quarta-feira, 20 de maio de 2015

A VERDADEIRA HISTÓRIA DE TOM E JERRY

Cinema: a arte da animação

  
Uma dupla eternamente rival, mas com 75 anos de absoluto sucesso

Tom e Jerry é a mais tradicional e influente das séries animadas de curtas-metragens criada por William Hanna e Joseph Barbera para a Metro-Goldwyn-Mayer, cujo o tema é a eterna rivalidade entre um gato (Tom) e um rato (Jerry).
O centro da trama se baseia geralmente em tentativas frustradas de Tom de capturar Jerry, e o caos e a destruição que se segue.


Tom raramente consegue capturar Jerry, principalmente por causa das habilidades do engenhoso ratinho, e também por causa de sua própria estupidez. As perseguições eram eletrizantes e sempre vinham acompanhados por boa trilha sonora. Também eram utilizadas diversas armadilhas e truques que no final não davam resultado satisfatório como bombas e ratoeiras, coisas que eram fundamentais na rivalidade entre o gato e o rato. Alguns personagens também marcam presença na trama como o bulldog Spike e o rival de Tom, o gato Butch.
Depois de 1953, todos os desenhos de Tom & Jerry foram criados e produzidos no formato Academy Ratio; desde 1953 até 1956 alguns dos desenhos foram produzidos no formato Academy e no processo Widescreen Cinemascope. Desde 1956 até o encerramento do estúdio de animação da MGM um ano depois, todos os desenhos animados de Tom & Jerry foram compatíveis também no formato Academy Widescreen. Todos os desenhos de Hanna-Barbera foram produzidos em Technicolor; os trabalhos dos anos 1960 foram feitos em Metrocolor.



A dupla começou em um curta da MGM chamado "Puss Gets the Boot", que foi para os cinemas em 10 de fevereiro de 1940. O produtor Fred Quimby pediu a William Hanna e Joseph Barbera que desenhassem um curta, e a dupla de animadores teve a ideia de um desenho onde um gato perseguia um rato. Neste curta Tom se chamava Jasper e Jerry se chamava Jinx. Somente depois os produtores batizaram os personagens de "Tom e Jerry". William Hanna e Joseph Barbera escreveram e dirigiram mais 113 episódios entre 1940 e 1957, 93 destes episódios foram produzidos por Fred Quimby (apesar da proeminência do seu nome nos créditos da produção, artisticamente falando, Quimby não teve participação alguma na produção da série animada), quando a MGM Cartoon Studio (local onde os desenhos eram produzidos) foi fechada, causando o fim do desenho original. O último dos 114 episódios foi lançado em 1958. A série original ganhou o Oscar de melhor curta de animação sete vezes.


Em 1960, a MGM decidiu produzir novos curtas de Tom & Jerry, então, o produtor William L. Snyder fez um acordo com o diretor Gene Deitch e seu estúdio, a Rembrandt Films para continuar a produzir o desenho em Praga, na Checoslováquia. Foram ao todo, produzidos 13 curtas pela Rembrandt Films. A dupla havia participado, na mesma época, da produção de alguns episódios de Popeye no pool de produtores para o seriado de TV coordenado pela King Features Syndicate. Nesse tempo de produção dirigido por Gene Deitch Thomas era o mascote de um homem que tinha problemas em controlar seus nervos e ficava facilmente nervoso, fato bastante visível quando seu rosto ficava vermelho. E o rato Jerry também morava em um buraco da casa assim como na época de Hanna Barbera, para o azar de tom.
Os desenhos produzidos por William Snyder e Gene Deitch foram muito criticados por adotar um formato totalmente diferente da série original, abusando da surrealidade, misturando motion blur com movimentos dos personagens extremante exagerados, adição efeitos sonoros bizarros e utilização excessiva de reverberação, além de diversas enfatizações gráficas.
Como eram produzidos na chamada Cortina de Ferro, não constava nos créditos no fim dos desenhos a frase "Made in Hollywood, USA", mas sim "A MGM Cartoon", numa tentativa de esconder o local da produção.
Depois que o último desenho produzido por Deitch foi lançado, Chuck Jones tinha sido despedido da Warner Bros. Cartoons após trabalhar lá mais de trinta anos, iniciou o seu próprio estúdio de animação, a Sib Tower 12 Productions com seu amigo Les Goldman. Então, a MGM contratou ele e seu estúdio para produzir os novos desenhos da série. Ao todo, a Sib Tower produziu 34 curtas entre 1963 e 1967.
Jones fez diversas adaptações nos personagens, mudando as suas personalidades e fazendo algumas mudanças na aparência de Tom, que teve a sobrancelha mudada e ganhou um tom de cinza mais claro semelhante ao da série original, e Jerry, que teve os olhos aumentados e orelha mais arredondada. O leão da MGM na abertura dos curtas foi substituído por Tom, tentando imitar os seus gemidos.
A MGM parou a produção de Tom & Jerry em 1967 época em que já tinha comprado a Sib Tower 12 renomeado-a de MGM Animation/Visual Arts.


Em 1986, a MGM foi comprada pelo fundador da WTBS, Ted Turner. Turner, vendeu a empresa alguns anos mais tarde, mas continuou com direitos de Tom & Jerry, tornando propriedade da Turner Entertainment.
Desde 1965, os curtas de Hanna e Barbera foram editados para passar na televisão. A personagem que representa a dona de Tom foi substituída em alguns episódios por uma mulher branca e magra, além de ter sua voz substituída por um tom mais suave. Grande parte das cenas de violência também foi retirada para versão exibida no Reino Unido.
Em 1975, Tom e Jerry se reuniram com Hanna e Barbera, que produziu novos desenhos animados Tom e Jerry para as manhãs de sábado. Estes 48 curtas de sete minutos foram pareados com Grape Ape e Rabugento, para criar o Tom & Jerry/Grape Ape Show, The Tom e Jerry /Grape Ape/Mumbly Show, e The Tom e Jerry/Mumbly Show, todos os quais inicialmente exibidos no ABC Saturday Morning entre 6 de setembro de 1975 e 3 de Setembro de 1977. nestes desenhos animados, Tom e Jerry (agora com um laço vermelho), que tinham sido inimigos durante seus anos de formação, tornaram-se amigos não-violentos que entraram em aventuras juntos, já que a Hanna-Barbera teve de cumprir as regras contra a violência em programas infantis. The Tom and Jerry Show ainda está no ar no canal canadense, Teletoon, e sua contraparte clássica, Teletoon Retro. A série foi geralmente mal recebida pelo público familiarizadas com as encarnações originais de Tom e Jerry, e esse formato foi finalmente deixado de lado nas produções mais recentes de Tom e Jerry.
A Filmation (em associação com a MGM Television) também tentou produzir uma série de TV de Tom e Jerry. Sua versão, The Tom e Jerry Comedy Show, estreou em 1980, e também contou com novos desenhos animados estrelados por Droopy, Spike (de Tom & Jerry, e a mesma versão também usado em Droopy), Slick Wolf, e o Urso Barney, que não era usado desde os tempos da época dos curtas originais da MGM. Tom e Jerry da Filmation era visivelmente diferente da versão da Hanna-Barbera, que usava a fórmula de perseguição original, com um formato de humor um tanto mais "pastelão". Esta encarnação, assim como a versão de 1975, não foi bem recebido pelo público , e durou e foi exibida pela CBS entre 06 de setembro de 1980 a 4 de setembro de 1982. O seu estilo de animação era parecido com o de The New Adventures of Mighty Mouse e Heckle and Jeckle.


Uma das maiores tendências para série animadas nos anos 1980 e 1990 foi o "babyfication" de estrelas mais velhas e clássicos dos desenhos animados, e em 2 de março de 1990, Tom and Jerry Kids, co-produzido pela Turner Entertainment e Hanna-Barbera (que seria vendida a Turner em 1991) estreou na Fox Kids e por alguns anos, foi ao ar no programa infantil britânicos, CBBC. Ele apresentava uma versão jovem da famosa dupla de gato-e-rato perseguindo um ao outro. Tal como acontece com a série 1975 HB, Jerry usa sua gravata borboleta vermelha, enquanto Tom agora veste um boné vermelho. Spike e seu filho Tyke (que agora tinha o diálogos) e Droopy e seu filho Dripple, apareceu em segmentos de back-up para o show, que decorreu até 18 de novembro de 1994. Tom e Jerry Kids foi a última série Tom e Jerry desenhos animados produzidos em 4:3 (full screen).
Em 2001, um novo especial de televisão intitulado Tom e Jerry: The Cat Mansion estreou no Boomerang. Ele apresentava Joe Barbera (que também era um consultor criativo) como a voz de Tom, cujo rosto nunca é visto. Nestes desenhos animados, Jerry é um animal de estimação da casa como Tom , e seu proprietário tem que lembrar a Tom não deve "culpar o rato em tudo".
Em 2005, um novo curta de Tom e Jerry para os cinemas, intitulado The Guard Karate, que havia sido escrito e dirigido por Barbera e Spike Brandt, com storyboard de Joseph Barbera e Iwao Takamoto e produzido por Joseph Barbera, Spike Brandt e Tony Cervone estreou em cinemas de Los Angeles em 27 de setembro de 2005. como parte da celebração do sexagésimo quinto aniversário e marcou o retorno de Barbera como escritor, diretor e artista de storyboard na série desde seus curtas da MGM. O Director/animador, Spike Brandt foi indicado ao prêmio Annie de melhor animação de personagens. O curta estreou no Cartoon Network em 27 de Janeiro, 2006.


Tom é um gato doméstico azul ou cinza, dependendo do cartoon (a cor da pele de Tom é perto daquela da raça azul Russian dos gatos), que vive uma vida boa, enquanto Jerry é um rato marrom pequeno que vive sempre na proximidade dele. Tom é muito rápido, moderado e fino-descascado, enquanto Jerry é independente e oportunista. Apesar de ser muito energético e determinado, Tom é carente de inteligência e esperteza. Uma característica nos episódios é que Jerry geralmente sai triunfante das inúmeras batalhas, enquanto Tom é o perdedor. Entretanto, outros resultados podem ser alcançados; em ocasiões raras, quando Jerry atua como o instigador, há triunfos de Tom. Às vezes, ironicamente, ambos perdem ou ambos, em casos mais extremos, terminam amigos (Heavenly Puss e Triplet Trouble). Mas ambos os personagens possuem tendências sádicas, o que demonstra em proporções iguais a intenção de um atormentar a vida do outro.
Entretanto, dependendo do cartoon, sempre que um dos personagens parecer estar em uma situação de perigo por um inimigo extra, o outro fará o possível para tira-lo dessa situação. E também quando ambos encontram um inimigo em comum, quase sempre trabalham juntos para derrotá-lo. Não muito frequente, Tom e Jerry às vezes falam. Tom, o mais famoso, canta ao "wooing" para as fêmeas; por exemplo. O co-diretor William Hanna forneceu a maioria dos efeitos vocais para a dupla, incluindo o famoso grito de dor do Tom (criado e gravado do grito de Hanna, eliminando o começo e final da gravação, deixando somente a parte a mais forte do grito no efeito-sonoro).
A única outra vocalização razoavelmente comum é feita por Tom quando em alguma situação extrema, mas quase inevitável, acontece algo irônico com o gato. Tom com sono e golpeado parece dizer assombrado, ecoando a voz “não acredites nisso!”. Num dos episódios de 1956, toda a história é narrada por Jerry.


Assim como a maioria das séries animadas produzidas nas décadas de 1920, 1930, 1940, 1950, e 1960, Tom & Jerry não é considerado politicamente correto. Pelo menos vinte e quatro episódios foram acusados de possuir cenas racistas, como quando ocorre uma explosão ou algum liquido cai no rosto de um personagem e seu rosto fica negro, o que foi interpretado por algumas pessoas como racismo.2 Em consequência disso, diversas cenas foram editadas e cortadas de alguns episódios.
Em 2006 Tom e Jerry recebeu uma forte crítica do governo da Inglaterra, por ter sido exibido um episódio em que Tom fuma dentro de uma limosine. O governo inglês achou inaceitável a exibição daquela cena.
No Brasil, os desenhos de Tom e Jerry já foram exibidos na televisão aberta e na televisão por assinatura. Na televisão aberta, são exibidos exclusivamente pelo SBT. Na televisão por assinatura, são exibidos pelo Cartoon Network, tal como em Portugal.
Alguns desenhos dos anos 40 e 50, assim como os curtas produzidos na Rembrandt, Sib Tower e Filmation foram dublados no Brasil pela BKS. Os demais desenhos clássicos, em versão simplificada para a TV e com créditos no final, foram dublados pela Cinecastro, sendo estes, os primeiros a chegarem ao país.

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