Cidade que você só deve visitar no verão
Moscovo ou Moscou (em russo: Москва, transl. Moskva, lido Maskvá — AFI: [mɐˈskva]) é
a capital, cidade e
subdivisão federal mais populosa da Federação Russa. A cidade é um importante centro político,
econômico, cultural, científico, religioso, financeiro, educacional e de
transportes da Rússia e do continente. Moscou é a megacidade mais
ao norte na Terra, a segunda
cidade mais populosa da Europa, atrás
de Istambul, e a sexta cidade mais populosa do mundo, ficando
atrás somente de Xangai,
Istambul, Pequim, Mumbai e Karachi. Sua população,
de acordo com os resultados de estatísticas federais, já ultrapassou os 12
milhões. Com base na lista de 2012 da Forbes, Moscou
tem a segunda maior comunidade de milionários do mundo.
Moscou está situada sobre o rio Moscova, no Distrito Federal Central da Rússia europeia. No curso
de sua história, a cidade serviu como capital de diversos Estados, como
da Moscóvia medieval,
do subsequente Czarado da Rússia e da União Soviética. Durante a Guerra Fria, Moscou
foi o centro do chamado Bloco do Leste. A capital
também é a sede do Kremlin, uma
antiga fortaleza que é
hoje a residência do presidente russo e sede do poder Executivo do governo da
Rússia. O Kremlin é também um dos vários Patrimônios da Humanidade na cidade.
Ambas as câmaras do Parlamento russo, a Duma e
o Soviete da Federação, também estão sediadas em Moscou.
A cidade é servida por uma extensa rede de trânsito, que inclui quatro
aeroportos internacionais, nove terminais ferroviários e um dos mais profundos
túneis subterrâneos do mundo, o metrô de Moscou, perdendo
apenas para Tóquio em termos de número de passageiros e
reconhecido como um dos marcos da cidade devido à arquitetura rica e variada de
suas 185 estações.
O nome da cidade vem do rio Moscova, um termo
de origem incerta. A primeira referência à cidade data de 1147,
quando Jorge I convidou o príncipe de Novgorod para
a cidade de Moscou. O encontro ocorreu em 4 de abril de 1147. A cidade estava
em festa, os príncipes das zonas vizinhas ofereciam presentes uns aos outros e
concordavam num acordo de cooperação mútua. Nove anos mais tarde, Jorge I manda
construir uma muralha de madeira, que passou a ser reconstruída com frequência
para garantir a proteção da cidade que crescia em meio aos conflitos entre
Jorge I e o príncipe de Chernigov. A cidade
também era um ponto estratégico para os príncipes de Vladimir-Suzdal, na época
uma importante província. O rio Volga também
tinha grande influência nas trocas comerciais entre a cidade e os restantes
principados, bem como outros reinos. Prova disso são as moedas árabes
encontradas na cidade.
Na altura, Moscovo era mais uma cidade administrativa do que comercial,
dado que a população que ali vivia era sobretudo camponesa. Nos anos seguintes,
a cidade viria a ter metalúrgicos e
pessoas ligadas aos artesãos. O rio Volga, o seu ponto estratégico e a
crescente populações fizeram Moscou crescer nos séculos XII e XIII.
No inverno de 1278, os mongóis capturaram
a cidade e assassinaram o comandante da armada, bem como praticamente toda a
população. Esses saques, ligados diretamente à história da Rússia, foram um
desastre à composição do território russo. Posteriormente, os moscovitas
puderam regressar às suas casas expulsando os inimigos. Contudo, ao contrário
do que se passava na cidade, o resto do sul do território havia sido totalmente
destruído, e muitas das cidades não se recuperaram, provocando grandes ondas de
imigração para o norte, onde localizava-se Moscou. Isso influenciou a cidade,
que viu a sua população crescer.
Depois dos saques e das carnificinas provocados pelos tártaros, Moscou
volta a se recuperar e, em 1327, a cidade torna-se a capital do principado
de Vladimir-Suzdal. A sua boa localização em relação ao rio Volga permitiu
um desenvolvimento estável, atraindo milhares de refugiados provenientes de
todo o território russo devido às grandes invasões dos tártaros, estabelecendo
o poderoso Estado da Moscóvia.
Sob o poder de Ivan I da Rússia, Moscou substitui definitivamente Tver como
o centro político de Vladimir-Suzdal. A partir daí, a cidade cresce a uma
velocidade ainda maior. Ao contrário dos outros principados do mundo, a Moscóvia
não era dividida em zonas para serem governadas pelos filhos, mas sim herdada
inteiramente pelos descendentes. A revolta de Moscou contra a dominação
estrangeira aumentava cada vez mais.
Em 1380, Demétrio, príncipe de Moscovo, ganhou uma importante
batalha que permitiu acabar com o poder dos tártaros, a batalha de Kulikovo. Com isso, a Rússia, através de Moscovo, torna-se
livre de todo o domínio estrangeiro. A cidade torna-se um grande centro de
poder, que com o passar dos anos viria a se tornar a capital de um grande
Império com grande notoriedade mundial. Com isto, Kiev perde
o seu estatuto de poder que antes tivera como Rússia Kievana.
Em 1571, tártaros da Crimeia atacaram
e saquearam Moscou, poupando apenas o Kremlin. O século XVII seria
marcado por um grande crescimento populacional e por certas revoluções, como o
fim da invasão da Polônia e Lituânia em 1612 e a
revolta de Moscou em 1682. Em 1712,
após Pedro, o Grande fundar São Petersburgo às
margens do Neva, em 1703, Moscou
perde a condição de capital. As razões foram o contato com o mar que São
Petersburgo propiciava, a localização estratégica para as trocas comerciais e a
própria defesa da Rússia.
O ano de 1812 é,
sem dúvida, a data mais conhecida da história da Rússia, pois marca a invasão das tropas de Napoleão Bonaparte. Ao saber que Napoleão chegara às fronteiras
da Rússia, os
moscovitas elaboraram uma emboscada previamente definida. Quando os franceses
chegaram à cidade, em 14 de setembro, o seu assustador exército encontrou uma
cidade abandonada e completamente queimada. Sem nada para comer e com o
terrível frio russo, as tropas viram-se obrigadas a bater em retirada. A imensa
maioria morreu no regresso a França, fazendo
com que Napoleão fosse perseguido pelos russos. Este acontecimento é
dramatizado na obra Guerra e Paz, de Leão Tolstoi, e
na Abertura 1812 de Tchaikovsky, que
retrata todos estes acontecimentos.
Depois da vitória, Moscou continua crescendo a um ritmo bastante
elevado. Em 1918, durante a Guerra Civil, Moscou serviu de quartel-general do Exército Vermelho, com um número aproximado de 178.500 soldados. Com
o grande feito da Revolução de Outubro, a cidade torna-se capital da União Soviética, em 12 de Março de 1918.
Em novembro de 1941, a cidade
volta a ser atacada, desta vez pela Alemanha Nazi, durante
a Segunda Guerra Mundial. Moscou é evacuada
e decretada como campo de batalha. Ao passo que a cidade era bombardeada, eram
construídos diversos armamentos para combater os tanques. Nessa
altura, e devido aos riscos, o líder soviético da época, Joseph Stálin, é
aconselhado a abandonar a cidade e evacuar o resto da população que lá
permanecia. A proposta, entretanto, foi recusada pelo líder. Em meio à invasão,
a cidade dava continuidade à construção do metrô iniciada
em 1930 que, ironicamente, foi beneficiada pelos bombardeamentos, que
permitiram a expansão rápida das linhas.
Posteriormente, Moscou recebeu as Olimpíadas de 1980, que foram
boicotados pelos Estados Unidos e
outras nações ocidentais como protesto contra a Invasão soviética do Afeganistão.
Em 1991, a URSS é
dissolvida e, com Boris Iéltsin no
poder, Moscou cresce exponencialmente. A cidade passa a ser a capital da Federação Russa, onde fica o poder central, a Duma. No fim
da década de 1990, a cidade cresce, aumenta suas linhas de metrô e
moderniza a sua arquitetura, gerando críticas à demolição desmedida de prédios
históricos para dar lugar aos grandes arranha-céus. Moscou transforma-se numa
cidade cosmopolita cheia de história, cultura e vivacidade, mas também com
problemas como o crime organizado e a pobreza.
Moscou vista da Colina dos Pardais: o Centro
Internacional de Negócios, o rio Moscova, o Estádio Lujniki, a Estação Vorobiovy Gory e a sede da Academia de Ciências da Rússia.
O Cristianismo é a
religião predominante na cidade, sendo a Igreja Ortodoxa Russa a denominação mais popular. Moscou também é a
sede de um Patriarcado, entre os mais influentes da Igreja, que conduz a
religião tradicional do país, considerada uma parte do patrimônio histórico da
Rússia em uma lei aprovada em 1997. Além dos velhos crentes, as outras
religiões praticadas em Moscou incluem o Islã, o Protestantismo, o Budismo e o Judaísmo.
O Patriarcado de Moscou serve como a sede da Igreja russa, residindo
no Mosteiro de Danilov. Moscou era chamada de cidade das 1600
igrejas até 1918, quando a Rússia se tornou um Estado laico e a
religião perdeu sua posição na sociedade. Com a desintegração da União Soviética, em 1991, muitas das igrejas destruídas foram
restauradas e as religiões tradicionais vem ganhando popularidade.
Enquanto a população muçulmana da cidade é estimada entre 1,2 e 1,5
milhões de pessoas de um total de 12 milhões, no ano de 2010 havia apenas
quatro mesquitas na
cidade. Apesar de uma mesquita adicional ter sido aprovada no sudeste,
ativistas contrários às práticas islâmicas bloquearam a sua construção.
A cidade é repleta de diferentes tipos de clubes, restaurantes e bares.
O centro da cidade e a Rublevka, zona mais rica da cidade, apresentam amplas
possibilidades de entretenimento e vários estabelecimentos de luxo. A Tverskaya é
uma das ruas comerciais mais frequentadas de Moscou.
A via Tretyakovski,
em Kitai-Gorod, é um dos principais símbolos da chegada do capitalismo ao
país, abrigando luxuosas marcas como Bulgari, Tiffany & Co., Armani, Prada e Bentley. A vida noturna de Moscou mudou drasticamente
desde a queda da União Soviética, e os estabelecimentos de entretenimento popular e
de massa deram lugar a vários dos maiores clubes noturnos do mundo.
Moscou dispõe de uma longa rede urbana de ônibus, que parte de
toda estação de metrô próxima às zonas residenciais. A cidade também tem um
terminal para viagens de longo alcance e intermunicipais, que transportam,
diariamente, cerca de 25 mil passageiros, o que representa 40% das rotas
terrestres de Moscou. Toda via de importância é servida por pelo menos uma rota
de ônibus, que são reforçadas por rotas de trólebus.
Moscou também conta com um sistema de bondes, inaugurado em 1899.
A linha mais recente foi construída em 1984. O uso diário de bondes pelos
moscovitas já é baixo e vem caindo, pelo fato de partes das conexões terem sido
retiradas. Entretanto, os bondes continuam importantes em alguns distritos, que
dependem do transporte para se locomover até as estações de metrô. Os bondes
também facilitam a baldeação entre linhas de metrô.
Assim como em toda a Rússia, em Moscou é difícil saber a
diferença entre um táxi e uma carona. Já faz parte de uma tradição oferecer
caronas a estranhos por uma determinada taxa. Independentemente do local ou do
horário, é possível achar um automóvel disposto a transportar indivíduos em
pouco tempo. Táxis comerciais também são disponíveis, e o sistema de táxis com
roteiro é amplamente usado.
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