quinta-feira, 23 de abril de 2015

IGREJA E CONVENTO DA PIEDADE – SALVADOR, BAHIA

 

Um exemplar sóbrio da arquitetura neoclássica no Brasil


É uma das primeiras igrejas com fachada e interior neoclássicos, do Brasil. É vagamente inspirada na Igreja de Loreto, Itália, apresentando, como aquela, torre do campanário recuada em relação ao corpo da igreja e da imponente cúpula. A planta da nave segue o modelo da de São Bento, em cruz latina com cúpula no transverso. É também a última grande igreja histórica, construída na cidade. 


Foi erguida a partir de 1809, por monges capuchinhos italianos, em substituição à antiga existente, bem menor.

Os altares laterais são em mármore policromado italiano, sem imagens, com painéis pintados por Teófilo de Jesus, um dos mais importantes pintores sacros do início do século XIX. O altar mor guarda ainda características barrocas, sendo a imagem da Piedade mais antiga, provavelmente da igreja anterior. 




O interior do teto era, originalmente, pintado em afresco. Na década de 1960 a igreja foi repintada, internamente, em tons pastéis, com destruição desses afrescos. Nos anos 2000, o revestimento externo da cúpula, em placas de chumbo, foi retirado, revelando o revestimento original, em cerâmica italiana (majolica), policrômica.


No piso encontram-se sepulturas de pessoas ilustres da época, além de sarcófagos em mármore, logo na entrada. No subsolo há uma cripta que contem ossos de pessoas falecidas, dos séculos XIX a início do XX.


Numa cidade repleta de riquíssimas igrejas barrocas, a Piedade é um tanto menosprezada pelos críticos de arte e, frequentemente, negligenciada pelos visitantes. Entretanto, pelo seu porte, pela sua localização, em frente a uma ampla praça, pela sua simplicidade e, ao mesmo tempo, imponência neoclássica, é uma das mais interessantes e singulares igrejas de Salvador. O naturalista alemão, Von Martius, que a conheceu em 1818, a considerou-a como a mais formosa igreja da Baía. Rugendas, anos depois, a desenhou e a descreveu como a mais importante da cidade. 


Durante todo o século XIX e até a metade do XX, a igreja da Piedade era a preferida das elites locais para os cultos religiosos. Ainda hoje é muito frequentada, especialmente depois de implantar os cultos no formato da renovação carismática.
Além da igreja e do convento há ali um museu de arte sacra, com peças riquíssimas da arte religiosa. Apesar da sua importância histórica e artística, curiosamente, não é tombada pelo IPHAN.


Fica aqui o convite para conhecê-la.


Fonte:  http://www.skyscrapercity.com/

Nenhum comentário:

Postar um comentário