversas tendas, instaladas no largo junto à Igreja da Senhora das Dores, que comercializam louça diversa, em especial louça tradicional portuguesa.

Marina de Póvoa

O monte de São Félix é um ponto de referência dos pescadores no mar e de culto antigo. No último Domingo de Maio, a Romaria da Senhora da Saúde percorre uma distância de 7 quilómetros entre a Igreja Matriz e o Santuário da Nossa Senhora da Saúde, no sopé do Monte de São Félix. Junto ao cabo de Santo André, existe uma formação rochosa chamada Penedo do Santo, que tem uma marca que os pescadores acreditam ser uma pegada do próprio Santo André. Eles acreditam ainda que este santo é o barqueiro das almas e que liberta as almas daqueles que se afogam no mar, indo pescá-las ao fundo do oceano depois de um naufrágio. A festa de Santo André acontece na madrugada do último dia de Novembro, em que grupos de pessoas, envolvidos em mantos pretos e segurando lampiões, vão até à capela pela praia.


Os ingredientes tradicionais da cozinha poveira são os produtos hortícolas regionais e o peixe. O peixe é dividido em duas categorias, o peixe "pobre" (sardinha, raia, cavala, cascarra e outros) e o peixe "fino" (tais como pescada, robalo, badejo e melo). O prato local mais famoso é a Pescada à poveira, cujos ingredientes principais são, para além do peixe que dá o nome ao prato, batatas, ovos e um "molho fervido" de cebola e tomate. Outros pratos piscatórios incluem o arroz de sardinha, a caldeirada de peixe, lulas recheadas à poveiro, arroz de marisco e lagosta suada. Marisco com concha e iscas, pataniscas e bolinhos de bacalhau fritos são entradas populares de pratos. A feijoada poveira, servida com arroz seco, é feita com feijão branco, chouriço e pedaços de carne bovina e suína.


A francesinha poveira é fast food típica da Póvoa que surgiu em 1962 para consumo rápido pelos banhistas. Com semelhanças apenas na forma com o cachorro quente, é um sanduíche feito com linguiça, fiambre, queijo e mostarda em pão cacete. A francesinha é molhada com um molho específico feito à base de manteiga, ketchup e piri-piri, com conhaque, brandy, porto ou whisky.


Ao longo da cidade encontra-se a maior concentração de restaurantes. Alguns são bastante conhecidos devido a especialidades locais como o marisco, bacalhau, pescada à poveira, frango assado e francesinha.

Comidas típicas de Póvoa



Um comentário:

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