segunda-feira, 11 de maio de 2015

O QUE NÃO NOS CONTARAM SOBRE AS CRUZADAS

História

Publicado em recortes por Pedro Henrique Alves,
em obviusmagazine


Este espaço tem como missão dar-lhes uma opinião diferente das opiniões difundidas como "normais" em nosso meio social, mostrar que o conservadorismo, e a filosofia estão muito mais arraigados em nossa sociedade do que se pensa. E porque não uma opinião conservadora?
Afinal para se dizer conservador hoje, assim como estou fazendo, ou se é louco, ou se tem bons argumentos para sê-lo.

 Nas escolas e universidades de todo o país escutamos constantemente os mestres falarem das Cruzadas com um ar tão somente pejorativo, nos parecendo ter sido uma guerra totalmente sem fundamento, será? Será que não há um lado das cruzadas que não conhecemos, não uma mera justificativa, mas sim razões sérias pela guerra dos cristãos contra os muçulmanos? Digo-vos caros leitores, não contaram tudo.


Sempre ouvimos nas escolas, ou universidades, ataques feitos a inquisição ou mais recentemente as cruzadas. Este fato histórico veio a tona com mais força por conta dos ataques mais recente dos extremistas muçulmanos em Paris, e com o advento deste dito “Estado Islâmico”. Como uma forma de compensação a favor destes terroristas, ou como uma forma de dizer: “Mas os cristãos também mataram em nome da fé” ou seja, um jeitinho de incriminar os cristãos atuais em vista das guerras passadas, dentre estes estava o deputado estadual do PT que nos gratificou com sua capacidade de nulidade intelectual no assunto.


Bom, este artigo pretende contar o lado das cruzadas que não são mencionadas, e principalmente analisar as consequências das cruzadas em contraste com os ataques terroristas islâmicos. Porém, antes disso é bom explicitarmos que não sou a favor de nenhum tipo de guerra religiosa, então não venham tentar colocar palavras em minha boca, pois não acho certas descriminações de Cristãos para com muçulmanos pacíficos, e nem o inverso, ou contra qualquer religião que exista, sendo assim comecemos.

1 – Contexto histórico.
O primeiro grande erro que cometemos ao avaliar a inquisição, cruzadas ou qualquer outro fato histórico, é o fator “contexto histórico”, devemos ter em mente que a história é uma constante evolução; evolução da compreensão da moral, dos valores decorrente das crenças, e do processo de evolução da humanidade em geral, sendo assim, não podemos olhar para idade média é tecer julgamentos baseados nos conceitos éticos e morais que temos hoje, pois não eram os mesmos que haviam naquela época, se assim fizermos corremos o risco de imputar-lhes julgamentos injustos. Por exemplo, como poderíamos defender a liberdade religiosa ao paganismo se naquela época, onde a sociedade era teocêntrica? Isto é, a religião e o Estado tinham uma ligação intrínseca, não havendo distinções claras e concretas como temos hoje em dia entre estes; em outras palavras, não havia liberdade religiosa em uma época onde a religião era parte dos deveres sociais instituídos pelos monarcas, onde o sentimento religioso e a fé era tão ou mais importante que a própria vida.


No processo de estudo histórico, possuímos como base de uma reta compreensão e de um reto julgamento, saber quais eram os parâmetros éticos e morais daquele determinado tempo, as relações que haviam entre as instituição religiosa e o Estado. O esforço por parte do estudioso consiste em pensar com a mentalidade da época. Torna-se então uma falácia, julgarmos acontecimentos do século XII, XIV e XV, com nossos conceitos de moralidade e ética, com nossas leis e constituições construídas e formuladas a menos de 200 anos. Julgarmos acontecimentos que ocorreram a mais de 700 ou 800 anos atrás com estes parâmetros modernos, no mínimo é de um pseudo-cientificismo histórico.
Vale recordarmos, que os intelectuais que puseram as bases e principais conceitos históricos da era moderna, foram os iluministas, revolucionários da revolução francesa, e marxistas do inicio do século passado, que foram inimigos declarados da Igreja Romana e na sua maioria ateus convictos, verdadeiramente interessados em destruir a hegemonia e virtudes desta Igreja, fazendo-me questionar se não houve uma parcialidade em seus julgamentos da história eclesiástica.


2- O que ocorreu e ninguém te contou.
No processo de ensino ideológico no qual passamos aqui no Brasil, desmoralizar a Igreja é um dos fatores de maior importância aos esquerdistas, afinal, como bem lembra Russell Kirk a ideologia comunista pretende abolir a religião cristã para ela própria se tornar a única religião vigente. E neste processo, acabam por omitir muitos fatos que se contados talvez nos mostrariam que a Igreja teve sérios e reais motivos para realizar as cruzadas.
A data de inicio das cruzadas foi no dia 27 de Novembro de 1095, quando o Papa Urbano II deu inicio a convocação das tropas cristãs para defender a terra santa, porém, antes disso já haviam acontecido muitas carnificinas por parte dos seguidores de Maomé, as tropas dos muçulmanos estavam fazendo uma espécie de arrastão em todo oriente médio; Palestina, Egito e Grécia já haviam sido alvos e agora as tropas maometanas já estavam próximos a Europa cristã. Terras sagradas para nós cristãos, como Belém e Jerusalém, tinham sido dizimadas, os cristãos mortos, Igrejas saqueadas, dentre estas, muitas que o próprio apóstolo Paulo e Pedro tinham fundados, como por exemplo, na Grécia. Objetos milenares quebrados ou roubados, bibliotecas todas destruídas, hoje temos a consciência que talvez não saibamos mais sobre Jesus e seus apóstolos e não tenhamos mais documentos de extrema importância a humanidade, por conta dos saques e destruições causados pelas tropas de Maomé.


E tudo isto veio ocorrendo desde o século VII, onde todas as tribos islâmicas se uniram para tomar o mundo para Alah, tal guerra não foi iniciada pelos cristãos. Gradativamente eles foram conquistando espaço, até chegar ameaçar os bens do cristianismo, os bens humanos em geral. Antes de tudo, devemos colocar bem claro que quem provocou tal guerra não foram os cristãos, as cruzadas foi uma resposta de defesa, e não de ataque infundado, que só teve inicio quando Constantinopla estava sob ameaça iminente de destruição, e se eles (os muçulmanos) a tomasse seria uma perda crucial, e a Europa estaria toda ameaçada. Somente sob tal ameaça os reis de toda Europa com a benção do Santo padre Urbano II resolveram armar-se e defender seu maior bem, a fé.
3 – Existe uma Guerra justa?
Sim, devemos deixar claro que existe sim a possibilidade de uma guerra justa, que é aquela que ocorre por motivos justos, e as cruzadas foi um exemplo dessas, como explicado acima, havia um perigo iminente tanto às monarquias da Europa, tanto para o cristianismo como um todo que estava sendo solapado por todos os lugares aonde passavam os maometanos, além, obviamente, dos rios de sangues que eles deixavam dos “infiéis”, aqueles que não traíram sua fé cristã.
As cruzadas foi uma investida militar de defesa, e não de ataque infundado, a motivação era parar os exércitos muçulmanos antes que fosse tarde, se eles conseguissem invadir Constantinopla (como mais tarde ocorreu) a Europa toda estaria sob perigo, e isto era um preço muito grande a se pagar, se isso ocorresse de fato, talvez uma guerra posterior seria tarde demais. Sendo assim, ao contrário do que nos contam na escola as cruzadas teve sim motivos justos para ocorrerem. Na verdade deveríamos de certa forma agradecer a estes homens que morreram em nome de cristo nas cruzadas, pois se os exércitos de Maomé tivessem tido êxito provavelmente não teríamos cristianismo, pouco saberíamos de um homem chamado Cristo, e nunca nem sequer ouviríamos falar da bíblia, pois, apagar a fé dos "infiéis" eram uma das suas principais motivações.


4- Os cruzados queriam riquezas?
O mais decorrente argumento dado para atacar as cruzadas e os cristãos, seria que os reis, príncipes e plebeus iam a terra santa atrás de fortunas e riquezas, ora, nunca se ouviu tamanha baboseira, primeiramente que riquezas? As principais riquezas que haviam na terra santa eram o Santo Sepulcro, o Calvário e o monte das oliveiras, talvez o mar vermelho, como eles o trariam para Inglaterra, França ou Espanha? Nos lombos de seus cavalos? Venderiam a quem um pedaço do Santo Sepulcro? Baboseiras, de fato poderiam haver muitos tesouros naquela terra, por conta das peregrinações e presentes dos reinados ao santo local, porém aqueles soldados com armaduras de quase dez quilos de metal, mais a espada e escudo, iriam fretar qual empresa para trazer tais riquezas para seus castelos? Ou talvez coubessem alguns cálices em seus bolsos não é?
Faz sentido a você, se fosse Rei, largar a pompa e conforto de seu castelo, com seus súditos, riquezas, mulher e filhos e ir para uma guerra buscar riquezas da qual não poderia trazer? Para os romancistas e historiadores modernos faz. Talvez antes de repetirmos tais argumentos infundados deveríamos refletir a burrice que se esconde por trás desta pseudo-intelectualidade.
Talvez com nossa mentalidade atual, dificilmente compreenderíamos que para aqueles homens e mulheres, era uma dor indescritível saber que o lugar onde seu Mestre nasceu, morreu e ressuscitou estava sendo covardemente atacado e destruído, que seus irmãos de fé estavam sendo massacrados, sem nenhum direito a defesa. Talvez para nós que aprendemos fingir que temos uma fé, aprendemos a brincar de professar um credo, realmente… Realmente, talvez para nós seja difícil conceber que alguém por livre e espontânea vontade preferisse morrer do que ver seu Cristo e a sua Igreja perecerem. Não por riquezas, não por glórias, não por um nome na história, mas por Cristo. Motivação que não cabe em nossa mente reformulada aos moldes da revolução francesa, mas para aqueles homens era mais do que suficiente, a fé era tão cara que morrer por ela era a maior honra que um verdadeiro guerreiro poderia almejar.


5- Consequências se não houvesse ocorrido esta guerra.
Dificilmente haveria cristianismo em alguma parte do globo, provavelmente não saberíamos quem foi Cristo de Nazaré, nunca teria existido para nós nenhum compêndio de livros sagrados denominado bíblia sagrada. Talvez achem que eu sou apocalíptico demais, e se assim pensas, pode ter certeza que esta enganado, os muçulmanos naquela época tinham como motivação principal tornar todos homens e mulheres muçulmanos como eles, matar todos os infiéis que negavam Maomé como profeta, e todos que negavam Alah como Deus único. Isto se constata em nossos dias atuais ainda, onde os extremistas islâmicos continuam matando os “infiéis” e continuam buscando tomada espaço pela força. Você que me acha apocalíptico, convido a visitar a Nigéria, ou quem sabe a Palestina e passear com a bíblia na mão ou com um crucifixo no pescoço, durante apenas 10 minutos, em qualquer rua do país.
Thomas E. Woods JR. historiador que nos deu a honra de ter uma obra magnifica chamado: “Como a Igreja católica construiu a civilização ocidental”. Nesta obra ele nos mostra que a evolução tecnológica em todos os ramos, desde agricultura à astronomia, tal evolução que só foi possível por conta da abertura aos estudos humanísticos e tecnológicos feito pela Igreja Romana, em sua obra citada, ele nos apresentam nomes de intelectuais de várias áreas formados seio da igreja, muitos cientistas eram sacerdotes e monges. Dentro desta perspectiva houveram obras literárias dos monges copistas, descobertas no trabalho de irrigação feitos monges beneditinos e franciscanos, na astronomia por parte dos clérigos jesuítas, onde foram eles que fizeram grande parte das descobertas de estrelas e planetas, nomeando-as. Tal avanço não ocorreu nem de perto nas mesmas proporcionalidades em países muçulmanos. A Igreja desde a escolástica provinha de um ganho cultural e intelectual inestimável, ganho do qual hoje nós ocidentais somos herdeiros, sejamos nós cristãos ou não.


6- Hipocrisia reinante
Tudo isso que falamos até o momento ocorreu do século VII ao século XV. Como dito no primeiro tópico, tal era histórica, tinham outros parâmetros de moralidade, de entendimento humano e religioso, para o povo medieval a morte era algo esperado, não haviam hospitais, e tratamentos medicinais do qual hoje em dia prolonga a vida de um homem por décadas a fio, a retidão moral era ensinada desde o berço, a vida condizente com a fé professada era algo de honra familiar. Aqueles homens e mulheres olhavam para Igreja com amor e temor, um temor sadio.
Aquele povo possuía outra maneira de olhar a fé, para eles ter fé, não era ir a missa fim de semana, nem ter um terço no para-brisa do carro, a fé para aqueles homens era motivo de esperança em uma vida melhor em uma eternidade. Por que digo tudo isso? Eu explico.
Nossa sociedade aprendeu a olhar para estes fatos históricos como sendo superiores moralmente em comparação a sociedade medieval, tecendo julgamentos atrás de julgamentos, como se fossemos um espelho de ética. Eu concordo que muito evoluímos em algumas áreas, principalmente a tecnológica, e regredimos em alguns conceitos morais, mas em alguns outros evoluímos, acredito ser de extrema importância o respeito entre religiões, o conceito de liberdade de expressão, respeito mutuo entre outros valores modernos que são louváveis. Mas, no século onde essa evolução de respeito ao diferente, liberdade religiosa e de expressão, nesta mesma época, houveram carnificinas de empilhar montanhas de corpos, de colherem mares de sangue, tudo isso sabe quando? No século XI, XII? Ou quem sabe estamos falando da era A.C? Não, eu estou falando do século passado, século esse que a 16 anos atrás ainda fazíamos parte, Stephane Courtois nos deu a conta de 100 milhões de mortos somente nesta era da “racionalidade”.
Agora eu questiono, com que autoridade professores comunistas tentam tecer julgamentos morais sobre as cruzadas do século XII, e nem se quer falam dos milhões de mortos pela a ideologia que eles defendem? Qual o sentimento moralístico se encontra em um homem que julga acontecimentos do século XII ou XIII, alias séculos para eles da “irracionalidade", dos "mitos", da "religiosidade racionalmente infundada” e nem se quer lembram, que nó século passado, Stalin estava mandando crianças desarmadas em batalhas contra os alemães, que Che Guevara estava matando a rodo aqui na América Latina, que Fidel Castro estava fuzilando milhares de pessoas, que Pol Pot estava colecionando crânios. Eu estou falando do século que jurou ter vencido a irracionalidade religiosa, ter matado Deus, a era do super-homem de Friedrich Nietzsche, é nesta era onde se aboliu a terrível e opressora religião, que se matou mais que idade média inteira, isto mesmo em 100 anos matou-se mais em nome de uma ideologia (comunismo) que em 1000 anos em nome de uma fé. Vimos que as cruzadas foi justificável, eu te questiono, qual a justificação que Stalin, Pol Pot, Fidel Castro, Lênin e Mao Tse tiveram?


Por que falam de inquisição e cruzadas, e não falam do comunismo assassino?
Conclusão.
Temos muito mais a agradecer do que nos perdoar pelas cruzadas, obviamente os cruzados não eram todos anjos, ou santos, houveram sim abusos, e muitos acabaram se desviando do objetivo legitimo das cruzadas, mas longe de crermos em utopias de em uma sociedade perfeita, de homens sem defeitos, admitimos que nem todos os cruzados foram exemplos de cristãos, e por estes o São João Paulo II pediu perdão. Mas se olharmos por cima, tendo um parâmetro geral, tivemos e temos como reflexo daqueles heróis medievais muito mais a agradecer, se hoje somos cristãos e temos a honra de adorar Jesus Cristo, é porque um dia lá trás homens mulheres e crianças, tiveram a coragem de sangrar até a morte em honra de Cristo, por isso de hoje em diante ao dobrar seus joelhos diante de Cristo, lembre-se dos homens que morreram para que você pudesse ter tal honra.
Tal batalha, perdurou por longo tempo, houveram aproximadamente 9 cruzadas, com muitas baixas cristãs e maometanas, muitas batalhas perdidas, onde culminou a ultima grande batalha, chamada de batalha de Lepanto ( 7 de outubro de 1571), batalha esta travada nas águas, onde as tropas cristãs venceram e empurraram para trás as tropas maometanas, finalizando assim séculos de batalhas.
OBS. Aconselho que se busque ambas as opiniões, e que consultem os textos e livros do doutor Thomas F. Madden.


Referências bibliográficas utilizadas para construir o texto acima:
LE GOFF, Jaques, Heróis e maravilhas da idade média, 2ª Edição. Petrópolis RJ, Vozes, 2005.
ROPS, Daniel, III - A Igreja das catedrais e das cruzadas,2ª Edição, São Paulo SP, Quadrante, 2012. História da Igreja de Cristo.
WOODS, Thomas E. Jr, Como a Igreja católica construiu a civilização ocidental, 4ª Edição, São Paulo SP, Quadrante, 2011.
COURTOIS, Stéphane, et al. O livro negro do comunismo, Bertrand Brasil, 1999


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