sábado, 11 de julho de 2015

NARIZ DEL DIABLO — O TREM IMPOSSÍVEL (EQUADOR)

 Publicado em recortes por Maria Brockerhoff

Esta viagem traz uma inversão muito boa: são as montanhas, os riachos, as curvas que se aproximam do trem... a paisagem se oferece à janela...

Foto: Rainer Brockerhoff

O audacioso projeto de construção de estradas de ferro no Ecuador é de 1861; além de ligar as partes mais distantes e modernizar o país, tinha por objetivo político quebrar a influência absoluta da igreja católica; este último, certamente, foi em vão.
Uma importante rota de turismo é a do Tren Crucero, que começou a operar em 2013. Começamos em Alausí, um antigo e agradável pueblo, a duas horas de Baños. 

Foto: Rainer Brockerhoff


Nariz del Diablo, o trecho mais conhecido, o de maior altitude e o mais estreito, foi reinaugurado em 2011. Esta construção era considerada impossível pelos especialistas da época e a execução comprovou ser a estrada de ferro mais difícil do mundo. Aqui é o túmulo de, aproximadamente, 2500 trabalhadores de países distantes, grande parte de jamaicanos. 

Foto: Rainer Brockerhoff

O relevo da região — com aquele mesmo verde repousante da Irlanda e do Bhutan — exige exímios maquinistas; a encosta quase vertical obriga complexas manobras de avançar e dar ré naquela “garganta” para o retorno. 


Foto: Rainer Brockerhoff

Experientes condutores seguram o trem numa descida em ziguezagues de 800m até Sibambe, uma pequena estação com restaurante, alegres danças típicas e um pequeno museu bem esclarecedor sobre esta avançada e desafiadora obra de engenharia.

Foto: Rainer Brockerhoff

Em Alausí, antes do embarque, um cheiro apetitoso confirmou a boa indicação do guia Milton para o desayuno. No boteco, a gentil atendente nos serviu de um enorme caldeirão fervente uma suculenta sopa, além de ovos, pães, choclo/milho verde, queijo fresco, geleia e o néctar de guanabana, uma fruta típica, prima da graviola.
Bilhetes para este cruzeiro de trem? Só com muita antecedência e o pessoal da terra reclama do preço alto. Felizmente a agência Happy Gringo organizou tudo muito bem e a nossa parte foi a de aproveitar este passeio e a sensação de estar num momento atemporal, sem passado nem futuro. 

Foto: Rainer Brockerhoff

O vagão é muito confortável, muito limpo, com esta curiosa placa! 

Foto: Rainer Brockerhoff

De qualquer assento — aliás, nem precisaria disto! — a vista é completa. Tivemos a sorte de compartilhar bons momentos com uma alegre e grande família equatoriana, que lotou o vagão! Essas pessoas muito gentis tornaram o passeio especialmente acolhedor.


© obvious: http://lounge.obviousmag.org/da_janela_das_eumenides/2015/07/nariz-del-diablo-o-trem-impossivel.html#ixzz3fV3aBOpX
Follow us: @obvious on Twitter | obviousmagazine on Facebook

Nenhum comentário:

Postar um comentário