terça-feira, 5 de maio de 2015

ILHA ISABELA — GALÁPAGOS

Publicado em recortes por Maria Brockerhoff,
em obviusmagazine
  
 Na manhã fresquinha o mar prateado convida para um mergulho agora, antes mesmo do café. As ondas descansam, relaxam, renovam toda essa engrenagem de corpo e mente!
  

Foto: Rainer Brockerhoff

No farto café da manhã os sucos exóticos são saborosos e o tal suco de Babaco é um néctar...
Rumamos para as terras altas de Isabela. Veículos não são permitidos além da entrada do Parque Sierra Negra. A partir daqui é uma boa caminhada, sem esforço, de 2km, até a cratera do vulcão Sierra Negra. A vista de 360 graus das elevações vulcânicas, do mar, das ilhas lá embaixo, traz uma boa sensação.

 Foto: Rainer Brockerhoff

Esta cratera — 10km de diâmetro — é considerada a segunda maior do mundo entre os vulcões ativos; a primeira é do Ngorongoro, na Tanzânia. A última erupção do Sierra Negra, em 2005, durou uma semana e, felizmente, se restringiu à cratera.
Num ponto mais distante e de acesso bem mais difícil está o vulcão Chico, em plena atividade, com fumarola e tudo. Os mais corajosos prosseguiram... nós voltamos para um excelente almoço no Rancho Primicias, uma fazenda de pioneiros na ilha. A comida muito gostosa com hortaliças e frutos do pomar. Mangueiras carregadas são uma festa de doçura suculenta. Ofereci uma manga amarelinha para um jovem americano e valeu vê-lo sorver, pela primeira vez, o caldo com a cara mais surpresa do mundo! Nas redes, na sombra, uma soneca é inevitável.
m convênio com o Parque Nacional Galápagos, estes fazendeiros cuidam de tartarugas gigantes ali mesmo no quintal. Os cuidados com a preservação são bem avançados; o gado é controlado em corrales, cultivam banana, cana, papaya em áreas determinadas. 


Foto: Rainer Brockerhoff

À tarde passeamos em volta de uma laguna — uma antiga mina — alimentada pela água das chuvas abundantes por aqui. Hoje é o habitat de flamingos e outras espécies de aves.
Centro de Crianza de Tortugas desenvolve um programa da máxima importância na criação e preservação das tartarugas, mantido por organizações internacionais. As tartarugas-bebês são criadas em caixas ventiladas a 1m do solo, com alimentação balanceada e cuidados especiais até os 5 anos, pois a carapaça dos bebês é muito frágil. A partir daí são mantidas em compartimentos separados conforme a idade. Em todo o parque há enormes pés de mancenilheiras — as “maçãs venenosas” nativas — um dos alimentos preferido das tartarugas a partir dos 5 anos. 

Foto: Rainer Brockerhoff

Por volta dos 25 anos as tartarugas voltam para o habitat; nesta época a carapaça já está bem dura e resistente aos ataques de ratos, gatos e — até recentemente — cabras e porcos. Antes destes programas, as tartarugas não sobreviviam. Uma medida drástica, mas eficaz, em 2005, resolveu de uma vez os ataques. 300 mil cabras e porcos foram abatidos por caçadores, inclusive australianos, especialmente treinados. Foi um churrascão sem precedentes nas ilhas e em Guayaquil, Equador.
Agora, na volta ao confortável Hotel Red Mangrove/Isabela Lodge, a praia é irresistível. Com uma gentil turista peruana aproveitamos muito as ondas e as estrelas. 

Foto: Rainer Brockerhoff

Para a despedida, Las Tintoreras, ilhotas de lava retorcida, habitat dos pássaros de pés azuis, de pinguins tropicais — a única e menor espécie — de colônias de iguanas e leões marinhos e dos tubarões de pontas brancas que vivem na fartura dos mangues abrigados pelas pedras negras no mar esmeralda à vista dos cumes dos vulcões.
Aqui, mais uma vez o “snorkeling” em meio a milhares de peixes coloridos, tartarugas e minúsculas plantas suculentas. Mal pude acreditar em um cardume de peixinhos de poucos centímetros, da espessura de uma agulha de linha grossa, transparentes, visíveis apenas sob determinado ângulo da luz solar. Inimaginável! O silêncio sob as águas é repousante e tranquilizador.

 Foto: Rainer Brockerhoff

Ao longo do tempo, certamente este turismo constante prejudicará o frágil ecossistema e suas encantadoras criaturas.
O transporte existente entre as ilhas é complicado e cansativo devido às distâncias. Assim, em navios de cruzeiro, o aproveitamento é, sem dúvida, muito maior.


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