Cidade americana
Montreal (em francês Montréal )
é a maior cidade da província canadiana de Quebec,
a segunda mais populosa do Canadá, e também uma das mais populosas
cidades francófonas do mundo. É também uma região administrativa do
Quebec. Situa-se na ilha homônima do Rio São Lourenço, sendo um dos principais centros industriais,
comerciais e culturais da América do Norte.
Montreal possui a segunda maior população
francófona do mundo, depois de Paris. Porém, Montreal também possui uma
considerável comunidade anglófona, e um crescente número de pessoas
cujo idioma materno não é nem o francês nem o inglês.
A palavra "Montréal" é a versão arcaica,
escrita de forma simplificada, de Mont-Royal, um morro localizado na
cidade, no centro da ilha. Montreal é um dos centros culturais mais
importantes do país, sediando vários eventos nacionais e internacionais. Entre
eles estão o Juste pour Rire, um dos maiores festivais de comédia do
mundo, o Festival de Jazz de Montréal, um dos maiores festivais de jazz do
mundo, e o Grand Prix de Montréal. Com todos estes eventos, aliado
ao seu centro antigo, "le Vieux-Montréal", Montreal é
considerada a cidade mais europeia da América do Norte.
Montreal possui uma das populações mais bem educadas do
mundo, possuindo a maior concentração de estudantes universitários per capita
de toda a América do Norte. A cidade possui quatro universidades -
duas delas francófonas e duas delas anglófonas - e 12faculdades. É um centro da
indústria de alta tecnologia - especialmente na área de medicina e na
indústria aeroespacial. Montreal é atualmente uma das cidades mais seguras
do continente americano, sendo que em 2005 foram cometidos
apenas 35 homicídios em toda a cidade.
Montreal foi uma das primeiras cidades do Canadá,
tendo sido fundada em 1642. Montreal, desde então, foi até a década
de 1960 o principal polo financeiro e industrial do Canadá, bem como a
maior cidade do país. Considerada até então a capital econômica do Canadá,
Montreal também era considerada uma das cidades mais importantes do mundo.
Porém, durante a década de 1970, a anglófona Toronto tomou o
posto de capital financeira e industrial do país. Em 2001, os 27 subúrbios de
Montreal na ilha homônima foram fundidos com Montreal. Em 2004, após os
resultados de um referendo, 15 destas ex-cidades tornaram-se
administrativamente independentes de Montreal em 1 de janeiro de 2006,
voltando a serem cidades à parte.
Gravura em
madeira de Hochelega, entre 1556 e 1606.
O local onde fica a cidade de Montreal era habitado
por nativos algonquinos, hurões e iroqueses, por milhares
de anos antes da chegada dos primeiros europeus. Os rios e lagos da
região eram cheios de peixes, que serviam como alimento aos nativos, além
de servir como rotas de transportes.
O primeiro europeu a pisar na atual cidade de
Montreal foi Jacques Cartier, que havia navegado o Rio São
Lourenço acima, em 1535. Ouvindo rumores numa aldeia iroquesa, onde
atualmente está localizada a cidade de Quebec, de que existia ouro na
Ilha de Montreal, e impedido de continuar sua exploração rio acima pelas Cataratas
de Lachine (geograficamente ao sul de Montreal), Cartier explorou a ilha,
avistando uma aldeia iroquesa, Hochelaga, onde viviam
aproximadamente mil nativos. A aldeia estava localizada ao pé do Monte
Royal. Cartier então fincou uma cruz, a primeira de uma série, em honra
ao Rei francês Francisco I, que havia patrocinado a excursão de
Cartier. Para a infelicidade do navegador francês, o que os nativos haviam descrito
como um "metal brilhante" não passava de quartzo, ou
possivelmente pirita (o ouro dos tolos).
Samuel de Champlain foi à Ilha de Montreal
duas vezes, em 1603 e 1611, quase um século depois de
Cartier. Hochelaga, então, já havia sido abandonada pelos
iroqueses.
Em 1639, o cobrador de impostos Jérôme
Le Royer criou uma companhia, em Paris. O objetivo da companhia
era a colonização da atual Ilha de Montreal. Em 1641, a companhia enviou
um grupo de missionários cristãos, cujo objetivo principal era
"cristianizar" os nativos locais. Em 1642, o grupo missionário,
composto por cerca de 50 pessoas, desembarcou na ilha e construiu um forte,
estabelecendo a Vila Maria de Montreal (Ville Marie de Montréal).
Ataques iroqueses assolaram continuamente o forte,
esperando destruir a então rentável troca de peles que os franceses mantinham
com os algonquinos e hurões, rivais dos iroqueses. Apesar destes ataques,
Montreal prosperava como centro católico de troca e venda de peles, bem como
uma base central para a exploração de outras regiões da Nova França (regiões
da América do Norte fazendo parte do império francês). No início do século
XVII, a pequena Ville-Marie passou a ser chamada de Montreal. Então, possuía
uma população de aproximadamente 3,5 mil habitantes.
Mapa
da Ilha de Montreal em 1744.
Montreal foi invadida por forças inglesas em 1760,
durante a Guerra Franco-Indígena (1754 a 1763), e passou
definitivamente para controle britânico em 1763, dada a decisão
francesa de manter a Ilha de Guadalupe, no Tratado de Paris, cedendo
as colônias na América do Norte para o Reino Unido.
Basílica de Notre Dame
Foi ocupada temporariamente pelos Estados
Unidos durante a guerra da independência dos Estados
Unidos em 1776. Benjamin Franklin e outros diplomatas
americanos tentaram conseguir o apoio de canadenses francófonos à causa
da independência das Treze Colônias contra os britânicos, sem
sucesso. Em junho de 1776, com a chegada de tropas britânicas, os
americanos recuaram.
No início do século XVIII, Montreal possuía
aproximadamente nove mil habitantes, quando imigrantes vindos da Escócia começaram
a se instalar na cidade. Embora constituindo apenas uma pequena percentagem da
população da cidade, foram essenciais para a construção do Canal de
Lachine, em 1825, que permitiu a navegação de grandes navios pelo
rio, tornando a pequena Montreal em um dos principais centros
portuários da América do Norte. Os pioneiros escoceses também criaram a
primeira ponte conectando a ilha ao continente, o primeiro shopping
center da cidade, ferrovias, e o Banco de Montreal, o primeiro banco do
Canadá, e atualmente um dos maiores bancos do país.
Foi a capital da província colonial do Canadá
entre 1844 e 1849, e centro de uma explosão econômica que atraiu
muitos imigrantes de língua inglesa,
como irlandeses, escoceses e ingleses.
Isto tornou a cidade por um curto período de tempo primariamente anglófona,
até a chegada de mais imigrantes franceses nas décadas de 1840 e 1850.
Este crescimento acelerado fez de Montreal a maior cidade da América Inglesa, e
indiscutivelmente a capital econômica e cultural do Canadá, causando um boom populacional:
entre 1825 e 1850, a população da cidade cresceu de 16 mil
habitantes para 50 mil habitantes.
A cidade de Montreal e seus 27subúrbios,
antes da fusão, ocorrida em2001.
Montreal, entre 2001 e 2005.
Montreal, entre 2001 e 2005.
Em 2001,
o Partido Quebequense, então no
governo da província, fundiu as outras 27 cidades que ocupavam a ilha a
Montreal, formando uma única cidade - a cidade de Montreal - sob o slogan Une île, une ville (Uma ilha, uma cidade), à mesma época
da fusão de outras cidades de Quebec.
Isto foi feito por razões econômicas, uma vez que era esperado que cidades
maiores seriam mais eficientes em termos econômicos, podendo ser mais
competitivas com outras cidades canadenses, como Toronto, que se tinha fundido com
outras cinco cidades vizinhas em 1998.
As cidades que existiam na Ilha de
Montreal, unidas nesta fusão eram Anjou, Baie d'Urfé, Beaconsfield, Côte Saint-Luc, Dollard-des-Ormeaux,Dorval, Hampstead, Île-Bizard, Île-Dorval, Kirkland, Lachine, LaSalle, Montréal-Est, Montréal-Nord, Montréal-Ouest, Outremont, Mont-Royal,Pierrefonds, Pointe Claire, Roxboro, Sainte-Anne-de-Bellevue, Sainte-Genéve, Saint-Laurent, Saint-Léonard, Senneville, Verdun e Westmount.
Porém, como aconteceu em outras fusões
que haviam ocorrido Canadá afora, a fusão destas 69 posições não foi bem aceita
por boa parte da população das cidades envolvidas. Complicava ainda mais esta
situação a presença de cidades anglófonas, que seriam fundidas à francófona
Montreal. A população destas cidades temia que seus direitos fossem
desrespeitados com este ato.
Em abril de 2002, o Partido Liberal do Quebec derrotou o Partido Quebequense. De
acordo com as promessas eleitorais, o Partido Liberal concedeu um referendo
entre as cidades que haviam sido fundidas com Montreal, votando a favor ou
contra a fusão. Tal referendo foi realizado em 20 de julho de 2004, sendo realizado em 22 das 27
antigas cidades. Seguindo os resultados da votação, 15 das antigas cidades
iriam recuperar sua independência a 1
de janeiro de 2006. As cidades que decidiram
continuar com Montreal foram Anjou, Île-Bizard, Lachine, LaSalle, Montréal-Nord,Outremont, Pierrefonds, Roxboro, Saint-Géneve, Saint-Laurent, Saint-Léonard e Verdun.
Desde o século XIX até meados do século XX, a
economia da cidade foi dominada por comerciantes e empresas anglófonas, que
mantinham seus ambientes de trabalho quase sempre em inglês, obrigando os
habitantes da cidade a dominarem esta língua, caso pretendessem um emprego bom
e bem pago. A Lei 101, contudo, obrigou quaisquer estabelecimentos e
empresas com mais de 50 funcionários a manter também o francês na área de
trabalho.
Circuito Gilles Velleneuve
Montreal possui atualmente uma força de trabalho bem
experiente mas em declínio, com a migração de habitantes da classe média e alta
(especialmente francófonos) para outras cidades vizinhas, e com a entrada de
migrantes de outras partes de Quebec, especialmente de áreas rurais, que não
possuem experiência ou educação para conseguir um bom trabalho, tendo
uma renda mínima, muitas vezes insuficiente para cobrir os altos custos de vida
na grande cidade.
Como um centro primário da cultura do Canadá, Montreal possui
muitos museus. Entre eles, estão
o Museu Redpath, o Museu McCord de História Canadadense e o Centro
Canadense de Arquitetura. O complexo cultural do Palácio das Artes de Montreal abriga o Museu de Arte Contemporânea, e possui
vários teatros.
Conhecida como cidade dos sinos, (la ville aux cent
clochers, em francês),
Montreal possui inúmeras igrejas e basílicas,
tanto que Mark Twain, um famoso
humorista americano, comentou
certa vez: foi a primeira vez
que estive numa cidade na qual uma pessoa não pode lançar uma pedra sem
estilhaçar a janela de uma igreja. Catedral
Marie-Reine-du-Monde, Basílica
Notre-Dame de Montreal, Basílica
de São Patrício e o Oratório de São José. A última é a
maior igreja canadense, possuindo o maior domo (ou cúpula) do seu género, logo
a seguir ao da Basílica de São
Pedro, em Roma.
Chinatown, localizada ao sul do centro
financeiro, com várias lojas e restaurantes chinesas e algumas vietmitas.
O centro
velho de Montreal.
Montreal é o terceiro maior pólo turístico do Canadá, atrás de Vancouver e Toronto.
Anualmente, a cidade é visitada por milhões de turistas.
O centro financeiro da cidade, com seus vários
prédios modernos. O edifício Place Ville Marie, um dos mais altos da cidade com
seus 188 metros de altura, forma o núcleo da cidade
subterrânea de Montreal, onde
está localizada o maior shopping
center subterrâneo do mundo (com
mais de 1600 lojas).
Vieux Montréal (Velho
Montreal), um centro histórico com atrações como o Porto antigo da cidade, o
edifício Jacques-Cartier e a Basílica
Notre-Dame de Montreal.
O Quartier
international de Montréal, ou QIM (Quarteirão Internacional de
Montreal), uma área no centro da cidade que foi revitalizada entre2000 e 2001.
Possui várias praças, e é onde está localizado o centro de convenções da cidade
(ver abaixo).
Interior do Jardim Botânico de Montreal.
Montreal possui centenas de parques e áreas verdes dentro da cidade e nas
várias ilhazinhas cercando a Ilha de Montreal. Entre as
mais famosas estão:
O Monte
Royal, que é parte de um imenso parque
urbano, localizado em Montreal e na cidade vizinha de Mont-Royal. O centro financeiro da
cidade está localizado ao pé da colina. Cada domingo no verão,
centenas de pessoas juntam-se ao pé do Monte Royal, no parque, para apreciar e
participar do show coletivo de percussão conhecido como Tam Tams.
O Jardim
Botânico, inaugurado em 1931, o
segundo maior do mundo, perdendo apenas para o Jardim Real de Kew, em Londres, Reino Unido.
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