quarta-feira, 15 de julho de 2015

CIDADE DE MONTREAL – LE VIEUX-MONTRÉAL, CANADA

Cidade americana

“Une Ile, une ville” – Uma ilha, uma cidade

Montreal (em francês Montréal ) é a maior cidade da província canadiana de Quebec, a segunda mais populosa do Canadá, e também uma das mais populosas cidades francófonas do mundo. É também uma região administrativa do Quebec. Situa-se na ilha homônima do Rio São Lourenço, sendo um dos principais centros industriais, comerciais e culturais da América do Norte.
Montreal possui a segunda maior população francófona do mundo, depois de Paris. Porém, Montreal também possui uma considerável comunidade anglófona, e um crescente número de pessoas cujo idioma materno não é nem o francês nem o inglês.


A palavra "Montréal" é a versão arcaica, escrita de forma simplificada, de Mont-Royal, um morro localizado na cidade, no centro da ilha. Montreal é um dos centros culturais mais importantes do país, sediando vários eventos nacionais e internacionais. Entre eles estão o Juste pour Rire, um dos maiores festivais de comédia do mundo, o Festival de Jazz de Montréal, um dos maiores festivais de jazz do mundo, e o Grand Prix de Montréal. Com todos estes eventos, aliado ao seu centro antigo, "le Vieux-Montréal", Montreal é considerada a cidade mais europeia da América do Norte.




Montreal possui uma das populações mais bem educadas do mundo, possuindo a maior concentração de estudantes universitários per capita de toda a América do Norte. A cidade possui quatro universidades - duas delas francófonas e duas delas anglófonas - e 12faculdades. É um centro da indústria de alta tecnologia - especialmente na área de medicina e na indústria aeroespacial. Montreal é atualmente uma das cidades mais seguras do continente americano, sendo que em 2005 foram cometidos apenas 35 homicídios em toda a cidade.
Montreal foi uma das primeiras cidades do Canadá, tendo sido fundada em 1642. Montreal, desde então, foi até a década de 1960 o principal polo financeiro e industrial do Canadá, bem como a maior cidade do país. Considerada até então a capital econômica do Canadá, Montreal também era considerada uma das cidades mais importantes do mundo. Porém, durante a década de 1970, a anglófona Toronto tomou o posto de capital financeira e industrial do país. Em 2001, os 27 subúrbios de Montreal na ilha homônima foram fundidos com Montreal. Em 2004, após os resultados de um referendo, 15 destas ex-cidades tornaram-se administrativamente independentes de Montreal em 1 de janeiro de 2006, voltando a serem cidades à parte.

Gravura em madeira de Hochelega, entre 1556 e 1606.

O local onde fica a cidade de Montreal era habitado por nativos algonquinos, hurões e iroqueses, por milhares de anos antes da chegada dos primeiros europeus. Os rios e lagos da região eram cheios de peixes, que serviam como alimento aos nativos, além de servir como rotas de transportes.
O primeiro europeu a pisar na atual cidade de Montreal foi Jacques Cartier, que havia navegado o Rio São Lourenço acima, em 1535. Ouvindo rumores numa aldeia iroquesa, onde atualmente está localizada a cidade de Quebec, de que existia ouro na Ilha de Montreal, e impedido de continuar sua exploração rio acima pelas Cataratas de Lachine (geograficamente ao sul de Montreal), Cartier explorou a ilha, avistando uma aldeia iroquesa, Hochelaga, onde viviam aproximadamente mil nativos. A aldeia estava localizada ao pé do Monte Royal. Cartier então fincou uma cruz, a primeira de uma série, em honra ao Rei francês Francisco I, que havia patrocinado a excursão de Cartier. Para a infelicidade do navegador francês, o que os nativos haviam descrito como um "metal brilhante" não passava de quartzo, ou possivelmente pirita (o ouro dos tolos).


Samuel de Champlain foi à Ilha de Montreal duas vezes, em 1603 e 1611, quase um século depois de Cartier. Hochelaga, então, já havia sido abandonada pelos iroqueses.
Em 1639, o cobrador de impostos Jérôme Le Royer criou uma companhia, em Paris. O objetivo da companhia era a colonização da atual Ilha de Montreal. Em 1641, a companhia enviou um grupo de missionários cristãos, cujo objetivo principal era "cristianizar" os nativos locais. Em 1642, o grupo missionário, composto por cerca de 50 pessoas, desembarcou na ilha e construiu um forte, estabelecendo a Vila Maria de Montreal (Ville Marie de Montréal).
Ataques iroqueses assolaram continuamente o forte, esperando destruir a então rentável troca de peles que os franceses mantinham com os algonquinos e hurões, rivais dos iroqueses. Apesar destes ataques, Montreal prosperava como centro católico de troca e venda de peles, bem como uma base central para a exploração de outras regiões da Nova França (regiões da América do Norte fazendo parte do império francês). No início do século XVII, a pequena Ville-Marie passou a ser chamada de Montreal. Então, possuía uma população de aproximadamente 3,5 mil habitantes.

Mapa da Ilha de Montreal em 1744.

Montreal foi invadida por forças inglesas em 1760, durante a Guerra Franco-Indígena (1754 a 1763), e passou definitivamente para controle britânico em 1763, dada a decisão francesa de manter a Ilha de Guadalupe, no Tratado de Paris, cedendo as colônias na América do Norte para o Reino Unido.

Basílica de Notre Dame

Foi ocupada temporariamente pelos Estados Unidos durante a guerra da independência dos Estados Unidos em 1776. Benjamin Franklin e outros diplomatas americanos tentaram conseguir o apoio de canadenses francófonos à causa da independência das Treze Colônias contra os britânicos, sem sucesso. Em junho de 1776, com a chegada de tropas britânicas, os americanos recuaram.
No início do século XVIII, Montreal possuía aproximadamente nove mil habitantes, quando imigrantes vindos da Escócia começaram a se instalar na cidade. Embora constituindo apenas uma pequena percentagem da população da cidade, foram essenciais para a construção do Canal de Lachine, em 1825, que permitiu a navegação de grandes navios pelo rio, tornando a pequena Montreal em um dos principais centros portuários da América do Norte. Os pioneiros escoceses também criaram a primeira ponte conectando a ilha ao continente, o primeiro shopping center da cidade, ferrovias, e o Banco de Montreal, o primeiro banco do Canadá, e atualmente um dos maiores bancos do país.
Foi a capital da província colonial do Canadá entre 1844 e 1849, e centro de uma explosão econômica que atraiu muitos imigrantes de língua inglesa,


como irlandeses, escoceses e ingleses. Isto tornou a cidade por um curto período de tempo primariamente anglófona, até a chegada de mais imigrantes franceses nas décadas de 1840 e 1850. Este crescimento acelerado fez de Montreal a maior cidade da América Inglesa, e indiscutivelmente a capital econômica e cultural do Canadá, causando um boom populacional: entre 1825 e 1850, a população da cidade cresceu de 16 mil habitantes para 50 mil habitantes.

A cidade de Montreal e seus 27subúrbios, antes da fusão, ocorrida em2001.

Montreal, entre 2001 e 2005.

Em 2001, o Partido Quebequense, então no governo da província, fundiu as outras 27 cidades que ocupavam a ilha a Montreal, formando uma única cidade - a cidade de Montreal - sob o slogan Une île, une ville (Uma ilha, uma cidade), à mesma época da fusão de outras cidades de Quebec. Isto foi feito por razões econômicas, uma vez que era esperado que cidades maiores seriam mais eficientes em termos econômicos, podendo ser mais competitivas com outras cidades canadenses, como Toronto, que se tinha fundido com outras cinco cidades vizinhas em 1998.


As cidades que existiam na Ilha de Montreal, unidas nesta fusão eram Anjou, Baie d'Urfé, Beaconsfield, Côte Saint-Luc, Dollard-des-Ormeaux,Dorval, Hampstead, Île-Bizard, Île-Dorval, Kirkland, Lachine, LaSalle, Montréal-Est, Montréal-Nord, Montréal-Ouest, Outremont, Mont-Royal,Pierrefonds, Pointe Claire, Roxboro, Sainte-Anne-de-Bellevue, Sainte-Genéve, Saint-Laurent, Saint-Léonard, Senneville, Verdun e Westmount.


Porém, como aconteceu em outras fusões que haviam ocorrido Canadá afora, a fusão destas 69 posições não foi bem aceita por boa parte da população das cidades envolvidas. Complicava ainda mais esta situação a presença de cidades anglófonas, que seriam fundidas à francófona Montreal. A população destas cidades temia que seus direitos fossem desrespeitados com este ato.


Em abril de 2002, o Partido Liberal do Quebec derrotou o Partido Quebequense. De acordo com as promessas eleitorais, o Partido Liberal concedeu um referendo entre as cidades que haviam sido fundidas com Montreal, votando a favor ou contra a fusão. Tal referendo foi realizado em 20 de julho de 2004, sendo realizado em 22 das 27 antigas cidades. Seguindo os resultados da votação, 15 das antigas cidades iriam recuperar sua independência a 1 de janeiro de 2006. As cidades que decidiram continuar com Montreal foram Anjou, Île-Bizard, Lachine, LaSalle, Montréal-Nord,Outremont, Pierrefonds, Roxboro, Saint-Géneve, Saint-Laurent, Saint-Léonard e Verdun.


Desde o século XIX até meados do século XX, a economia da cidade foi dominada por comerciantes e empresas anglófonas, que mantinham seus ambientes de trabalho quase sempre em inglês, obrigando os habitantes da cidade a dominarem esta língua, caso pretendessem um emprego bom e bem pago. A Lei 101, contudo, obrigou quaisquer estabelecimentos e empresas com mais de 50 funcionários a manter também o francês na área de trabalho.

Circuito Gilles Velleneuve

Montreal possui atualmente uma força de trabalho bem experiente mas em declínio, com a migração de habitantes da classe média e alta (especialmente francófonos) para outras cidades vizinhas, e com a entrada de migrantes de outras partes de Quebec, especialmente de áreas rurais, que não possuem experiência ou educação para conseguir um bom trabalho, tendo uma renda mínima, muitas vezes insuficiente para cobrir os altos custos de vida na grande cidade.


Como um centro primário da cultura do Canadá, Montreal possui muitos museus. Entre eles, estão o Museu Redpath, o Museu McCord de História Canadadense e o Centro Canadense de Arquitetura. O complexo cultural do Palácio das Artes de Montreal abriga o Museu de Arte Contemporânea, e possui vários teatros.
Conhecida como cidade dos sinos, (la ville aux cent clochers, em francês), Montreal possui inúmeras igrejas e basílicas, tanto que Mark Twain, um famoso humorista americano, comentou certa vez: foi a primeira vez que estive numa cidade na qual uma pessoa não pode lançar uma pedra sem estilhaçar a janela de uma igreja. Catedral Marie-Reine-du-Monde, Basílica Notre-Dame de Montreal, Basílica de São Patrício e o Oratório de São José. A última é a maior igreja canadense, possuindo o maior domo (ou cúpula) do seu género, logo a seguir ao da Basílica de São Pedro, em Roma.
Chinatown, localizada ao sul do centro financeiro, com várias lojas e restaurantes chinesas e algumas vietmitas.

O centro velho de Montreal.

Montreal é o terceiro maior pólo turístico do Canadá, atrás de Vancouver e Toronto. Anualmente, a cidade é visitada por milhões de turistas.
O centro financeiro da cidade, com seus vários prédios modernos. O edifício Place Ville Marie, um dos mais altos da cidade com seus 188 metros de altura, forma o núcleo da cidade subterrânea de Montreal, onde está localizada o maior shopping center subterrâneo do mundo (com mais de 1600 lojas).
Vieux Montréal (Velho Montreal), um centro histórico com atrações como o Porto antigo da cidade, o edifício Jacques-Cartier e a Basílica Notre-Dame de Montreal.
O Quartier international de Montréal, ou QIM (Quarteirão Internacional de Montreal), uma área no centro da cidade que foi revitalizada entre2000 e 2001. Possui várias praças, e é onde está localizado o centro de convenções da cidade (ver abaixo).

Interior do Jardim Botânico de Montreal.

Montreal possui centenas de parques e áreas verdes dentro da cidade e nas várias ilhazinhas cercando a Ilha de Montreal. Entre as mais famosas estão:
O Monte Royal, que é parte de um imenso parque urbano, localizado em Montreal e na cidade vizinha de Mont-Royal. O centro financeiro da cidade está localizado ao pé da colina. Cada domingo no verão, centenas de pessoas juntam-se ao pé do Monte Royal, no parque, para apreciar e participar do show coletivo de percussão conhecido como Tam Tams.
O Jardim Botânico, inaugurado em 1931, o segundo maior do mundo, perdendo apenas para o Jardim Real de Kew, em Londres, Reino Unido.
O Parque Jean Drapeau, onde está localizado a Biosfera de Montreal, criada para a Feira Mundial de 1967, e que continua de pé até hoje.


Nenhum comentário:

Postar um comentário