quinta-feira, 16 de abril de 2015

UM RÉQUIEM PARA A ‘LAN HOUSE’

Negócios


O documentário 'Conectados' mostra o declínio destes estabelecimentos, da febre nos anos 2000 até a persistência atual em alguns lugares da periferia.

ALICE RIFF / LUCIANO ONÇA  ABR 2015
El PAÍS – O JORNAL GLOBAL
  
 A inclusão digital no Brasil não pode ser compreendida sem observar o fenômeno das lan houses. Em 2008, segundo o Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br), 52% dos brasileiros utilizavam esse tipo de estabelecimento. “Em vários lugares da periferia de São Paulo e do Rio, você tinha uma lan house nessa rua, outra na rua de cima”, lembra o sociólogo e professor da Universidade Federal do ABC Sergio Amadeu.

As ‘lan houses’ ainda existentes se encontram assim: vazias


Os motivos que fizeram das lans uma verdadeira febre foram diversos. Para os gamers, era o lugar de encontro e socialização, onde os computadores tinham a configuração certa para os jogos de última geração. Durante a explosão do uso de redes sociais, o acesso contínuo era imprescindível para os adolescentes sem computador em casa. Mas a coisa mudou. O crescimento da renda média do trabalhador e o barateamento dos smartphones levou ao fechamento da maioria das lan houses em São Paulo e restante do Brasil. Hoje, adolescentes de 16 anos se lembram com nostalgia de terem frequentado as lan houses quando tinham 12 ou 13 anos.
O mini-documentário Conectados, realizado pela Pública para o programa “Sala de Notícias”, do Canal Futura, visitou essas lembranças e algumas lan houses que ainda persistem, seja em bairros longínquos como o Jardim Pantanal, na zona leste de São Paulo, ou em pequenas lojas no centro da cidade, que acolhem os imigrantes sul-americanos e africanos recém-chegados.

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