Mundo criminal
Idolatrado pelo povo um como um Robin Hood do século
XX. A delatora pagou o “pato”
John Herbert
Dillinger (Indianápolis, 22 de junho de 1903 - Chicago, 22
de julho de 1934) foi um ladrão de bancos norte-americano, considerado
por alguns como um criminoso perigoso, e por outros idolatrado como um Robin
Hood do século XX. Isto porque muitos americanos culpavam os bancos
pela depressão dos anos 30 e Dillinger só roubava bancos.
Dillinger ganhou o apelido de
"Jackrabbit" por sua rapidez nos assaltos e fugas da polícia. Além
disso, era uma figura atlética, tendo sido considerado um bom jogador de basebol quando
estivera na prisão. Suas ações, assim como a de outros criminosos dos anos 30,
como Bonnie e Clyde e Ma Barker, dominaram a atenção da
imprensa, que passou a chamá-los de "inimigos públicos" (public
enemy), entre 1931 e 1935, época em que o FBI se desenvolveu.
Cartaz da
polícia com fotos do criminoso
Dillinger nasceu em Indianápolis, Indiana.
Filho de John Wilson Dillinger (1864-1943) com a primeira esposa Mary Ellen
"Mollie" Lancaster (1860-1907). Se alistou na Marinha, mas desertou
poucos meses depois. Em seguida, Dillinger voltou para Indiana e se casou em 12
de abril de 1924 com Beryl Ethel Hovious. Entretanto teve dificuldades em
arrumar emprego fixo e manter seu casamento.
Dillinger se tornou criminoso e foi preso em 1924
na Cadeia Estadual de Indiana. Atrás das grades conheceu ladrões de bancos
perigosos como Harry Pierpont de Muncie (Indiana) e Russell
"Boobie" Clark de Terre Haute. Trabalhou na lavanderia da
prisão e assim ajudou uma fuga de Pierpont, Clark e outros. Dillinger ficou
preso na Cadeia de Indiana até 1933, quando foi solto por liberdade
condicional. Ao sair, se juntou aos criminosos que ajudara. Graças a
notoriedade adquirida pelo criminoso, o grupo ficou conhecido como "a
primeira gangue de Dillinger" que, além de Pierpont e Clark, ainda contava
com Charles Makley, Edward W. Shouse Jr., Harry Copeland, "Oklahoma
Jack" Clark, Walter Dietrich e John "Red" Hamilton. Homer Van
Meter e Lester Gillis (Baby Face Nelson) formariam a "segunda gangue de
Dillinger", após a fuga dele de Crown Point (Indiana).
Segundo a imprensa, Dillinger usava diferentes
golpes em seus roubos a banco: se disfarçou de vendedor de alarmes de segurança
em Indiana e Ohio. De outra vez sua gangue se passou por uma companhia
cinematográfica que queria encenar um roubo a banco. Se dizia que a gangue de
Dillinger roubara cerca de $ 300.000 dólares (correspondente a 5 milhões de dólares
atuais) de dezenas de bancos.
Poucos meses depois da saída da Cadeia Estadual de
Indiana, ele voltou à prisão, em Lima (Ohio), mas sua gangue o libertou,
assassinando o xerife Jessie Sarber. A maior parte da quadrilha foi capturada
no fim do ano em Tucson, Arizona durante um incêndio no Historic
Hotel Congress. Dillinger foi preso e enviado para a cadeia de Crown Point,
Indiana. Ele foi processado por suspeita do homicídio do guarda William
O'Malley durante um tiroteio em um banco em East Chicago, Indiana.
Durante os procedimentos do processo, foi tirada
uma famosa fotografia de Dillinger apontando uma arma para o promotor Robert
Estill.
Em 3 de março de 1934, Dillinger fugiria de
Crown Point. O bandido aparentemente usou uma arma moldada atráves de uma barra
de sabão, fato explorado no folclore sobre gângsters. Essa fuga trouxe
constrangimentos a xerife Lillian Holley, que ameaçou Dillinger de morte.
Dillinger cruzou a fronteira de Indiana-Illinois
num carro roubado, cometendo um crime federal que o colocou sob a mira do FBI.
Em abril, a quadrilha apareceu em Manitowish
Waters, Wisconsin, procurando um esconderijo. Eles foram denunciados à
promotoria de Chicago, que contatou o FBI. Logo uma equipe de agentes liderados
por Hugh Clegg e Melvin Purvis cercou o esconderijo, mas os bandidos
foram avisados. No tiroteio que se seguiu a quadrilha fugiu em debandada. O
agente W. Carter Baum foi atingido e morto por "Baby Face" Nelson.
No verão de 1934, Dillinger sumiu de circulação.
Ele foi para Chicago e usou o nome de Jimmy Lawrence. Arranjou a namorada Polly
Hamilton, que não sabia da sua identidade. Mas o FBI encontrou seu carro, logo
deduzindo que estava na cidade.
Foto de
1934 do Biograph Theater
Dillinger havia ido ao cinema assistir o filme de
gângsters Manhattan Melodrama no Biograph Theater em Lincoln
Park, Chicago. Dillinger estava com sua namorada Polly e com Ana Cumpanas
(conhecida por Anna Sage). Sage estava com problemas de imigração e fez um
acordo com Purvis e o FBI para emboscar
Dillinger. Ela não disse ao certo o cinema que iriam, então a equipe de agentes
se dividiu em dois locais. Na saída do cinema escolhido, os agentes atiraram em
Dillinger, matando-o. Dillinger foi baleado três vezes, sendo atingido no
coração. Sage usou um vestido laranja, para que os agentes a identificassem. A
luz artificial distorceu a cor, fazendo com que surgisse o mito da "dama
de vermelho", um personagem traiçoeiro. Mesmo tendo colaborado com o FBI,
Sage foi deportada para Romênia em 1936, onde morreria onze anos
depois.
Dillinger foi enterrado no Cemitério de Crown Hill [1] em Indianápolis.
Em 2006 o Discovery Channel exibiu o
documentário The Dillinger Conspiracy, no qual se sugeriu que o
sargento da polícia de Chicago Martin Zarkovich era quem estava com a arma
identificada como a de onde partiu a bala que matou Dillinger.
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