Internacional
Marido de Gisele Bündchen (casal 100 da América), jogador dos Patriots,
é pivô do caso 'Deflategate’. O quarterback é acusado de obter vantagem ao usar
bola com pressão inadequada.
SANDRO POZZI de Nova York
Tom Brady, jogador do New England Patriots, em ato realizado na
quinta-feira à noite. /POOL (REUTERS)
Tom
Brady desceu do helicóptero sorrindo. E minutos depois seu rosto se abriu
em grandes gargalhadas, em um evento público marcado há quatro meses, no qual o
quarterback deve de enfrentar perguntas seguidas sobre o chamado Deflategate –o
termo vem da fusão das palavras em inglês deflated (algo
como desinflado) e gate (devido ao caso Watergate). O
escândalo o persegue desde o Superbowl, o maior evento esportivo e
midiático do mundo. À ocasião, ele foi acusado de jogar usando uma bola desinflada (daí
o nome em inglês) –se a bola não tem a pressão estabelecida pela regulamentação
esportiva, o quarterback pode jogar com vantagem ao agarrá-la antes do
lançamento.
Mas a
estrela dos New England Patriots não se deixa derrubar tão fácil. Brady é
considerado um dos 10 melhores jogadores da história desse esporte. Em seu
registro, acumula ter chegado a seis finais da Liga de Futebol Americano (NFL,
em sua sigla em inglês), das quais levou quatro títulos. E isso tem um preço. A
lista da Forbes coloca o esportista em décimo-primeiro lugar
na lista anual de esportistas mais bem pagos, graças aos cerca de 40 milhões de
dólares que embolsa por ano por seu contrato e patrocínios.
O
quarterback Tom Brady. / LUCY
NICHOLSON (REUTERS)
O
estrategista do Patriots, que assinou contrato até 2017, quando fará 40 anos, é
casado com a modelo Gisele Bündchen, com quem tem dois filhos. Horas antes de
falar no evento em um centro universitário em Massachusetts, viu-se a top brasileira
recentemente aposentada das passarelas saindo de uma academia em Boston,
com uma camiseta branca onde se lia em letras azuis “vida feliz”. Mas seu
semblante mostrava exatamente o contrário.
O casal foi
uma das grandes ausências na segunda-feira do baile do Met em Nova York. A
decepção do casal se fez evidente na quarta-feira com o relatório Wells, que
pode acabar com a suspensão de Brady. Sua divulgação pública, na verdade,
ocorreu exatamente um dia depois que a investigação do Deflategate revelou
que Brady estava a par da trama.
As
primeiras suspeitas surgiram quando os Patriots enfrentaram os Colts de
Indianápolis na partida eliminatória que os levaria diretamente ao Superbowl.
Brady se limitou a responder a pergunta de um dos assistentes que não tem nada
a acrescentar. Explicou que neste momento da investigação não há qualquer
acusação formal contra ele, e que, portanto, “também não há reação” sobre o
caso. “Só passaram 30 horas. Não tive muito tempo de assimilar totalmente.
Quando o fizer, direi como me sinto”, comentou em uma conversa que teve com o
comentarista esportivo Jim Gray.
Como no
campo, ele não se abalou e se mostrou sempre muito amistoso. E como bom
estrategista, sabe que agora não pode fazer movimentos em falso que possam
arruinar sua jogada. “Ainda há um processo em andamento. Quando terminar, quero
me sentir à vontade com as declarações que fizer”, explicou. O que realmente
tem claro é que o informe não vai arruinar sua vitória diante dos Seahawks de
Seattle.
Tom Brady,
com seu prêmio como MVP. / JOHN
SAMORA (AP)
Três vezes considerado
o melhor jogador da NFL, Brady afirma sentir-se mais profissional e orgulhoso
de sua carreira. “Nada do que consegui foi com fraude”, insistiu, deixando
claro que o último título não vai ficar manchado por esse assunto. A vida,
concluiu, tem muitos altos e baixos. “Passaremos por isso e ficará tudo claro
no momento certo”, afirmou, dando por encerrado o assunto.
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