História
Ministro das Relações Exteriores do Japão Mamoru
Shigemitsu assina a Ata de rendição do Japão no USS Missouri sendo
visto por Richard K. Sutherland.
A rendição
do Japão significou o fim da Segunda Guerra Mundial. Em agosto de 1945, a Marinha
Imperial Japonesa estava sem recursos e a invasão aliada no país (Operação
Downfall) era iminente. Enquanto diziam
para a população que o povo deveria lutar até o final, os líderes do Conselho
de Guerra do Japão tentaram estabelecer negociações bilaterais para uma rendição com a União Soviética,
tentando fazer com que o governo de Josef Stalin fosse responsável
por mediar a paz com os demais aliados da Segunda Guerra Mundial.
Entretanto, os soviéticos romperam o Pacto
de Neutralidade Nipo-Soviético em 5 de abril de 1945. Em julho romperam
relações diplomáticas com o Japão e continuaram a preparação para invadir o
Japão no prazo, conforme os planos conjuntos dos aliados estabelecidos com Winston
Churchill e Franklin Delano Roosevelt na Conferência de Ialta.
Nos
dias 6 e 9 de agosto, os Estados Unidos lançaram ataques
nucleares em Hiroshima e Nagasaki, respectivamente. Em 8 de agosto, a União
Soviética declarou Guerra ao Japão e iniciou a invasão da Manchúria (chamada
de Manchukuo pelos japoneses), derrotando rapidamente o Exército
Imperial japonês que ocupava a Manchúria e a Coreia.
Após os ataques nucleares e a derrota
do exército Imperial na Ásia continental, o Imperador Hirohito ordenou
ao Conselho de Guerra que tentasse negociar uma paz minimamente honrosa com os
Aliados.
Em
meio às derrotas militares, ocorreu uma tentativa de golpe de Estado fracassada.
O imperador Hirohito acabou aceitando a rendição do Japão. Embora os aliados
tivessem concordado em só negociar a paz em conjunto, os soviéticos resistiram
mais a aceitar as condições de paz muito favoráveis aos EUA, pois seus
exércitos avançavam rapidamente sobre a China ocupada pelo Japão. O
avanço soviético na China e norte da Coreia, assim como a avanço americano no
sul da Coreia só foram interrompidos no primeiro dia de setembro. Na Coreia, o
avanço soviético foi interrompido no paralelo 38, quando as tropas
estado-unidenses desembarcaram em Incheon.
Em 28
de agosto, começou formalmente a ocupação do Japão pelo Comandante
Supremo das Forças Aliadas. A cerimônia oficial de rendição aconteceu no dia 2
de setembro, quando oficiais do Japão representando o Imperador assinaram
a ata de rendição do Japão ao general americano Richard K. Sutherland, a bordo
do USS Missouri. Desde então, a população dos países aliados comemoram o Dia
V-J.
Consequências
da rendição japonesa
A
rendição japonesa encerrou a II Guerra Mundial, deixou consequências para
o Japão e para os países da região.
Existem muitas controvérsias a respeito das negociações que levaram á rendição
japonesa, pois os Estados Unidos chegaram a declarar que esta era uma
"rendição incondicional". Entretanto
a rendição japonesa foi diferente da rendição alemã (dia da Vitória na Europa),
esta última uma rendição realmente "incondicional". No caso do Japão,
parte do governo japonês, incluindo o Imperador, foi mantida no poder, e apenas
uma parcela desta elite foi condenada por causar a guerra. As negociações de
paz resultaram em uma ocupação bem diferente da ocorrida na Alemanha, que foi
ocupada pela União Soviética e Estados Unidos. O Japão foi ocupado apenas pelas
tropas dos Estados Unidos, enquanto os soviéticos permaneceram apenas nos
territórios que haviam ocupado, como o norte da China, e por mais tempo, na
porção norte da Coreia. A divisão da Coreia seria intensificada em
seguida, levando à divisão definitiva do país, que dura até hoje.
O Japão ocupado por tropas americanas, foi
desmilitarizado na sequência da guerra. Embora tenha sido impedido de possuir
forças ofensivas, parte das suas forças armadas foram mantidas sob comando dos
EUA, que as utilizara para manter o controle sobre a Coreia do Sul e Taiwan.
Parte destas forças chegou a participar da Guerra da Coreia (1950-1953),
sob o comando americano.
Na China e na porção norte da Coreia, regiões
ocupadas pela URSS, cresceu muito o apoio aos comunistas, ao ponto de
estas regiões aderirem ao socialismo antes do fim da década de
1940. Com a vitória dos comunistas na Revolução chinesa, em 1949, a
ilha de Taiwan, que havia sido transformada em território colonial durante a
ocupação japonesa, foi mantida como um país capitalista graças ao
apoio dos EUA, em confluência com os interesses japoneses.
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