segunda-feira, 13 de abril de 2015

MUNICÍPIO DE VALINHOS – SÃO PAULO

Município brasileiro com alto IDH

Conhecida como a cidade do figo roxo e da goiaba, possui IDH de 0,819


Valinhos é um município brasileiro do estado de São Paulo. Localiza-se a uma latitude 22º58'14"sul e a uma longitude 46º59'45"oeste, estando a uma altitude de 660 metros. Sua população estimada em 2011 era de 108.282 habitantes. Possui uma área de 148,96 km². Valinhos está localizada estrategicamente na Região Metropolitana de Campinas.


Conhecida como a capital do figo roxo, hoje também é lembrada pela grande produção de goiaba, o município também é lembrado quando se fala do compositor, cantor e ator Adoniran Barbosa, nascido nesta cidade no dia 6 de agosto de 1910. Adoniran Barbosa é um grande ídolo deste município até hoje pela a sua história, um dos artistas mais consagrados e de referência quando se fala em, samba, fez história na cidade de São Paulo (capital) com a composição da música Trem das Onze, onde também faleceu no dia 23 de novembro de 1982.



Figo roxo de Valinhos


O primeiro marco na história de Valinhos registra a concessão de uma sesmaria a Alexandre Simões Vieira no dia 2 de dezembro de1732, que foi outorgada pelo presidente de São Paulo, Antônio Luís de Távora, o conde de Sarzedas. Conta a história que Alexandre Simões Vieira abriu um caminho novo de Jundiaí aos Goiases, tendo como paragem um ribeirão chamado Pinheiros. Este trajeto novo tinha por objetivo substituir o então caminho da Vila de Jundiaí até a paragem chamada Campinas do Mato Grosso, por este ser ruim e muito longo. Até então, o caminho era conhecido como Estrada de Goiás e passou a ser bastante utilizado a partir de 1722, com a descoberta do ouro em Goiás.

Goiaba de Valinhos


O Pouso de Pinheiros, pelos registros históricos, foi o primeiro marco oficial de uma área dentro do atual município de Valinhos e, conforme os historiadores, teve existência quase centenária. Segundo o professor Mário Pires, em seu livro “Valinhos: Tempo e Espaço”, a localização deste chamado Pouso de Pinheiros provavelmente é o atual bairro Capuava, o qual o historiador considera a “célula mater” de Valinhos.
No período em que a sesmaria foi outorgada, Campinas ainda era chamada de bairro de Mato Grosso das Campinas, pertencente ao município de Jundiaí. Em 1741, Francisco Barreto Leme, juntamente com sua família, fixou-se na região e deu início a um povoado. Em 1774, o então bairro de Jundiaí foi elevado à categoria de Distrito e, em 16 de novembro de 1797, Campinas tornou-se município.


A partir daí, não se sabe precisar quando foi fundada a vila de Valinhos. Porém, na área onde está localizado o município hoje, já naquele período se constatava o desenvolvimento através de grandes fazendas. A fazenda Dois Córregos, hoje bairro Dois Córregos, pertenceu ao brigadeiro Luís António de Sousa Queirós, tido como o homem mais rico da capitania, que chegou a possuir, só em Campinas, dezesseis engenhos de açúcar, e ainda pertenceu a Joaquim Policarpo Aranha, barão de Itapura, também abastado fazendeiro em Campinas.

Residência da artista Ruy Ohtake

Outro evento importante foi a epidemia de febre amarela que arrasou Campinas no ano de 1889. Segundo cálculos feitos àquela época, a população de Campinas, que era de vinte mil pessoas, foi reduzida a quatro mil. Não que a maioria tenha morrido, mas sim que muitos, com medo da doença, fugiram da cidade.
No dia 31 de abril daquele ano, a então Valinhos foi palco de uma importante reunião da Câmara Municipal de Campinas, que aqui esteve para cobrar do governo Provincial a convocação da Assembleia Legislativa, para que a mesma, em sessão extraordinária, tomasse providências sobre o saneamento da cidade, para evitar novas epidemias.
Embora não tenha sido atingida pela epidemia em 1889, Valinhos não escaparia da febre amarela. No ano seguinte, uma nova epidemia, dessa vez em menor proporção, atingiu Campinas e alcançou Valinhos, Rebouças (hoje Sumaré), Santa Bárbara e Boa Vista, entre outras.
Em função da epidemia da febre amarela de 1889, a Sexta Secção Eleitoral de Campinas foi transferida para Valinhos, onde muitos dos campineiros buscaram refúgio, desenhando o futuro distrito. No ano de 1893, o Diário Oficial do estado do dia 1º de setembro publicou, em sua página 7840, dentro do Expediente da Secretaria dos Negócios da Justiça, ato de criação do “Distrito Policial de Valinhos”.


O tráfego ferroviário pela Companhia Paulista de Estradas de Ferro de Jundiaí a Valinhos teve início em 28 de março de 1872. Com a precariedade das estradas, as cargas sendo transportadas no lombo de mulas e burros, os trens passaram a ter grande importância, servindo inicialmente para o transporte das sacas de café em grãos, com destino ao Porto de Santos.
Conforme relato do historiador Benedito Otávio, em 1907, ao inaugurar-se a Cia. Paulista, o tráfego ainda era pequeno na Vila de Valinhos, crescendo após a lei de 13 de maio de 1888, que extinguiu a escravidão. Com a abolição, havia falta de mão-de-obra e os primeiros imigrantes italianos começaram a chegar em 1888, dando um novo impulso à agricultura.


As inúmeras fazendas cafeeiras, que proliferavam em toda a região, motivaram a construção da ferrovia. Em 28 de maio de 1896, a pequena, mas próspera vila de Valinhos foi elevada à categoria de Distrito de Paz, que utilizava as mesmas divisas do Distrito Policial, criado em 1893, para definir os limites do novo distrito.
No dia 30 de dezembro de 1953, o governo do estado promulga a lei 2456, criando o município de Valinhos. A primeira eleição acontece no dia 3 de outubro de 1954, sendo eleito Jerônymo Alves Corrêa o primeiro prefeito, com 1832 votos. O município é oficialmente instalado no dia 1º de janeiro de 1955, quando tomam posse o prefeito e os 13 vereadores.
Desde a década de 1920, quando o então prefeito de Campinas Orozimbo Maia se torna proprietário da Fazenda Cachoeira e que, em 12 de julho de 1921, inaugura a Fazenda Hotel Fonte Sônia, é que Valinhos persegue sua vocação turística. Diz a história que Orozimbo Maia mandou proceder a análise da água, para saber se a mesma era radioativa, depois de ter ouvido a história de que um colono que sofria dos rins foi curado após ter tomado, durante certo tempo, a água da fonte da fazenda.

São Paulo-Jundiaí, Valinhos

O resultado foi positivo, mostrando que a água era de fato radioativa e suas propriedades eram benéficas para os males dos rins, bexiga e outros órgãos. A água da fonte da Fazenda Cachoeira era diurética, mais forte que a de Lindoia. Pensando no sucesso financeiro da descoberta, Orozimbo Maia transforma metade da casa da fazenda em hotel e dá início à produção comercial do líquido. A Fonte Sônia também ficou famosa pela produção de doces como figada e a goiabada e por suas belezas naturais, como as cascatas e matas nativas, que ainda hoje atraem inúmeros turistas.
Em vários momentos da história a imprensa valinhense levantou a questão de Valinhos e sua vocação para o turismo. O primeiro jornal de Valinhos, editado no ano de 1939 por Gedeão Menegaldo, traz um artigo com o título “Valinhos enquanto estância termo climática”, que fala mais diretamente sobre esta vocação.
Porém, em nenhum momento da história como neste final de século, o turismo foi tão debatido e tão almejado. A concretização deste sonho começou a ser efetivada no ano de 1996, quando a Embratur concedeu a Valinhos o Selo de Cidade com Potencial Turístico.
Desde então, um trabalho de planejamento vem sendo realizado para concretizar esta vocação, através de um projeto que garanta a Valinhos infraestrutura para promover o turismo receptivo e condições de mostrar aos visitantes as principais atrações da cidade, seus eventos e sua principal riqueza, que são as frutas.

Country Club de Valinhos

Valinhos possui 2 grandes locais para eventos e shows. O primeiro e mais antigo é o Parque Municipal Monsenhor Bruno Nardini, onde é realizado anualmente a Festa do Figo e Expogoiaba. O parque oferece infraestrutura para comportar grandes shows. Um dos últimos shows da Banda Mamonas Assassinas foi realizado nesse local com a presença de 80 mil espectadores. Outro local utilizado para eventos culturais da cidade é o CACC (Centro de Artes Cultura e Comércio) “Adoniran Barbosa”, que fica ao lado da rodoviária. O CACC foi inaugurado em 16 de Agosto de 2008, após a recuperação da estrutura metálica existente ao lado da rodoviária, que ficou por mais de 10 anos abandonada. O local conta com palco e camarins e é destinado a atividades culturais, religiosas, feiras e exposições.
Recentemente, foi inaugurado o Teatro Municipal de Valinhos, no antigo "Cine Saturno".
O artista Alexandre Filiage, residente em Valinhos, em 2014 pintou o painel da marquise do Parque Ibirapuera, para o evento Viva a Mata 2014.

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