Teatro
A única imagem que se autentica de William
Shakespeare foi descoberta pelo historiador britânico Mark Griffiths (gravura acima). Porém,
há controvérsias...
Tragédias,
comédias e históricas
As peças teatrais de William
Shakespeare têm a reputação de estar entre as maiores da língua
inglesa e da literatura ocidental. Tradicionalmente
divididas entre os gêneros da tragédia, histórica e comédia,
foram traduzidas em todas as
grandes línguas ainda vivas, para serem realizadas e aprimoradas
segundo sua época em todo o mundo.
Entre as peças de Shakespeare mais famosas e aclamadas pela crítica estão Romeu
e Julieta, Rei Lear, Macbeth, Sonho de uma
Noite de Verão, A Megera Domada, Hamlet, Júlio
César, Otelo, A Tempestade, Noite de Reis, A
Comédia dos Erros, O Mercador de Veneza e Ricardo
III.
Muitas das
suas peças apareceram na imprensa como uma série de quartos (formatos de livros
pequenos), mas cerca da metade delas permaneceram inéditas até 1623,
quando o póstumo First Folio tornou-as públicas. A tradicional
divisão de suas peças em tragédias, comédias e históricas segue-se na categoria
utilizada pelo First Folio. No entanto, a
crítica moderna tem rotulado algumas
destas peças como "peças problemas", dado que escapam fácil da
categorização, ou talvez
propositadamente por quebrarem o genérico das convenções, pois o que os
críticos da época dizem ser romance, outros, mais à frente, chamam de
comédia.
O teatro
estava mudando quando Shakespeare chegou em Londres nos finais da
década de 1580 ou no início da década de 1590: os
dramaturgos que escreviam para os novos teatros comerciais londrinos foram
combinando dois diferentes vertentes da tradição dramática em uma nova e
distinta síntese isabelina (Isabel I de Inglaterra).
Anteriormente, as formas mais comuns de teatro
popular inglês eram as peças moralísticas do Período de Tudor. Estas peças
misturavam piedade, farsa e comédia de pastelão, eram alegorias das
quais os personagens eram atributos que personificavam o valor da
moral da vida.
Escavações arqueológicas nas fundações do The Rose
e do Globe Theatre nos fins do século XX mostraram que todos
os Teatros do Renascimento Inglês de Londres estiveram construídos em
torno de plantas similares. Apesar das diferenças individuais, os teatros
públicos tinham arquibancadas que estavam divididas em três andares erguidos ao
redor do palco, que era um espaço aberto no centro. Normalmente poligonal no
plano global para dar um efeito arredondado.
As
tragédias isabelinas de Shakespeare (que incluem enredos com projetos trágicos,
como Ricardo II) demonstram sua independência relativa aos modelos
clássicos. A partir de Aristótelese Horácio, ele toma a noção de
decoro, com poucas exceções, e se concentra no nascimento de personagens da
alta nobreza, misturando assuntos políticos e nacionais para o tema da
tragédia. Na maioria dos outros aspectos, porém, o início das tragédias ficou
muito mais perto do espírito e do estilo de moralidade. Elas são episódicas,
embaladas com caráter e incidente; elas foram vagamente unificadas por um tema
ou personagem. A isto, refletem claramente a influência de Christopher
Marlowe, particularmente de Tamburlaine. Mesmo nos seus primeiros trabalhos, porém, Shakespeare demonstra
geralmente mais moderação do que Marlowe; ele recorre à retórica
extravagante, colorida e pomposa com menos frequência, e sua atitude em relação
aos seus heróis é mais diferenciada e, por vezes, mais cética do que Marlowe.
Até o início do século, o grandíloquo de Titus Andronicus tinha
desaparecido, substituído pela subtileza de Hamlet.
Na comédia,
Shakespeare utilizou ainda menos modelos clássicos. A
Comédia dos Erros, uma adaptação da peça Menaechmi, segue o
modelo do novo estilo que a comédia viria trazer.
Shakespeare
alcançou a maturidade como dramaturgo no fim do reino de Isabel, e nos
primeiros anos do reino de Jaime II de Inglaterra. Nestes
anos, estando a serviço de jacobitas, ele respondeu a uma profunda mudança
no gosto popular, tanto no assunto e abordagem.
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