Rua histórica de
Salvador
Ladeira da Montanha
A ladeira da Preguiça, localizada no
tradicional bairro Dois de Julho em Salvador, Bahia, é uma importante
via soteropolitana, tanto do ponto de vista histórico quanto cultural.
A ladeira da Preguiça foi uma das três primeiras
ladeiras construídas em Salvador (provavelmente, já no século XVII), após
a abertura das ladeiras da Misericórdia e da Conceição. Cumpria então o papel de ligar o porto da cidade à Cidade Alta. Sua
importância de outrora pode ser mensurada pelo fato da orla marítima do bairro
Dois de Julho ter recebido seu nome: Litoral da Preguiça, abrigo da praia do Unhão.
Fotografia da década de 30 do século
passado
Gradualmente preterida por em prol de vias de
acesso mais rápido, depois de passar por um longo período de abandono, hoje
existe um levante popular e cultural que fomenta o resgate e a cultura local,
promovido por moradores, tendo sido declarada popularmente como um centro
cultural.
A preguiça citada no nome da
ladeira refere-se ao fato de que as mercadorias eram transportadas do porto
para a cidade, fosse às costas de escravos, fosse a carretas puxadas por bois -
eram empurradas por escravos. A elite da época, a qual residia em
casarões ao longo da via, costumava divertir-se com
gritos de "sobe preguiça!" ao presenciar os escravos subindo
penosamente a ladeira, sob o peso de sacos de mercadorias pesando até
60 kg ou empurrando carretas abarrotadas.
Todavia, corroborando a imagem folclórica,
preconceituosa e elitista de que os baianos (em geral) e os soteropolitanos (em
particular) são preguiçosos, a página oficial da Secretaria de Turismo da
Cidade de Salvador, sustenta a idéia de que os escravos, reclamando do trabalho
pesado, diziam que subir a ladeira "dava preguiça".
Uma das mais famosas referências à ladeira da
Preguiça foi feita na música homônima, composta por Gilberto Gil em
1971 e gravada, entre outros, por Elis Regina.
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