Cinema mudo
Theda Bara (Cincinnati, Ohio, EUA, 29
de julho de 1885 – Los Angeles, Califórnia, EUA, 7
de abril de 1955), nascida Theodosia Burr Goodman, foi uma atriz norte-americana do cinema
mudo.
O seu nome
artístico seria um anagrama de "Arab Death"
("Morte Árabe"). Justificou-o no filme que a consagrou: "A
Fool There Was" (Escravo de uma paixão) (1915). Na verdade, "Theda" era uma alcunha da infância para
Theodosia, e "Bara" era
aparentemente uma forma encurtada de seu sobrenome materno, Baranger.
Bara era
uma das atrizes mais populares do cinema de sua era, além de
ser um símbolo sexual dos mais
adiantados do cinema. Seus papéis de mulher fatal deram-lhe a alcunha de "Vamp", que logo se
transformou em termo popular para uma mulher de ares predatórios. Junto com a
atriz francesa Musidora, popularizou a personalidade vamp nos
primeiros anos do cinema mudo e logo foi imitada pelas atrizes rivais tais como Nita
Naldi e Pola Negri.
Outros títulos típicos: "The Tiger Woman"
(Coração de tigre) (1917), "Cleopatra"(1917), "When a Woman
Sins" (Quando a mulher peca) (1918), "The Unchastened Woman"
(Mulher libertina) (1924). Dos mais de quarenta filmes que estrelou apenas seis
chegaram até os nossos dias.
Theodosia Burr
Goodman nasceu em 1885 na seção de Avondale, Cincinnati, Ohio.
Seu pai, Bernard Goodman (1853-1936, era um
próspero alfaiate judeu nascido na Polônia. Sua mãe, Pauline
Louise de Coppett (1861-1957), nasceu na Suíça e também era de origem
judia. Eles se casaram em 1882.
O irmão e a
irmã de Theda eram Marque (1888-?) e Esther (1897-?), que igualmente se
tornou atriz de cinema, com o nome de Lori Bara e se casou com
Francis W. Getty, de Londres, em 1920.
Em 1917, a
família Goodman legalmente mudou seu nome para "Bara".
Bara estudou na "Walnut Hills High
School", de 1899 a 1903, e morou na 823 Hutchins Avenue. Após efetuar dois
anos de estudo na Universidade de Cincinnati, foi trabalhar em produções
teatrais e explorar novos projetos, mudando-se para Nova York em
1908. Fez seu debut na Broadway em "The
Devil", em 1908.
Theda Bara
atuou em mais de 40 produções cinematográficas entre 1914 e 1926. As cópias
completas de somente seis destas películas ainda existem. A maioria de
películas de Bara foi produzida por William Fox, começando com A
Fool There Was (1915) e terminando com The Lure of Ambition (1919).
O fenomenal sucesso de A Fool There Was deu a William Fox o
dinheiro para fundar a Fox Film Corporation, que se tornou um estúdio bem
sucedido.
Ela foi a
mais famosa das estrelas de cinema, perdendo somente para Charlie
Chaplin e Mary Pickford em popularidade. Seus mais
conhecidos papéis foram os que
ela interpretava em estilo "vamp", embora
muitas vezes ela tentasse também interpretar heroínas, como no filme "Under
Two Flags" e "Her Double Life". Ela também
interpretou a Julieta, de "Romeo and Juliet", de William
Shakespeare. Embora Bara tomasse seu ofício seriamente, era demasiadamente bem
sucedida como uma mulher "arbitrária e exótica", e assim tinha
dificuldades em desenvolver uma carreira mais versátil.
Muitos dos filmes de Bara foram lançados na costa
leste, primeiramente no estúdio da Fox Films. A atriz viveu com sua mãe e
irmãos em Nova York por muito tempo. A ascensão de Hollywood como
o centro de indústria cinematográfica americana a forçou a se mudar para Los
Angeles, para filmar o épico "Cleopatra" (1917). Este filme
tornou Bara um grande "hit". Nenhuma cópia conhecida de Cleopatra existe
hoje, mas fotografias numerosas de Bara no traje como a rainha do Nilo
sobreviveram.
Anúncio
(1919)
Entre 1915
e 1919, Bara foi promovida, tornando-se a grande estrela do estúdio. Quando
perdeu esse suporte, sua carreira desabou. Cansou de fazer somente papéis
"vamp", não se importando em renovar seu contrato com a Fox
quando expirou (era de cinco anos). Seu
último filme na Fox foi "The Lure of Ambition" (1919). Depois
disso, só fez outro filme em 1925, "The Unchastened Woman"
da Chadwick Pictures Corporation.
Bara aposentou-se após ter feito a comédia "Madame
Mystery" (1926), uma produção de Hal Roach, onde parodiava sua
imagem vamp.
Theda Bara
é a famosa a ter uma porcentagem mais elevada de filmes perdidos em comparação
com outros atores/atrizes de Hollywood. Em 1937, um
incêndio nos armazéns da Fox, em Nova Jersey, destruiu a maioria dos
filmes mudos deste estúdio.
Três de
seus filmes ainda permanecem intactos, o restante foi
quase totalmente perdido, tais como "Du Barry", "Carmen",
"Salome" e "Camille". De "Cleopatra"
ainda restam 40 segundos. Felizmente "A Fool There Was" foi
preservado em uma cópia integral. "Madame Mystery" ainda
existe em uma cópia de 9.5mm.
Theda Bara
no filme Cleópatra (1917)
Bara é
frequentemente mencionada como a primeira sex symbol desta era, e em
um número considerável de seus filmes apareceu em trajes transparentes, que
deixaram pouco ao imaginário do público. Tais figurinos
foram "banidos" dos filmes de Holywood após o código de produção ser
instaurado em 1930, e reforçado em 1934.
Bara foi
fotografada com diversos figurinos temáticos, que eram de uso
popular para promoção de atores e atrizes de ares misteriosos, juntamente com
um cenário exótico. Os estúdios a promoveram com uma campanha de publicidade
maciça, descrevendo-a como nascida no Egito, filha de uma atriz francesa e
de um escultor italiano. Além disso, disseram que ela havia passado seus
primeiros anos no deserto do Saara, sob a sombra das esfinges. Tendo
se mudado para a França para estudar teatro (sendo que na realidade ela jamais
fora ao Egito ou a França), foi chamada
de "Serpente do Nilo", o que a incentivou a comentar sobre misticismo e ocultismo em
suas entrevistas.
A essa altura, devido à fama de Theda Bara, sua
imagem vamp se tornou notória e começou a ser referida em
canções populares. Em "Red-Hot Hannah": "I know things
that Theda Bara's just startin' to learn - make my dresses from asbestos, I'm
liable to burn....". A música "Rebecca Came Back From Mecca",
diz: "She's as bold as Theda Bara; Theda's bare but Becky's bare-er",
e a música "If I had a man like Valentino" possui o
refrão, "Theda Bara sure would die; she would never roll another eye".
Theda Bara
em foto promocional
Bara casou com o diretor britânico Charles
Brabin (1883-1957) em 1921. Sua carreira começou, então, a decair, sendo
finalmente encerrada com a comédia "Madame Mystery" em 1926.
No ano seguinte, Bara fez uma aparição bem sucedida ( porém mal comentada )
na Broadway em "The Blue Flame".
Embora
sempre tenha expressado o interesse no retorno a atuar em cinema, seu marido
não considerou apropriado que sua esposa tivesse uma carreira.
Ela fez uma série de entrevistas no rádio: em 8
de junho de 1936 na transmissão do Lux Radio Theater; 7
de março de 1939 como convidada da NBC e em 8 de
novembro de 1939 na CBS.
Theda Bara
como M. DuBarry
Bara gastou o restante de sua vida vivendo
entre Hollywood e Nova York, no conforto e na riqueza relativa.
O produtor Buddy DeSylva e a Columbia Pictures expressaram
interesse, em 1949, em fazer um filme da biografia de sua vida, com a
estrela Betty Hutton, mas o projeto nunca foi materializado.
A atriz morreu
de câncer de estômago em 1955, na cidade de Los Angeles, Califórnia.
Foi enterrada como Theda Bara Brabin em Forest Lawn Memorial Park
Cemetery na cidade de Glendale, Califórnia.
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