Cidade baiana
Teixeira de Freitas é um município do estado da Bahia.
Sua população estimada é de 155.659 habitantes (IBGE 2014), numa área de
1.163 km², sendo Teixeira de Freitas a maior cidade do extremo sul baiano,
apesar de ser a mais recentemente emancipada (em 1985) em relação aos
municípios vizinhos de história centenária, como Caravelas, Alcobaça e Mucuri.
A cidade de Teixeira de Freitas recebeu o nome em
homenagem ao baiano Mario Augusto Teixeira de Freitas (São Francisco
do Conde, 31 de março de 1890 — Rio de Janeiro, 22 de fevereiro de 1956)
estatístico brasileiro, fundador do Instituto Nacional de Estatística, cujo
nome foi mudado em 1938 para Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística - IBGE.
A emancipação do município foi estabelecida pela
Lei 4.452 de 9 de maio de 1985. A instalação se deu em 1º
de janeiro de 1986, tendo a população da cidade aumentado enormemente
desde então. A área do município é de 1.157,4 km². A história da
cidade, embora recente, guarda aspectos pitorescos
e valiosos que auxiliam a analisar a situação socioeconômica atual no
município. Vários destes aspectos foram relatados por antigos moradores e,
entre eles o fato de que em 1965/66 já existiam vários núcleos que, embora
vizinhos, pertenciam a municípios diferentes: é o caso de Vila Vargas,
Jerusalém, São Lourenço e do bairro rural Duque de Caxias, que pertenciam ao
município de Caravelas. Monte Castelo, Bairro da Lagoa (onde está o
shopping Teixeira Mall Center) e Buraquinho pertenciam a Alcobaça.
Teixeira de Freitas foi criado com o desmembramento de terras de Alcobaça e
Caravelas.
Mesmo sem contar com qualquer infraestrutura,
inclusive energia elétrica e vias de acesso razoáveis, estes núcleos atraíram
contingentes migratórios consideráveis e, no ano de 1980 Teixeira de
Freitas era um expressivo centro regional, com mais de 60.000 habitantes,
Na época da descoberta do Brasil, na região que
corresponde ao atual Extremo Sul da Bahia viviam povos de muitas etnias: a
faixa costeira era ocupada pelos Tupis (Tupiniquins) e no interior
viviam os Pataxós, Maxacali, Botocudos, Puri e Camacã,
entre outros.
Os aspectos culturais que diferenciavam esses povos
estão no fato de que os Tupis viviam próximos ao litoral, possuíam uma grande
homogeneidade cultural e linguística, apesar de estarem divididos em unidades
políticas. Eram povos mais sedentários, se concentrando em aldeias com
populações de mil a três mil pessoas. Praticavam a agricultura do milho e
mandioca, que eram os principais produtos. A alimentação era completada com a
pesca, caça e coleta.
Festa da Micareta
Os grupos do interior chamados de Aimorés pelos
Tupis eram linguística e culturalmente heterogêneos, costumavam organizar em
pequenos bandos, de algumas famílias, não ultrapassando cem pessoas. Mudavam de
local, de morada, a cada estação agrícola. A caça e a pesca eram mais
importantes que a agricultura. Com a chegada dos portugueses foram alteradas as
relações pessoais, de poder, de distribuição espacial, de sobrevivência
coletiva, de reposição demográfica e, principalmente, as características
culturais.
Os colonizadores instalaram núcleos de ocupação do
território, em caráter provisório, sendo os primeiros em Porto
Seguro e Caravelas. Nesses núcleos eram construídas capelas, centros de
administração, postos em todos os lugares para armazenamento de madeira e
fortificações para proteger os portugueses dos ataques dos índios e até dos
franceses e holandeses.
Os índios Tupis, que viviam próximos ao litoral,
foram civilizados e subjugados pelos portugueses, com ajuda da Igreja e de
ordens religiosas, sob o argumento de cristianizar estes povos. O contato com
os colonizadores resultou no contágio de doenças como varíola, sarampo e
gripes. Além disso, as ações de civilização destruíram a cultura e a identidade
étnica dos Tupis.
Coube aos indígenas do interior oferecer
resistência à dominação e organizar ataques aos povoados dos portugueses. Os
confrontos entre índios e não índios se repetiram ao longo do tempo até o final
do século XIX, motivados principalmente pela agroindústria açucareira e a
necessidade de mão-de-obra. Como os escravos africanos tinham preços elevados,
a solução era captura e a escravização de indígenas.
Um oficio assinado pelo subdelegado de policia do
Prado (meados do século XIX) mostra o costume de envolver "índios
mansos" nas expedições e bandeiras para conquistar novos territórios ou
capturar novos indígenas.
Centro cultural
No decorrer do século XVIII foram elevadas a condição
de vila os seguintes povoados: Caravelas (1700), Alcobaça (1772) a margem do rio
Itanhém, Prado (1765), Viçosa (1768) à margem do rio Peruipe,
município de Nova Viçosa, e São José de Porto Alegre (1755 ou 1769), a
margem do rio Mercurim, no atual município de Mucuri. Estas vilas foram
criadas segundo a política de urbanização e povoamento da Coroa Portuguesa.
Um fato a registrar é que por volta de 1830 se
deslocaram levas de suíços e alemães para Mucuri e Nova Viçosa, onde se
estabeleceram em fazendas destinadas ao cultivo do café. A mão-de-obra
utilizada era escrava. Em 1853 cerca de 90% do café exportado pelo porto
de Salvador era proveniente da Colônia Leopoldina, atual município de
Nova Viçosa.
As dificuldades de povoamento de Extremo Sul da
Bahia persistiram até o século XIX, com problemas na fixação dos pequenos
grupos de imigrantes estrangeiros, trazidos para a região com o objetivo de
colonização. A migração subvencionada foi suspensa depois que mais de 50% dos
imigrantes abandonaram a região em direção a Santos e ao Rio de Janeiro.
As alegações dos estrangeiros eram
"dificuldades de alimentação, insalubridade, grandes distancias e
dificuldades de comunicação ou temor dos nativos".
As divisões territoriais e a instalação de unidades
político-administrativas foram ocorrendo desde o início do século XVIII
(Caravelas), mas sobretudo no século XX, depois de 1950, demonstrando que a
Região Extremo Sul foi uma das ultimas a se desenvolver em relação às demais no Estado
da Bahia.
Natal em T. Freitas
A partir da década de 70, com a construção da BR
101, e num movimento que já havia se iniciado alguns anos antes com pouca
intensidade, a mata vai sendo derrubada e substituída por pastagens.
Inicialmente, num processo mais lento, chegaram os criadores do interior
baiano. Após a construção da rodovia, vieram principalmente os criadores,
mineiros e os madeireiros capixabas que, numa conjugação de interesses,
intensificaram a tomada da mata. O núcleo então começa a ganhar força.
A chegada das serrarias foi decisiva no grande
aumento do movimento na já dinâmica região e reforçou a tendência de expansão
de todo o comércio.
O solo se mostrava adequado para a agricultura. A
fase do “milagre brasileiro” promove a expansão do mercado consumidor no sul do
país. As terras de Teixeira de Freitas passam a atrair migrantes agricultores e
empresas cooperativas, sedentos de produção e lucro rápido.
Foi um
movimento benéfico para a consolidação do município, que hoje prospera graças a
riqueza do seu solo e a força de trabalho de sua gente.
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