Arte pictórica
Autorretrato
“Uma bela
mostra (ora em curso) em São Paulo atesta como os ingleses – com o fabuloso
Turner à frente – revolucionaram a arte com suas brutais pinturas de paisagem”.
Joseph Mallord
William Turner (Londres, 23 de Abril de 1775 - Chelsea, 19
de Dezembro de 1851), foi pintor romântico inglês,
considerado por alguns um dos precursores da modernidade na pintura, em função
dos seus estudos sobre cor e luz.
Turner foi batizado em 14 de maio de 1775, porém
nasceu em 23 de Abril de 1775. Nasceu em Maiden Lane, Covent Garden, Londres,
Inglaterra. Seu pai, William Mikael Turner, era barbeiro e fabricante de
perucas. Sua mãe, Mary Marshall, veio de uma família de açougueiros.
Em 1789, ingressa na Real Academia de Artes de
Londres. Começou como pintor topográfico e pouco a pouco foi se inclinando para
as paisagens, principalmente as marinhas. Em 1802 foi admitido como membro da
Academia de Londres. Algum tempo depois, fez sua primeira viagem ao continente.
Ficou entusiasmado com a pintura dos grandes mestres no Museu do Louvre,
então enriquecido com os saques de Napoleão. Lorrain e Poussin eram
seus pintores preferidos.
Turner dedicou-se à pintura da paisagem com paixão,
energia, força, interpretando seus temas de forma ética. Seus trabalhos
transmitiam uma emoção extrema e foi considerado o ponto culminante da
paisagem romântica. Turner foi extremamente precoce, brilhante e bem
sucedido. Iniciou na arte aos 13 anos com seus desenhos e com 15 anos atingiu
sua reputação. Era um homem solitário, sem amigos e quando pintava não permitia
a presença de pessoas, mesmo que fossem outros artistas.
Uma de suas
preocupações principais foi a aplicação da luz e sua incidência sobre as cores
da maneira mais natural possível. Para tanto,
dedicou-se intensamente ao estudo dos paisagistas holandeses do
século XVIII, muito em voga naquela época na Europa. Em sua obra os motivos
eram em geral paisagens, e o mar era uma constante nos quadros do pintor
inglês.
Também foi de grande relevância para sua pintura a
viagem que fez a Veneza em 1812, quando o pintor descobriu a importância da cor
e conseguiu dar corpo à atmosfera de uma maneira que, anos depois, os
impressionistas retomariam. Não surpreendentemente, Veneza se torna sua cidade
preferida, uma fusão da água e da civilização, pintando-a muitas vezes em 1819
e depois em 1828.
De 1830 a 1840, Turner deixou de lado a forma e
criou espaços voláteis de nuvens e cores, como em Chuva, Vapor e
Velocidade (1844), por exemplo, que remete aos quadros abstratos do
século XX. Não é sem motivo que foi qualificado por muitos historiadores como o
primeiro pintor de vanguarda.
Sua última exposição foi em 1850. No ano seguinte
veio a falecer doente e solitário como sempre viveu. Após meses desaparecido,
foi descoberto muito doente por sua empregada. Morreu em Chelsea em dezembro,
de 1851. Suas obras mais importantes estão na National Gallery
(Londres)|National Gallery e na Tate Gallery, ambas em Londres. Está sepultado
na Catedral de São Paulo, na capital inglesa.
Desde 1897 nenhuma obra de Turner era leiloada.
Em abril de 2006, foi leiloado na Christie's, o quadro Giudecca,
La Donna della Salute and San Giorgio, pintado pelo artista na cidade
de Veneza, sendo esta a cidade retratada na obra. O quadro atingiu o valor
de 20,5 milhões de libras, quase 28,5 milhões de euros.
Em 2006, a obra Glaucus and Scylla (1840) foi devolvida
pelo Kimbell Art Museum em Fort Worth aos herdeiros de uma
família vítima do Holocausto. A pintura foi comprada de novo pelo museu em
abril de 2007, num leilão da Christie's por 5,7 milhões de dólares.
Em dezembro de 2007 a aquarela Bamborough Castle foi
leiloada pela Sotheby's, em Londres, por 2.932.500 libras (4.081.500
euros). A aquarela data dos anos 30 do século XIX e em 1872 foi
comprada pelo conde de Dudley por 3.309 libras - então um preço recorde para
uma obra deste género - até que passou para as mãos da família Vanderbilt e não
era vista em público desde 1889.
Em Julho de 2010 a obra, intitulada Roma Moderna - Campo Vaccino,
datada de 1838, foi vendida num leilão da Sotheby's de Londres por
35,5 milhões de euros. A obra foi comprada pelo museu J. Paul Getty de Los
Angeles.
Em dezembro de 2014 vai ser leiloado pela casa de leilões Sotheby's o
quadro «Rome, from Mount Aventine», de 1835, deve obter entre 15 e 20 milhões
de libras esterlinas.
Um episódio
bizarro: “No início do século XIX, até as paredes da Academia Real das Artes –
ou principalmente elas – sabiam que os dois maiores pintores do país se
detestavam. A rivalidade entre J. M. W. Turner (1775 – 1851) e John Constable
(1776 -1837) explodiu numa reunião na venerando sociedade artística. Constable
resolveu tirar um quadro de Turner da parede onde aparecia n destaque e, no
lugar, pôs uma tela pintada por ele mesmo. Turner remoeu a desfeita por meses
até dar o troco com veemência tão espetacular quanto as das cenas de tempestade
que fizeram a sua fama. Em evento com a presença de vários artistas, trabalhos
dele e de Constable foram expostos lado a lado. Em lance de efeito, Turner
surgiu de surpresa e tascou um borrão vermelho sobre a própria tela, que
retratava uma cinzenta borrasca marítima. Perto daquela mancha escandalosa, o
quadro do inimigo virou uma coisinha sem brilho. Dias depois, o gesto
aparentemente tresloucado ganhou sentido: com um retoque, o virtuoso Turner
transformou o borrão em uma boia vermelha à deriva no oceano. Constable acusou
o golpe: “Ele veio só para dispara contra mim”. Os dois podiam não se bicar,
mas comungavam da fé em uma vertente temática cara à arte: a pintura de
paisagem.”
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