Política
A suspensão do benefício no Pará pelo Supremo Tribunal Federal abre
precedentes para os demais casos
Por
Hieros
Vasconcelos Rego
Uma emenda constitucional aprovada (ontem
sexta-feira, de abril (dia 10/1015), pelos deputados estaduais deve garantir pensão
vitalícia a quatro ex-governadores do estado.
O
benefício gerou polêmica entre os parlamentares, mas, por fim, a unanimidade avalizou
a matéria de autoria do deputado estadual Adolfo Menezes (PSD), que acrescenta
mais um artigo à Constituição do Estado.
Aprovada
por unanimidade na Assembleia Legislativa da Bahia em novembro do ano passado,
a emenda constitucional que garante a pensão vitalícia a quatro ex-governador
do Estado pode ser derrubada. Isso porque, com a suspensão do benefício
no Pará pelo Supremo Tribunal Federal, na última quinta-feira (9/4),
especialistas e advogados acreditam que a decisão abrirá precedentes para os
demais casos.
No
entendimento da maioria dos ministros do Supremo que decidiram pela suspensão
do benefício no Pará, a pensão vitalícia é inconstitucional. Para a Ordem dos
Advogados do Brasil, a decisão deve abrir um precedente para os demais casos.
Segundo
o vice-presidente da OAB-Bahia, Fabrício de Castro, a tendência é que a
inconstitucionalidade do benefício seja declarada em todos os estados que
tiveram a proposta aprovada pelas suas assembleias legislativas. “Acredito que
seja uma tendência. A gente aqui na OAB mandou matéria para a OAB federal. Essa
decisão do Pará, inclusive, foi a OAB federal que propôs. Nossa matéria está
tramitando, e acredito que o STF também irá considerar inconstitucional”,
declarou.
Na
Bahia, medida especial será concedida àqueles que tenham exercido o mandato por
quatro anos ininterruptos ou cinco anos intercalados e tenham contribuído por
30 anos. Com a decisão, os contemplados seriam o ex-governador Jaques Wagner
(PT), que deixou o cargo em 1º de janeiro de 2015. Com o benefício, ele
continuará a ganhar R$ 19,3 mil por mês.
O
artigo 104-A foi votado após o deputado Bruno Reis (PRP) assinar a dispensa de
formalidade pela oposição.
A
pensão vitalícia se estenderia ainda aos ex-governadores Paulo Souto (DEM),
César Borges (sem partido), João Durval e, claro, os próximos comandantes do
Estado.
A
emenda constitucional foi apresentada pelo deputado estadual e presidente da
Assembleia Legislativa, Marcelo Nilo (PDT), que conquistou a unanimidade de
todos os deputados. Na época, chegaram a ironizar afirmando que seria a
“aposentadoria de Wagner”.
Na
ocasião, o deputado Euclides Fernandes (PDT) chegou a questionar se um
parlamentar poderia propor um projeto que gerasse despesas para o Estado, mas
Nilo argumentou que por se tratar de uma emenda, não de um projeto de lei, não
haveria o que se questionar. “É soberana”, disse o pedetista.
No
entanto, do que depender da OAB federal, ex-governador algum vai receber
dinheiro do erário público sem mais ter serventia para a população. “É possível
que eles não consigam. A lei tem grande chance de ser declarada inconsticuional
pelo precedente do Pará que é importante e acho que está evidenciada que existe
essa possibilidade. Nós, da OAB, entendemos que é inconstitucional e
acreditamos que não irá demorar aqui na Bahia”, acrescentou o vice-presidente
da OAB Bahia.
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