É um dos
principais museus do mundo
O Museu do Prado é o mais
importante museu de Espanha e um dos mais importantes do
mundo. Apresentando belas e preciosas obras de arte, o museu localiza-se
em Madrid e foi mandado construir
por Carlos III. As obras de construção prolongaram-se por muitos anos,
tendo sido inaugurado somente no reinado de Fernando VII.
Quando o rei Carlos III regressou
de Nápoles à sua cidade natal, apercebeu-se de que Madrid não havia
melhorado em nada desde que de lá tinha saído: Madrid continuava aquele lugar
que, convertido repentinamente em capital por obra e graça de Filipe II,
cresceu precipitada e desordenadamente e de um modo pouco consistente.
Decidiu assim encarregar Juan de Villanueva,
o arquiteto real, de projetar um edifício destinado
às Ciências e que pudesse albergar o Gabinete de História
Natural.
Tal foi o culminar da carreira artística de Juan de
Villanueva, sendo esta a maior e mais ambiciosa obra do neoclassicismo
espanhol.
Com a construção deste edifício, concebido como uma
operação urbanística de elevados custos, o rei Carlos III pretendia dotar a
capital do seu reino com um espaço urbano e monumental, como os que abundavam
nas restantes capitais europeias.
As obras de construção do museu prolongaram-se por
muitos anos, ao largo de todo o reinado de Carlos IV. Porém, a chegada dos
franceses a Espanha e a Guerra da Independência, interromperam-nas.
Foi então utilizado para fins militares, tendo-se
aqui estabelecido um quartel militar. Neste momento começou a deterioração do
edifício, que se notava cada vez mais, à medida que os anos avançavam.
Aborrecidos, Fernando VII e a sua
esposa, Maria Isabel de Bragança, puseram fim a tal situação, impedindo
que o museu chegasse à ruína total e recuperando-o.
Fachada frontal do museu
Isabel foi a grande impulsionadora deste projeto e
é a ela que se deve o êxito final, mesmo que não tenha vivido para saboreá-lo,
pois morreu um ano antes da grande inauguração do museu, a 19 de novembro de
1819.
Contendo coleções de pintura e escultura
provenientes das coleções reais e da nobreza, o museu detinha, aquando da sua
inauguração, cerca de 311 obras de arte.
Foi, pois, um dos primeiros museus públicos de toda
a Europa e o primeiro de Espanha, fazendo assim notar a sua função
recreativa e educacional.
No final do século XIX, mais precisamente em
1872, todo o acervo do Museu da Trindade foi doado ao Prado. As
obras, de temática religiosa, eram na maioria expropriações dos
bens eclesiásticos, como forma de amortização das dívidas
do clero para com o reino.
Desde a fusão dos dois museus, o acervo foi
ampliado com muitas outras obras de arte, por doações, heranças e novas
aquisições.
Em 2006, teve lugar no Prado uma das mais
importantes exposições de toda a história do museu: Furtuny, Madrazo, Rico -
Legado de Ramón de Errazu. Esta exposição reúne importantes obras dos
famosos pintores oitocentistas Mariano Furtuny, Raimundo de Madrazo y
Garreta e de Martín Rico.
Uma importante ampliação do espaço museológico foi
inaugurada em outubro de 2007 (projeto de Rafael Moneo).
Este importante museu alberga numerosas e
valiosíssimas coleções, entre elas, a de pintura e escultura.
A colecção de pintura é bastante completa e
complexa, existindo neste museu coleções de pintura espanhola, francesa,
flamenga, alemã e italiana:
Bela e interessante, a coleção de pintura
francesa deriva das relações hispano-francesas no século
XVII e das aquisições de alguns reis e nobres espanhóis, como Filipe
IV e Filipe V. Esta reúne obras de pintores como Nicolas
Poussin e Claude Lorrain, bem como de Louis-Michel van
Loo, Antoine Watteau e de François Boucher.
A coleção de pintura espanhola é a
mais importante do museu, sendo a que lhe concede o renome internacional que
atualmente tem. Obedecendo a um critério cronológico, o Prado expõe desde os
murais românicos do século XII à produção de Francisco Goya.
Esta coleção abriga obras de pintores espanhóis de fama internacional,
como José de Ribera, José de Madrazo y Agudo e o filho
deste, Federico de Madrazo y Kuntz, Esteban
Murillo, Velázquez e Zurbarán.
O facto de os Países Baixos terem integrado
o grande império espanhol, durante o chamado El siglo de oro,
explica a riqueza da coleção da escola flamenga no Museu do
Prado. A coleção alberga pintura de pintores como Hieronymus
Bosch, Dirck Bouts e Hans Memling, tal como
de Rubens, Adriaan Isenbrant, Rembrandt, Anthony van
Dyck e Brueghel.
Infanta
Margarita da Áustria
por Diego Velázquez
por Diego Velázquez
Reduzida em número, mas de grande qualidade,
a coleção de pintura alemã alberga obras desde o século
XVI ao século XVIII, dedicando diversas salas a pinturas capitais
de Albrecht Dürer, Lucas Cranach, Hans Baldung e Anton
Raphael Mengs.
Com dezesseis salas dedicadas à sua exposição, a
secção da coleção de pintura italiana alberga obras desde a
Baixa Renascença até aoséculo XVIII, reunindo pinturas de artistas muito
famosos como Fra Angelico, Antonello da Messina, Andrea
Mantegna, Botticelli, Raffaello Sanzio,Tiepolo e Corrado
Giaquinto. Para além destes, podem aqui observar-se excelsas obras
de Ticiano, Tintoretto, Veronèse, Bassano, Caravaggio e
Orazio Gentileschi.
Tiziano
Já a coleção de escultura é
composta por mais de duzentas e vinte esculturas da Antiguidade Clássica,
trazidas de Itália entre os séculos XVI e XIX. A colecção alberga
esculturas do período greco-arcaico ao período helenístico, tal como
do Renascimento.
A coleção de desenhos e estampas, conta
com cerca de 4 mil desenhos, destacando os cerca de quinhentos desenhos
de Francisco Goya, a mais importante do mundo. Duas
salas, instaladas no segundo andar do museu,
mostram rotativamente, por razões de conservação, esta importante e rica
coleção.
Por último, a colecção de artes decorativas é
das mais bonitas e ricas do Prado, albergando até o famoso Tesouro do Delfim.
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