Filme e Histórias em
Quadrinhos
Hopalong Cassidy é
um cowboy fictício criado em 1904 por Clarence E. Mulford,
que escreveu vinte e oito romances populares sobre o personagem até 1941.
Outros quatro foram escritos por Louis L'Amour. Em 2005 foram
publicadas novas histórias pela escritora Susie Coffman. Mas o personagem é
mais conhecido pelos sessenta e seis faroestes B, todos interpretados
pelo ator William Boyd, produzidos entre 1935 e 1948.
O herói foi capa das revistas Look, Life e Time.
Estando já com quarenta anos e não sabendo montar, Boyd deveria fazer o
papel do bandido Buck Peters, não o do herói, na concepção do produtor Harry
"Pop" Sherman; Boyd, no entanto, viu ali uma grande oportunidade de
renascer artisticamente e comprometeu-se a aprender equitação e a deixar
a bebida enquanto durasse seu contrato.
Com exceção do primeiro filme, todos os seguintes mostraram um Hopalong
Cassidymuito diferente daquele imaginado pelo escritor Clarence E. Mulford: nos
livros, ele era grosseiro, ignorante, amante do cigarro e do jogo;
Boyd transformou-o em um gentil-homem, fino e sem vícios; além disso,
sempre deixava os bandidos atirar primeiro e preferia capturá-los, não
matá-los. Por outro lado, Mulford acabou reescrevendo muitas de suas primeiras
obras com o fim de tornar o personagem mais próximo daquele mostrado no cinema.
A série utilizava a fórmula da trinca de heróis, popularizada mais tarde
como trio Western: além de Cassidy, havia um personagem mais jovem,
encarregado das cenas românticas, e outro, já idoso, para os momentos de humor.
O primeiro foi interpretado inicialmente por Jimmy Ellison, que fez sete
filmes. Ellison foi substituído sucessivamente por Russell Hayden (vinte e
sete), Brad King (cinco), Jay Kirby (cinco), Jimmy Rogers (seis), George Reeves
(um) e Rand Brooks (doze). Já o papel do velhinho engraçado foi entregue ao
onipresente George "Gabby" Hayes, que desempenharia essas mesmas
funções para Gene Autry e, principalmente, Roy Rogers. Hayes
saiu depois de vinte e duas fitas, sendo substituído por Britt Wood (quatro,
com pouco destaque) e Andy Clyde (trinta e seis).
Como em todo faroeste B, o cavalo do mocinho é sempre um
elemento importante. O de Cassidy se chamava Topper, um belo palomino branco.
Porém, diferentemente do Tarzan de Ken Maynard e até do Trigger de
Roy Rogers, ele não "atuava", limitando-se a levar o herói para onde
fosse necessário.
Lesley Selander dirigiu vinte e quatro filmes da série; outros diretores
foram Howard Bretherton, Derwin
Abrahams, Nate Watt e George Archainbaud, que dirigiu os doze últimos.
Os livros de Mulford forneceram os argumentos das dezenove primeiras
películas; daí em diante, vários roteiristas foram chamados para produzir
material inédito.
De um modo geral, os filmes começavam com um pouco de ação, em seguida
vinha uma grande parte mais calma, culminando com um longo clímax agitado.
Em 1944, diante do aumento nos custos, Harry "Pop"
Sherman desistiu da série; então, Boyd adquiriu os direitos do personagem e,
entre 1946 e 1948, produziu mais doze fitas. As duas
primeiras, Rastilho de Pólvora (Fools Gold) e Dedo no
Gatilho (The Devil's Playground), mantiveram a qualidade das produções
anteriores; no entanto, o mesmo não se pode dizer das seguintes, onde ficava
clara a economia nos custos.
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