terça-feira, 19 de maio de 2015

INSTITUTO ZACARIAS DE ESTUDOS E PESQUISAS ESPIRITUAIS

História da religião
    
Fonte: Wikipédia, a enciclopédia livre.
                                                                                                    Observações e formatação nossas.

Colaboração de Hélbio Palmeira


T O R Á A LEI DE MOISÉS



                                                                BÍBLIA


 Qual a dimensão oculta da Torá?

 

DIVISÃO DA TORÁ


As  cinco  partes  que  constituem  a  TORÁ  são  nomeadas  de  acordo  com  a  primeira  palavra  de  seu  texto,  e  são  assim  chamadas :

בראשית, Bereshit - No princípio conhecido pelo não-judeu  como  GÊNESIS
שמות,     Shemot - Os nomes ou  ÊXODO
ויקרא,      Vaicrá - E chamou ou  LEVÍTICO
במדבר,   Bamidbar - No deserto (ermo) ou  NÚMEROS
דברים,    Devarim - Palavras ou  DEUTERONÔMIO

Geralmente, suas cópias são feitas à mão, em  rolos, e dentro  de  certas  regras  de  composição,  usadas  para  fins  litúrgicos,  são  conhecidas  como  SEFER   TORÁ,   enquanto   suas   versões  impressas,  em  livros,  são  conhecidas  como  CHUMASH.

 


 A VISÃO JUDAICA

 

A tradição  judaica,  mais  antiga,  defende  que  a  TORÁ  existe  desde  antes  da  criação  do  mundo  e  foi  usada  como  um  plano  mestre  do  Criador  para  com  o  mundo,  humanidade  e  principalmente  com  o  povo  judeu.

No entanto, a  TORÁ,  como  conhecemos,  teria  sido  entregue  por  DEUS  a  MOISÉS,  quando  o  povo  de  Israel,  após  sair  do  cativeiro no Egito,  peregrinou  em  direção  à  terra  de  Canaã.

As histórias  dos  patriarcas,  aliados  ao  conjunto  de  leis  culturais,  sociais,  políticas  e  religiosas  serviram  para  imprimir  sobre  o  povo  um  sentido  de  nação  e  de  separação  de  outras  nações  do  mundo.



De acordo com a tradição judaica, MOISÉS  é  o  autor  da  TORÁ,  e  até  mesmo  a  parte  que  discorre  sobre  sua  morte  (Devarim - DEUTERONÔMIO 32:50-52)  teria  sido  fruto  de  uma  visão  antecipada  dada  por  DEUS.

 

OUTRAS VISÕES


Hoje, a  maior  parte  dos  estudiosos  do  Criticismo  SUPERIOR  concordam  que  MOISÉS  NÃO  É  O  AUTOR  DO  TEXTO  QUE  POSSUÍMOS,  mas  sim,  que  se  trata  de  uma  compilação  posterior,  enquanto  os  estudiosos  do  Criticismo  Inferior  acreditam  que  o  texto  foi  escrito  pelo  próprio  MOISÉS,  incluindo  as  partes  que  falam  sobre  sua  morte.



O  CRISTIANISMO, baseado na tradução grega  Septuaginta, também conhece a TORÁ como  PENTATEUCO, que constitui os cinco primeiros livros  da   BÍBLIA  CRISTÃ.

Outros estudiosos,  de  fora  do  judaísmo  tradicional,  defendem  que,  ainda  que  a  essência  da  TORÁ  tenha  sido  trazida  por  MOISÉS,  a  compilação  do  texto  final  foi  executada  por  outras  pessoas.



Este problema  surge  devido  ao  fato  de  existirem  leis  e  fatos  repetidos,  narração  de  fatos  que  não  poderiam  ter  sido  escritos  na  época  em  que  foram  escritos  e  incoerência  entre  os  eventos,  que  mostra  a  TORÁ  como  sendo  fruto  de  fusões  e  adaptações  de  diversas  fontes  de  tradição.

A  TORÁ  seria  o  resultado  de  uma  evolução  gradual  da  religião  israelita.

A  primeira  tentativa  de  sistematizar  o  estudo  do  desenvolvimento  da  TORÁ  surgiu  com  o  teólogo  e  médico  francês  Jean  Astruc.  

Ele é o pioneiro no desenvolvimento da teoria que a TORÁ  é  constituída  por  três  fontes  básicas,  denominadas  jeovistaeloísta  e  código  sacerdotal,  e  mais  outras  fontes  além  destas  três.

Deve-se  enfatizar  que,  quando  se  fala  destas  fontes,  não  se  refere  a  autores  isolados,  mas  sim  a  escolas  literárias.

Um  estudo  sobre  a  história  do  antigo  povo  de  Israel  mostra  que,  apesar  de  tudo,  não  havia  uma  unidade  de  doutrina  e  desconhecia-se  uma  lei  escrita  até  os  dias  de  Josias.



As  fontes  jeovista  e  eloísta  teriam  sua  forma  plenamente  desenvolvida  no  período  dos  reinos  divididos  entre  Judá  e  Israel  (onde surgiria também a versão conhecida como  Pentateuco  Samaritano).

O  livro  de  DEUTERONÔMIO  só  viria  a  surgir  no  reinado  de  Josias (621 a.C.).   A  TORÁ,  como  conhecemos,  viria  a  ser  terminada  nos  tempos  de  Esdras,  onde  as  diversas  versões  seriam  finalmente  fundidas.

Vemos,  então,  o  início  de  práticas  que  eram  desconhecidas  da  maioria  dos  antigos  israelitas,  e  que  só  seriam  aceitas  como  mandamentos  na  época  do  Segundo  Templo  como  a  Britmilá,  Pessach  e  Sucót por exemplo.


 

C O N T E Ú D O


Em  BERESHIT é narrada a criação do mundo e do homem sob o ponto de vista judaico, e  segue  linearmente  até  o  pacto  de  DEUS  com  Abraão.

São  apresentados  os  motivos  dos  sofrimentos  do  mundo,  a  constante  corrupção  do  gênero  humano  e  a  aliança  que  DEUS  faz  com  Abraão  e  seus  filhos,  justificados  pela  sua  fé  monoteísta,  em  um  mundo  que  se  torna  mais  idólatra  e  violento.

Nos é apresentada  a  genealogia  dos  povos  do  Oriente  Médio,  e  as  histórias  dos  descendentes  de  Abraão,  até  o  exílio  de  Jacó  e  de  seus  doze  filhos  no  Egito.

Em  SHEMOT mostram-se os fatos ocorridos neste exílio, quando os israelitas tornam-se escravos na terra do  Egito, e DEUS se manifesta a  um  israelita-egípcioMOISÉS,  e  o  utiliza  como  líder  para  libertação  dos  israelitas,  que  pretendem  tomar  CANAÃcomo  a  terra  prometida  aos  seus  ancestrais.
  

Após  eventos  miraculosos,  os  israelitas  fogem  para  o  deserto,  e  recebem  a  TORÁ  dada  por  DEUS.   Aqui  são  narrados  os  primeiros  mandamentos  para  Israel  enquanto  povo  (antes  a  Bíblia  menciona  que  eram  seguidos  mandamentos  tribais),  e  mostra  as  primeiras  revoltas  do   povo  israelita  contra  a  liderança  de  MOISÉS  e  as  condições  da  peregrinação.

Em  VAICRÁ são apresentados os aspectos  mais  básicos  do  oferecimento  das  korbanot,  das  regras  de  cashrut  e  a  sistematização  do  ministério  sacerdotal.

Em   BAMIDBAR continuam-se as narrações  da  saga  dos  israelitas,  no  deserto,  as  revoltas  do  povo,  no  deserto,  e  a  condenação  de  DEUS  à  peregrinação  de  quarenta  anos  no  deserto.

Em  DEVARIM, estão compilados os últimos discursos de  MOISÉS,  antes  de  sua  morte  e  da  entrada  na Terra  de  Israel.

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