segunda-feira, 11 de maio de 2015

THEDA BARA

Cinema mudo


Theda Bara (Cincinnati, Ohio, EUA, 29 de julho de 1885 – Los Angeles, Califórnia, EUA, 7 de abril de 1955), nascida Theodosia Burr Goodman, foi uma atriz norte-americana do cinema mudo.
O seu nome artístico seria um anagrama de "Arab Death" ("Morte Árabe"). Justificou-o no filme que a consagrou: "A Fool There Was" (Escravo de uma paixão) (1915). Na verdade, "Theda" era uma alcunha da infância para Theodosia, e "Bara" era aparentemente uma forma encurtada de seu sobrenome materno, Baranger.
Bara era uma das atrizes mais populares do cinema de sua era, além de ser um símbolo sexual dos mais adiantados do cinema. Seus papéis de mulher fatal deram-lhe a alcunha de "Vamp", que logo se transformou em termo popular para uma mulher de ares predatórios. Junto com a atriz francesa Musidora, popularizou a personalidade vamp nos primeiros anos do cinema mudo e logo foi imitada pelas atrizes rivais tais como Nita Naldi e Pola Negri.
Outros títulos típicos: "The Tiger Woman" (Coração de tigre) (1917), "Cleopatra"(1917), "When a Woman Sins" (Quando a mulher peca) (1918), "The Unchastened Woman" (Mulher libertina) (1924). Dos mais de quarenta filmes que estrelou apenas seis chegaram até os nossos dias.



Theodosia Burr Goodman nasceu em 1885 na seção de Avondale, Cincinnati, Ohio.
Seu pai, Bernard Goodman (1853-1936, era um próspero alfaiate judeu nascido na Polônia. Sua mãe, Pauline Louise de Coppett (1861-1957), nasceu na Suíça e também era de origem judia. Eles se casaram em 1882.
O irmão e a irmã de Theda eram Marque (1888-?) e Esther (1897-?), que igualmente se tornou atriz de cinema, com o nome de Lori Bara e se casou com Francis W. Getty, de Londres, em 1920.
Em 1917, a família Goodman legalmente mudou seu nome para "Bara".


Bara estudou na "Walnut Hills High School", de 1899 a 1903, e morou na 823 Hutchins Avenue. Após efetuar dois anos de estudo na Universidade de Cincinnati, foi trabalhar em produções teatrais e explorar novos projetos, mudando-se para Nova York em 1908. Fez seu debut na Broadway em "The Devil", em 1908.
Theda Bara atuou em mais de 40 produções cinematográficas entre 1914 e 1926. As cópias completas de somente seis destas películas ainda existem. A maioria de películas de Bara foi produzida por William Fox, começando com A Fool There Was (1915) e terminando com The Lure of Ambition (1919). O fenomenal sucesso de A Fool There Was deu a William Fox o dinheiro para fundar a Fox Film Corporation, que se tornou um estúdio bem sucedido.
Ela foi a mais famosa das estrelas de cinema, perdendo somente para Charlie Chaplin e Mary Pickford em popularidade. Seus mais conhecidos papéis foram os que


ela interpretava em estilo "vamp", embora muitas vezes ela tentasse também interpretar heroínas, como no filme "Under Two Flags" e "Her Double Life". Ela também interpretou a Julieta, de "Romeo and Juliet", de William Shakespeare. Embora Bara tomasse seu ofício seriamente, era demasiadamente bem sucedida como uma mulher "arbitrária e exótica", e assim tinha dificuldades em desenvolver uma carreira mais versátil.
Muitos dos filmes de Bara foram lançados na costa leste, primeiramente no estúdio da Fox Films. A atriz viveu com sua mãe e irmãos em Nova York por muito tempo. A ascensão de Hollywood como o centro de indústria cinematográfica americana a forçou a se mudar para Los Angeles, para filmar o épico "Cleopatra" (1917). Este filme tornou Bara um grande "hit". Nenhuma cópia conhecida de Cleopatra existe hoje, mas fotografias numerosas de Bara no traje como a rainha do Nilo sobreviveram.

Anúncio (1919)

Entre 1915 e 1919, Bara foi promovida, tornando-se a grande estrela do estúdio. Quando perdeu esse suporte, sua carreira desabou. Cansou de fazer somente papéis "vamp", não se importando em renovar seu contrato com a Fox quando expirou (era de cinco anos). Seu último filme na Fox foi "The Lure of Ambition" (1919). Depois disso, só fez outro filme em 1925, "The Unchastened Woman" da Chadwick Pictures Corporation.
Bara aposentou-se após ter feito a comédia "Madame Mystery" (1926), uma produção de Hal Roach, onde parodiava sua imagem vamp.
Theda Bara é a famosa a ter uma porcentagem mais elevada de filmes perdidos em comparação com outros atores/atrizes de Hollywood. Em 1937, um incêndio nos armazéns da Fox, em Nova Jersey, destruiu a maioria dos filmes mudos deste estúdio.
Três de seus filmes ainda permanecem intactos, o restante foi quase totalmente perdido, tais como "Du Barry", "Carmen", "Salome" e "Camille". De "Cleopatra" ainda restam 40 segundos. Felizmente "A Fool There Was" foi preservado em uma cópia integral. "Madame Mystery" ainda existe em uma cópia de 9.5mm.

Theda Bara no filme Cleópatra (1917)

Bara é frequentemente mencionada como a primeira sex symbol desta era, e em um número considerável de seus filmes apareceu em trajes transparentes, que deixaram pouco ao imaginário do público. Tais figurinos foram "banidos" dos filmes de Holywood após o código de produção ser instaurado em 1930, e reforçado em 1934.
Bara foi fotografada com diversos figurinos temáticos, que eram de uso popular para promoção de atores e atrizes de ares misteriosos, juntamente com um cenário exótico. Os estúdios a promoveram com uma campanha de publicidade maciça, descrevendo-a como nascida no Egito, filha de uma atriz francesa e de um escultor italiano. Além disso, disseram que ela havia passado seus primeiros anos no deserto do Saara, sob a sombra das esfinges. Tendo se mudado para a França para estudar teatro (sendo que na realidade ela jamais fora ao Egito ou a França), foi chamada de "Serpente do Nilo", o que a incentivou a comentar sobre misticismo e ocultismo em suas entrevistas.
A essa altura, devido à fama de Theda Bara, sua imagem vamp se tornou notória e começou a ser referida em canções populares. Em "Red-Hot Hannah": "I know things that Theda Bara's just startin' to learn - make my dresses from asbestos, I'm liable to burn....". A música "Rebecca Came Back From Mecca", diz: "She's as bold as Theda Bara; Theda's bare but Becky's bare-er", e a música "If I had a man like Valentino" possui o refrão, "Theda Bara sure would die; she would never roll another eye".

Theda Bara em foto promocional

Bara casou com o diretor britânico Charles Brabin (1883-1957) em 1921. Sua carreira começou, então, a decair, sendo finalmente encerrada com a comédia "Madame Mystery" em 1926. No ano seguinte, Bara fez uma aparição bem sucedida ( porém mal comentada ) na Broadway em "The Blue Flame".
Embora sempre tenha expressado o interesse no retorno a atuar em cinema, seu marido não considerou apropriado que sua esposa tivesse uma carreira.
Ela fez uma série de entrevistas no rádio: em 8 de junho de 1936 na transmissão do Lux Radio Theater; 7 de março de 1939 como convidada da NBC e em 8 de novembro de 1939 na CBS.

Theda Bara como M. DuBarry

Bara gastou o restante de sua vida vivendo entre Hollywood e Nova York, no conforto e na riqueza relativa. O produtor Buddy DeSylva e a Columbia Pictures expressaram interesse, em 1949, em fazer um filme da biografia de sua vida, com a estrela Betty Hutton, mas o projeto nunca foi materializado.
A atriz morreu de câncer de estômago em 1955, na cidade de Los Angeles, Califórnia. Foi enterrada como Theda Bara Brabin em Forest Lawn Memorial Park Cemetery na cidade de Glendale, Califórnia.

Nenhum comentário:

Postar um comentário