Publicado em recortes por Maria Brockerhoff,
em obviusmagazine
Na manhã fresquinha o mar prateado convida para um mergulho agora, antes
mesmo do café. As ondas descansam, relaxam, renovam toda essa engrenagem de
corpo e mente!
Foto: Rainer
Brockerhoff
No farto café da manhã os sucos exóticos são saborosos e o tal suco
de Babaco é um néctar...
Rumamos
para as terras altas de Isabela. Veículos não são permitidos além da
entrada do Parque Sierra Negra. A partir daqui é uma boa caminhada, sem
esforço, de 2km, até a cratera do vulcão Sierra Negra. A vista de 360
graus das elevações vulcânicas, do mar, das ilhas lá embaixo, traz uma boa
sensação.
Foto: Rainer Brockerhoff
Esta
cratera — 10km de diâmetro — é considerada a segunda maior do mundo entre os
vulcões ativos; a primeira é do Ngorongoro, na Tanzânia. A última erupção
do Sierra Negra, em 2005, durou uma semana e, felizmente, se restringiu à
cratera.
Num ponto
mais distante e de acesso bem mais difícil está o vulcão Chico, em plena
atividade, com fumarola e tudo. Os mais corajosos prosseguiram... nós voltamos
para um excelente almoço no Rancho Primicias, uma fazenda de pioneiros na ilha.
A comida muito gostosa com hortaliças e frutos do pomar. Mangueiras carregadas
são uma festa de doçura suculenta. Ofereci uma manga amarelinha para um
jovem americano e valeu vê-lo sorver, pela primeira vez, o caldo com a
cara mais surpresa do mundo! Nas redes, na sombra, uma soneca é
inevitável.
m convênio
com o Parque Nacional Galápagos, estes fazendeiros cuidam de tartarugas
gigantes ali mesmo no quintal. Os cuidados com a preservação são bem
avançados; o gado é controlado em corrales, cultivam banana, cana,
papaya em áreas determinadas.
Foto: Rainer Brockerhoff
À tarde
passeamos em volta de uma laguna — uma antiga mina —
alimentada pela água das chuvas abundantes por aqui. Hoje é o habitat de
flamingos e outras espécies de aves.
O Centro
de Crianza de Tortugas desenvolve um programa da máxima
importância na criação e preservação das tartarugas, mantido por
organizações internacionais. As tartarugas-bebês são criadas em caixas
ventiladas a 1m do solo, com alimentação balanceada e cuidados especiais até os
5 anos, pois a carapaça dos bebês é muito frágil. A partir daí são
mantidas em compartimentos separados conforme a idade. Em todo o parque há
enormes pés de mancenilheiras — as “maçãs venenosas” nativas — um
dos alimentos preferido das tartarugas a partir dos 5 anos.
Foto: Rainer Brockerhoff
Por volta
dos 25 anos as tartarugas voltam para o habitat; nesta época a
carapaça já está bem dura e resistente aos ataques de ratos, gatos e — até
recentemente — cabras e porcos. Antes destes programas, as tartarugas
não sobreviviam. Uma medida drástica, mas eficaz, em 2005, resolveu de uma vez
os ataques. 300 mil cabras e porcos foram abatidos por caçadores,
inclusive australianos, especialmente treinados. Foi um churrascão sem
precedentes nas ilhas e em Guayaquil, Equador.
Agora,
na volta ao confortável Hotel Red Mangrove/Isabela Lodge, a praia é
irresistível. Com uma gentil turista peruana aproveitamos muito as ondas e
as estrelas.
Foto: Rainer Brockerhoff
Para a
despedida, Las Tintoreras, ilhotas de lava retorcida, habitat dos
pássaros de pés azuis, de pinguins tropicais — a única e menor espécie — de
colônias de iguanas e leões marinhos e dos tubarões de pontas
brancas que vivem na fartura dos mangues abrigados pelas pedras
negras no mar esmeralda à vista dos cumes dos vulcões.
Aqui, mais
uma vez o “snorkeling” em meio a milhares de peixes coloridos, tartarugas e minúsculas
plantas suculentas. Mal pude acreditar em um cardume de peixinhos de poucos
centímetros, da espessura de uma agulha de linha grossa, transparentes,
visíveis apenas sob determinado ângulo da luz solar. Inimaginável! O
silêncio sob as águas é repousante e tranquilizador.
Foto: Rainer Brockerhoff
Ao longo do
tempo, certamente este turismo constante prejudicará o frágil ecossistema
e suas encantadoras criaturas.
O
transporte existente entre as ilhas é complicado e cansativo devido às distâncias.
Assim, em navios de cruzeiro, o aproveitamento é, sem dúvida, muito maior.
© obvious: http://lounge.obviousmag.org/da_janela_das_eumenides/2015/04/ilha-isabela-galapagos.html#ixzz3ZGa2eTvn
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