Município brasileiro
com alto IDH
Valinhos é um município brasileiro do estado de São
Paulo. Localiza-se a uma latitude 22º58'14"sul e a uma longitude 46º59'45"oeste, estando a uma
altitude de 660 metros. Sua população estimada em 2011 era
de 108.282 habitantes. Possui uma área de 148,96 km². Valinhos está localizada estrategicamente na Região Metropolitana de Campinas.
Conhecida como a capital do figo roxo, hoje também é lembrada pela grande produção
de goiaba, o município também
é lembrado quando se fala do compositor, cantor e ator Adoniran Barbosa, nascido nesta cidade
no dia 6 de agosto de 1910. Adoniran
Barbosa é um grande ídolo deste município até hoje pela a sua história, um dos
artistas mais consagrados e de referência quando se fala em, samba, fez
história na cidade de São Paulo (capital) com a composição da música Trem das Onze, onde também faleceu
no dia 23 de novembro de 1982.
O primeiro marco na história de Valinhos registra a
concessão de uma sesmaria a Alexandre Simões Vieira no dia 2 de
dezembro de1732, que foi outorgada pelo presidente de São Paulo, Antônio
Luís de Távora, o conde de Sarzedas. Conta a história que Alexandre Simões
Vieira abriu um caminho novo de Jundiaí aos Goiases, tendo como
paragem um ribeirão chamado Pinheiros. Este trajeto novo tinha por objetivo
substituir o então caminho da Vila de Jundiaí até a paragem chamada Campinas
do Mato Grosso, por este ser ruim e muito longo. Até então, o caminho era
conhecido como Estrada de Goiás e passou a ser bastante utilizado a partir de 1722,
com a descoberta do ouro em Goiás.
O Pouso de Pinheiros, pelos registros históricos,
foi o primeiro marco oficial de uma área dentro do atual município de Valinhos
e, conforme os historiadores, teve existência quase centenária. Segundo o
professor Mário Pires, em seu livro “Valinhos: Tempo e Espaço”, a localização
deste chamado Pouso de Pinheiros provavelmente é o atual bairro Capuava, o qual
o historiador considera a “célula mater” de Valinhos.
No período em que a sesmaria foi outorgada,
Campinas ainda era chamada de bairro de Mato Grosso das Campinas, pertencente
ao município de Jundiaí. Em 1741, Francisco Barreto Leme, juntamente
com sua família, fixou-se na região e deu início a um povoado. Em 1774, o então
bairro de Jundiaí foi elevado à categoria de Distrito e, em 16 de novembro de 1797, Campinas tornou-se
município.
A partir daí, não se sabe precisar quando foi fundada
a vila de Valinhos. Porém, na área onde está localizado o município hoje, já
naquele período se constatava o desenvolvimento através de grandes fazendas. A fazenda
Dois Córregos, hoje bairro Dois Córregos, pertenceu ao brigadeiro Luís
António de Sousa Queirós, tido como o homem mais rico da capitania, que chegou
a possuir, só em Campinas, dezesseis engenhos de açúcar, e ainda pertenceu a Joaquim
Policarpo Aranha, barão de Itapura, também abastado fazendeiro em
Campinas.
Residência da artista Ruy Ohtake
Outro evento importante foi a epidemia de febre
amarela que arrasou Campinas no ano de 1889. Segundo cálculos feitos
àquela época, a população de Campinas, que era de vinte mil pessoas, foi
reduzida a quatro mil. Não que a maioria tenha morrido, mas sim que muitos, com
medo da doença, fugiram da cidade.
No dia 31 de abril daquele ano, a então Valinhos
foi palco de uma importante reunião da Câmara Municipal de Campinas, que aqui
esteve para cobrar do governo Provincial a convocação da Assembleia
Legislativa, para que a mesma, em sessão extraordinária, tomasse providências
sobre o saneamento da cidade, para evitar novas epidemias.
Embora não tenha sido atingida pela epidemia em
1889, Valinhos não escaparia da febre amarela. No ano seguinte, uma nova
epidemia, dessa vez em menor proporção, atingiu Campinas e alcançou Valinhos,
Rebouças (hoje Sumaré), Santa Bárbara e Boa Vista, entre
outras.
Em função
da epidemia da febre amarela de 1889, a Sexta Secção Eleitoral de Campinas foi
transferida para Valinhos, onde muitos dos campineiros buscaram refúgio,
desenhando o futuro distrito. No ano de 1893,
o Diário Oficial do estado do dia 1º de setembro publicou, em sua
página 7840, dentro do Expediente da Secretaria dos Negócios da Justiça, ato de
criação do “Distrito Policial de Valinhos”.
O tráfego ferroviário pela Companhia Paulista
de Estradas de Ferro de Jundiaí a Valinhos teve início em 28 de março de 1872.
Com a precariedade das estradas, as cargas sendo transportadas no lombo de
mulas e burros, os trens passaram a ter grande importância, servindo
inicialmente para o transporte das sacas de café em grãos, com destino ao Porto
de Santos.
Conforme relato do historiador Benedito Otávio,
em 1907, ao inaugurar-se a Cia. Paulista, o tráfego ainda era pequeno na
Vila de Valinhos, crescendo após a lei de 13 de maio de 1888, que
extinguiu a escravidão. Com a abolição, havia falta de mão-de-obra e os
primeiros imigrantes italianos começaram a chegar em 1888, dando um
novo impulso à agricultura.
As inúmeras fazendas cafeeiras, que
proliferavam em toda a região, motivaram a construção da ferrovia. Em 28 de
maio de 1896, a pequena, mas próspera vila de Valinhos foi elevada à
categoria de Distrito de Paz, que utilizava as mesmas divisas do Distrito
Policial, criado em 1893, para definir os limites do novo distrito.
No dia 30 de dezembro de 1953, o governo do
estado promulga a lei 2456, criando o município de Valinhos. A primeira eleição
acontece no dia 3 de outubro de 1954, sendo eleito Jerônymo Alves
Corrêa o primeiro prefeito, com 1832 votos. O município é oficialmente
instalado no dia 1º de janeiro de 1955, quando tomam posse o prefeito e os
13 vereadores.
Desde a década de 1920, quando o então
prefeito de Campinas Orozimbo Maia se torna proprietário da Fazenda
Cachoeira e que, em 12 de julho de 1921,
inaugura a Fazenda Hotel Fonte Sônia, é que Valinhos persegue sua vocação
turística. Diz a história que Orozimbo
Maia mandou proceder a análise da água, para saber se a mesma era radioativa,
depois de ter ouvido a história de que um colono que sofria dos rins foi curado
após ter tomado, durante certo tempo, a água da fonte da fazenda.
São Paulo-Jundiaí, Valinhos
O resultado foi positivo, mostrando que a água era de fato radioativa e suas propriedades eram benéficas
para os males dos rins, bexiga e outros órgãos. A água da fonte da Fazenda Cachoeira era diurética, mais forte
que a de Lindoia. Pensando no
sucesso financeiro da descoberta, Orozimbo Maia transforma metade da casa da
fazenda em hotel e dá início à produção comercial do líquido. A Fonte Sônia
também ficou famosa pela produção de doces como figada e a goiabada e por suas
belezas naturais, como as cascatas e matas nativas, que ainda hoje atraem
inúmeros turistas.
Em vários momentos da história a
imprensa valinhense levantou a questão de Valinhos e sua vocação para o
turismo. O primeiro jornal de Valinhos, editado no ano de 1939 por Gedeão Menegaldo, traz um artigo com o
título “Valinhos enquanto estância termo climática”, que fala mais diretamente
sobre esta vocação.
Porém, em nenhum momento da história
como neste final de século, o turismo foi tão debatido e tão almejado. A
concretização deste sonho começou a ser efetivada no ano de 1996, quando a Embratur concedeu a Valinhos o Selo de Cidade
com Potencial Turístico.
Desde então, um trabalho de
planejamento vem sendo realizado para concretizar esta vocação, através de um
projeto que garanta a Valinhos infraestrutura para promover o turismo receptivo
e condições de mostrar aos visitantes as principais atrações da cidade, seus
eventos e sua principal riqueza, que são as frutas.
Country Club de Valinhos
Valinhos possui 2 grandes locais para
eventos e shows. O primeiro e mais
antigo é o Parque Municipal Monsenhor Bruno Nardini, onde é realizado
anualmente a Festa do Figo e Expogoiaba. O parque oferece infraestrutura
para comportar grandes shows. Um dos últimos shows da Banda Mamonas Assassinas foi realizado nesse local com a
presença de 80 mil espectadores. Outro
local utilizado para eventos culturais da cidade é o CACC (Centro de Artes
Cultura e Comércio) “Adoniran Barbosa”, que fica ao lado da rodoviária. O CACC
foi inaugurado em 16 de Agosto de 2008,
após a recuperação da estrutura metálica existente ao lado da rodoviária, que
ficou por mais de 10 anos abandonada. O local conta com palco e camarins e é
destinado a atividades culturais, religiosas, feiras e exposições.
Recentemente, foi inaugurado o Teatro Municipal de Valinhos, no
antigo "Cine Saturno".
O artista Alexandre Filiage, residente
em Valinhos, em 2014 pintou o
painel da marquise do Parque
Ibirapuera, para o evento Viva a Mata 2014.
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