A arte do mosaico ou
arte musiva
Em
Salvador - Bahia, graças ao artista plástico Bel Borba, encontramos em muitas
das suas paredes a bela arte do mosaico
Mosaico ou arte musiva é palavra de origem alemã, embora a
técnica seja antiquíssima. É um embutido de pequenas peças (tesselas) de pedra ou
de outros materiais como (plástico, areia, papel ou conchas),
formando determinado mosaico. O
objetivo do desenho é preencher algum tipo de plano, como pisos e paredes.
A palavra ‘mosaico’
tem origem na palavra alemã mouseen, a mesma que deu origem à
palavra ‘música’, que significa "próprio das musas". É uma forma de arte decorativa milenar,
que nos remete a 1438, na época da greco-romana, quando teve seu apogeu.
Na sua elaboração foram utilizados diversos tipos de materiais e teve
diferentes aplicações através dos tempos.
A técnica da arte musiva consiste na
colocação de tesselas, que são pequenos fragmentos de pedras, como mármore
e granito moldados com tagliolo e martellina, pedras
semipreciosas, pastilhas de vidro, seixos e outros materiais, sobre qualquer
superfície. Nos dias de hoje, o mosaico
ressurgiu, despertando grande interesse, sendo cada vez mais utilizado,
artisticamente, na decoração de ambientes interiores e exteriores.
Em Portugal, destacam-se os mosaicos das
ruínas romanas de Conímbriga, datados do século II d.C., além do
"mosaico das musas", da villa romana de Torre de Palma (século
II - IV d.C.), em Monforte, e os da villa romana
de Milreu, no Distrito de Faro, no Algarve - belos
exemplares decorativos da época romana.
Também são exemplos de mosaico o calçadão de Copacabana,
a disposição dos pisos e azulejos de uma casa, até mesmo algumas gravuras do
artista holandês M. C. Escher que tratam do preenchimento do
plano. Hoje, entre as principais figuras do mosaico contemporâneo, destacam-se Marcelo
de Melo (Brasil), Sonia King (Estados Unidos) e Emma Biggs (Reino Unido).
Mosaico do Império
Romano em Vichten, em Luxemburgo, representando Tália, a musa da comédia
O registro mais antigo data de 3.500 a.C., na
cidade de Ur, na região da Mesopotâmia. O "Estandarte de
Ur" compõe-se de dois painéis retangulares de 55 cm, feitos de arenito avermelhado
e lápis-lazúli. No antigo Egito, havia preciosos trabalhos feitos em sarcófagos de
antigas múmias; também havia mosaicos que decoravam colunas e paredes de
templos.
Mosaico português
Entre os gregos, existiam pisos feitos com pedaços
de mármore branco ou de cor, embutidos numa massa compacta e muito resistente. Um motivo que alcançou um certo sucesso na
Grécia foi de pombas, conhecidas como "Os passarinhos de Plínio".
Em Roma esta arte começou no século I A.C. e foi largamente usada em pisos,
murais fontes e até painéis transportáveis. Em Pompeia especificamente,
foi um viveiro de mosaicistas que desde os poderosos e os abastados até o povo
em geral apreciavam esta arte. No período paleo-cristão, abre-se para o mosaico
uma nova era: a arte bizantina, que é o verdadeiro triunfo das artes
visuais do cristianismo.
Combinando harmonicamente elementos ocidentais e
orientais, deu origem a uma arte intelectualizada, onde o sentido de divino, de
sobrenatural, manifestava-se através de um original abstracionismo. Nunca o
mosaico teve tanto esplendor e foi tão largamente usado no mundo como nesse
período. No mundo islâmico, a arte do mosaico teve importante aplicação na
ornamentação de edifícios e mesquitas. Um outro tipo de mosaico foi o de
pequenas tesselas de madeira, usado para decoração de móveis, caixas e outros
objetos.
Mosaico romano
Eram também usados pedaços de marfim e madrepérolas.
No século XIX, caiu quase em abandono. Os estetas subdividiram a produção
artística em artes maiores (pinturas a óleo, afresco, têmpera e esculturas) e
em artes menores (cerâmica, esmalte sobre metal, tapeçaria e o mosaico). Mas o
brilho de suas tesselas não foi apagado pelo tempo, se sentido de pintura do
eterno, esperavam novamente o gênio e a mão do homem, para continuar a
policromia narração do sentir humano. Na América Central que esta forma de
decoração mais se difundiu, alcançando no México e no Peru suas mais perfeitas
realizações. No período moderno, o mosaico, arte mural por excelência,
conseguiu a metamorfose: parede-cimento-pedra-cor. Com isto, ele consegue
harmonizar a arquitetura moderna.
Na Bahia, o
artista plástico Bel Borba, revitalizou a arte musiva, criando em paredes
vazias da cidade painéis (mosaicos) singelos, que preenchem de encantos os
olhares dos passantes, seduzidos pela beleza de suas criações e pela técnica
utilizada.
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